A correcção das contas públicas pela via mais fácil vai acabar em 2007
"A surpresa foi geral: ainda há um ano se duvidava da meta de 4,6% para o défice e, no final, o valor caiu para 3,9%. Segundo facto: este desempenho foi conseguido, até agora, pondo a tónica na receita fiscal (cuja subida valeu 40% da redução do défice), nos cortes no investimento público (25%) e na contenção da factura salarial da função pública, via congelamento (temporário, sublinhe-se) das carreiras e salários. Ou seja, através da armas imediatamente ao dispor para a guerra contra o défice. Terceiro facto: a despesa pública continua a subir em valor absoluto, furando as previsões iniciais do Governo (mil milhões de euros de desvio em 2006). O critério de Bruxelas pode ser o da redução da despesa em percentagem do PIB – que foi conseguida – mas façamos este exercício: se a despesa continua a subir, o que acontecerá quando a economia portuguesa passar por novo ciclo de estagnação? Voltar-se-á, então, a falar no “monstro”. A solução: atacar o problema onde ele existe, isto é, reduzir o peso da factura do Estado na economia. O que remete, como sempre, para a importância da reforma da Administração Pública. Em matéria de consolidação, a procissão ainda vai no adro. "
Bruno Faria Lopes com Nuno Miguel Silva e Tiago Freire
Bruno Faria Lopes com Nuno Miguel Silva e Tiago Freire
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