Comunicação Social: Negócio ou Ética ?
No Reino Unido, o pontapé de saída foi dado no The Guardian, numa coluna em que se qualificou a cobertura mediática do "caso Maddie" como "absurdamente para lá dos limites" e "inacreditavelmente entediante e voyeurista".
Em Portugal, num debate com responsáveis dos canais nacionais, Ricardo Costa, director da SIC Notícias, admitiu "algum excesso", mas justificou-se com "a grande pressão". O mesmo ou parecido havia já dito, em resposta ao Guardian, um responsável da BBC, invocando o "interesse do público", que aderiu de forma tão apaixonada que já se fala de "princess Maddie" como sucessora de Diana de Gales.
Quer dizer: nós fazemos, mas os outros também fazem; se nós não fizermos, haverá quem faça; e havendo quem faça, nós temos de fazer. Porque os media são um negócio. E assim, diz-se, a lógica só pode ser essa: "quanto mais audiência melhor". De tal modo que até os que supostamente não são um negócio, como os canais públicos, funcionam de acordo com a mesma regra . É, diz-se, uma questão de sobrevivência empresarial.
O problema - sempre foi esse o problema - é saber como compatibilizar os imperativos que advêm da viabilidade financeira dos media com os princípios que devem reger a actividade jornalística. Ou seja, conciliar a sobrevivência da empresa com a sobrevivência do jornalismo.
Fernanda Câncio
Em Portugal, num debate com responsáveis dos canais nacionais, Ricardo Costa, director da SIC Notícias, admitiu "algum excesso", mas justificou-se com "a grande pressão". O mesmo ou parecido havia já dito, em resposta ao Guardian, um responsável da BBC, invocando o "interesse do público", que aderiu de forma tão apaixonada que já se fala de "princess Maddie" como sucessora de Diana de Gales.
Quer dizer: nós fazemos, mas os outros também fazem; se nós não fizermos, haverá quem faça; e havendo quem faça, nós temos de fazer. Porque os media são um negócio. E assim, diz-se, a lógica só pode ser essa: "quanto mais audiência melhor". De tal modo que até os que supostamente não são um negócio, como os canais públicos, funcionam de acordo com a mesma regra . É, diz-se, uma questão de sobrevivência empresarial.
O problema - sempre foi esse o problema - é saber como compatibilizar os imperativos que advêm da viabilidade financeira dos media com os princípios que devem reger a actividade jornalística. Ou seja, conciliar a sobrevivência da empresa com a sobrevivência do jornalismo.
Fernanda Câncio
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