quarta-feira, janeiro 31, 2007

Ó sancta simplicitas


A Europa esta península na imensidão do grande continente asiático pensa que existe.
Portugal esta pequena faixa com a Espanha agarrada nas costas, preocupa, ao se ouvir dizer que existe.

Dizia um fulano, de quem esqueci o nome, que as multinacionais ao se mudarem para a China e para Índia, melhorariam a vida dos desgraçados que lá vivem, mas que em contrapartida provocariam, em 20 anos, eu diria menos, o cataclismo que se aguarda a nível climático e que nunca mais acontece, para pôr fim a toda esta corja, que desde que sabemos que somos gente, sempre trabalhou em rede e sempre foram muito úteis na libertação das humanidades conhecidas, descritas nas várias histórias, conhecidas e por conhecer.

Sempre gostei muito do termo proselitismo, soa não sei bem a quê, mas acho que agora abusam do mesmo, como abusam da paciência, pelo menos da minha.
Mas que posso fazer?

A globalização, o novo fetiche dos economistas das boas escolas, os novos cientistas dos fluxos de capitais e de trabalho seja ele escravo ou não, querem fazer crer que sabem tudo e que nos podem oferecer um mundo melhor.

Linguagem de escravos para escravos.

Um miserável com cara de anormal e que só abre a boca para dizer asneira, disse tudo, agora que estava na China.

Os baixos salários, mesmo para os tecnologicamente evoluídos é a solução para a Europa e para os Estados Unidos. Tornemo-nos chineses e indianos a bem do super deus global e só isso nos salvará.

Descansem os meus amigos que a suposta previsão de aumento da esperança de vida é apenas um factor para dizer que a segurança social já era.

O que irá acontecer se as coisas continuarem por este caminho, e tudo leva a crer que sim, é que a população dos países ditos desenvolvidos não irá continuar a durar tanto como até aqui, mesmo que a medicina avance como avança. Melhorará para alguns apenas, os que conseguirem comprar os créditos de vida.

Esta será uma das consequências da abertura e uma das maravilhas dos mercados.
A outra, será a acentuação do fosso entre ricos muito ricos e uma humanidade muito pobre, pobre, mas global… Pessimismo? Duvido.

A Europa e aquela coisa chamada de comissão, determina que as emissões de CO2 sejam reduzidas ao mínimo, porque nós os europeus somos a consciência moral do mundo. Pergunto-me como é que uma pulga pode ser a consciência do mundo, mas lembrando a estória do grilo falante, percebi onde teriam ido buscar a ideia.

Assim, temos de reduzir as emissões para que os chineses, os indianos, os brasileiros, possam sair da miséria em que se encontram, a bem das humanidades…
Ó sancta simplicitas, últimas palavras de João Huss, 1369-1415, quando, encontrando-se sobre a fogueira a que o condenara o Concílio de Constança, reparou que uma velhinha, movida pelo seu zelo religioso, atirava mais lenha às chamas em que ele se consumia.

Agora os senhores da plutocracia são beneméritos, sancta simplicitas
Estranho mundo este, onde há bem pouco tempo se falava em colonialismo e neocolonialismo e agora com os chinas a ocupar África, depois das pestes dizimarem os que não emigraram, para a Europa ( claro), se fala nas virtudes da globalização e patati e patátá…

Por mim tudo bem.

Afinal, como dizia Céline, todo e qualquer diabo tem direito à sua côdea de pão, só não digo o que o irritava até ao fundo das cuecas…

1 Comments:

Anonymous Anónimo said...

Publicado nos comentários do blog DRAGOSCÓPIO:

...Hoje, hic et nunc, como europeus que somos, como europeus pós-nacionais que queremos ser, é preciso refazer a alma e engendrar outros sonhos, crendo noutras esperanças, viradas para o futuro.
Afinal, somos neo-europeus, mesmo que tendamos a ficar na causa da cauda do pelotão da EU em termos de desenvolvimento, produto interno bruto e outros indicadores de sucesso e progresso específicos do nosso país, é irrelevante perante o facto de nos termos libertado desse cantinho litoral claustrofóbico.
Deixa que os nossos empresários aprendam a sobreviver sem as "cunhas", as "influências" e sem o proteccionismo estatal! Precisa-se de uma colectividade essencialmente virada para fora, em ek-stasis permanente!
Relativamente aos "políticos" sossega! Esses, têm os dias contados! A privatização do mundo enfraquece a capacidade normativa dos estados. Ela coloca sob tutela os parlamentos e os governos. Ela esvazia de sentido a maior parte das eleições e quase todas as votações populares. Ela priva do seu poder regulador as instituições públicas. Ela mata a lei...

quarta-feira, janeiro 31, 2007  

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