segunda-feira, maio 21, 2007

A arrogância, a democracia faz de conta e o poder do estado que não existe

”Relativamente às críticas feitas ontem pelo CDS-PP, em declarações à rádio TSF, a Governadora Civil, que falava no CCB antes da apresentação oficial da lista socialista às intercalares, afirmou que “é a vida normal dos partidos políticos que fazem política”, acrescentando que “estou aqui como cidadã e não gostava de me pronunciar” sobre o caso.

Questionada se lhe preocupa o dia marcado por causa da abstenção, Adelaide Rocha declarou que “como cidadã, as eleições são marcadas para quando têm de ser e que o 15 de Julho é um dia como outro qualquer”.


A Governadora Civil disse ainda que “estou de consciência tranquila agora que marquei para dia 15 de Julho, como quando marquei para o dia 1”, escusando-se a fazer mais comentários.


Por sua vez, o candidato socialista à Câmara Municipal de Lisboa, António Costa, desvalorizou toda a polémica em volta da sentença do TC e da nova data, sublinhando que “estamos preparados”. “Deu-nos mais tempo, isso é sempre bom, mas não é a questão essencial”, sublinhou o antigo ministro da Administração.”

Assiste-se no sítio cada vez mais mal frequentado e mal governado a episódios com gente que diz ter a consciência tranquila e a outros a desvalorizar o que de facto não deve ser.

Afinal a Câmara caiu porquê?

Porque o Presidente não tinha pedigree?

Não tinha cheiro de ratazana de grupo? Aqui o grupo ou grupos pode englobar todos os partidos políticos sem excepção.

Um caso ficou na memória como a impunidade de todos os envolvidos no caso do túnel.

Porque foi embargado?

Porque se afinal se funciona em segurança, é carregado em ombros o responsável pelo embargo?

E os outros, não menos culpados, que esfregaram as mãos e agora se apresentam de cara lavada, perante o eleitorado, como se nada tivessem a ver com o caso?

O silêncio é uma conveniência muitas vezes.

Ninguém, nem a senhora cega, vai ser responsabilizada pelos danos e pela despesa gerada?

Afinal, o caos, foi gerado pelo governo da Câmara, ou pelo poder pelo poder, do grupo com pedigree, porque os animais de partido não necessitam de ficar de quarentena?

O cinismo de Costa leva-o a dizer que ganhou tempo, como se não fosse o ministro que tutelava a senhora que diz que tanto se lhe dá como tanto se lhe deu.

Já não há necessidade no sítio de mostrar vergonha, porque isso é coisa que nunca tiveram nem sabem que existe, trata-se de uma questão de chá e de berço, ou se tem ou não se tem.

Maquiavel nunca foi tão seguido, mas pelos vistos há príncipes a mais para os lugares e os cofres afinal têm fundo, as consciências não.

“A moral imoral”

“O Príncipe de Maquiavel foi condenado durante muito tempo, acusado de pregar a imoralidade. Maquiavel ensina que qualquer pessoa que tentar manter-se honrado na luta pelo poder acabará decerto mal: conquistar e manter o poder exige virtu, coragem e talento para a dissimulação ( a lição de Maquiavel é escandalosa ainda hoje, num mundo em que todos querem ser príncipes) “
John Gray in Straw dogs.

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