Louçã.

"Foi ao som de Sérgio Godinho e com a pré-definida mensagem “Bem-vindos ao século XXI” que o Bloco de Esquerda, pela primeira vez sediado num hotel, recebeu a confirmação da vitória do ‘sim’ à despenalização do aborto, o único resultado esperado pelos bloquistas. “Foi uma vitória extraordinária que não é dos partidos políticos. O ‘sim’ vincula o País”, afirmou o dirigente, que desvalorizou o carácter não vinculativo do referendo face aos níveis de abstenção superiores a 50 por cento. Louçã destacou o facto de, em relação a 1998, terem votado mais de um milhão de pessoas, considerando que seria “má cultura democrática dizer que a lei não pode mudar”.

O amigo Louçã é um espectáculo. O referendo de 1998 não teve carácter vinculativo e por isso tivemos de referendar novamente o aborto. Agora como o sim ganhou, apesar de ter menos de 50%, já é vinculativo. Isto sim, juntamente com a sua posição coerente sobre a Câmara de Lisboa e a de Salvaterra de Magos, é verdadeira cultura democrática. Estamos a pensar em votar no Louça, político modelo de Portugal.