A farsa do aeroporto
"O presidente da CIP foi o primeiro a desmentir quaisquer negociações com o Governo por causa do estudo sobre a localização do novo aeroporto de Lisboa, designadamente no que se refere à exclusão da hipótese Portela+1. A seguir veio o Governo considerar tais notícias como “fantasiosas”. Só que, afinal nem as notícias estavam erradas, nem continham fantasias. É que Francisco Van Zeller afirmara, em declarações à SIC Notícias, que se encontrou com o primeiro-ministro alguns meses antes da conclusão e entrega do estudo e que José Sócrates “olhos nos olhos, disse: atenção o assunto é muito sério. O aeroporto da Portela está a deitar por fora, é necessário nós encontrarmos uma solução. A solução Portela não é viável e se vocês vão introduzir ruído ou vão introduzir um obstáculo a que progrida este processo têm uma responsabilidade muito grande nacional. Portanto, vejam lá, que seja um estudo que tenha verdadeiramente as intenções que vocês dizem”.
Mais. Rui Moreira, presidente da Associação Comercial do Porto (ACP) que, inicialmente, também integrava o leque de entidades que deveriam constituir um agrupamento complementar de empresas (ACE) a conduzir o estudo, veio dizer que o presidente da CIP fora falar com o primeiro-ministro e que este entendera que o ACE não fazia muito sentido e que teria de ser a CIP a apresentar o estudo. Mais recentemente, António Lobo Xavier, também ele dirigente da ACP, veio revelar, no programa Quadratura do Ciclo, da SIC Notícias, uma carta do presidente da CIP, datada de 12 de Março, onde afirmava: “mantive reuniões de trabalho com as mais altas instâncias políticas do nosso país, das quais obtivemos a concordância para esta iniciativa. Por solicitação das referidas instâncias políticas, acedemos em alterar o modelo organizacional que vos tinha sido apresentado”. E Lobo Xavier concluiu que “a ACP foi excluída deste estudo a pedido das mais altas instâncias políticas. Eu suponho até que talvez o Presidente da República também tenha interferido na escolha desta composição”.
Ora é precisamente neste ponto que as coisas se complicam. Terá Cavaco Silva tido, também ele, um papel nesta farsa apresentada ao País numa série de episódios? Primeiro, a CIP veio dizer que representava a sociedade civil e que ia “forçar” o Governo a reabrir a discussão sobre a localização do novo aeroporto de Lisboa, enquanto o Governo, designadamente o primeiro-ministro e o ministro das Obras Públicas, Transportes e Comunicações, garantiam ao País que a escolha da Ota estava tomada e nada os faria voltar atrás. Afinal, tinham mesmo negociado a nova localização analisada e a exclusão da hipótese Portela+1, bem como a entidade que a deveria apresentar: a CIP. E se o Presidente da República também estivesse envolvido na combinação do novo estudo, garantindo antecipadamente, na qualidade de Comandante Supremo das Forças Armadas, que os terrenos do Campo de Tiro de Alcochete ficariam disponíveis para o novo aeroporto? Se assim for, em quem poderão os portugueses, afinal, acreditar?"
Francisco Ferreira da Silva
Mais. Rui Moreira, presidente da Associação Comercial do Porto (ACP) que, inicialmente, também integrava o leque de entidades que deveriam constituir um agrupamento complementar de empresas (ACE) a conduzir o estudo, veio dizer que o presidente da CIP fora falar com o primeiro-ministro e que este entendera que o ACE não fazia muito sentido e que teria de ser a CIP a apresentar o estudo. Mais recentemente, António Lobo Xavier, também ele dirigente da ACP, veio revelar, no programa Quadratura do Ciclo, da SIC Notícias, uma carta do presidente da CIP, datada de 12 de Março, onde afirmava: “mantive reuniões de trabalho com as mais altas instâncias políticas do nosso país, das quais obtivemos a concordância para esta iniciativa. Por solicitação das referidas instâncias políticas, acedemos em alterar o modelo organizacional que vos tinha sido apresentado”. E Lobo Xavier concluiu que “a ACP foi excluída deste estudo a pedido das mais altas instâncias políticas. Eu suponho até que talvez o Presidente da República também tenha interferido na escolha desta composição”.
Ora é precisamente neste ponto que as coisas se complicam. Terá Cavaco Silva tido, também ele, um papel nesta farsa apresentada ao País numa série de episódios? Primeiro, a CIP veio dizer que representava a sociedade civil e que ia “forçar” o Governo a reabrir a discussão sobre a localização do novo aeroporto de Lisboa, enquanto o Governo, designadamente o primeiro-ministro e o ministro das Obras Públicas, Transportes e Comunicações, garantiam ao País que a escolha da Ota estava tomada e nada os faria voltar atrás. Afinal, tinham mesmo negociado a nova localização analisada e a exclusão da hipótese Portela+1, bem como a entidade que a deveria apresentar: a CIP. E se o Presidente da República também estivesse envolvido na combinação do novo estudo, garantindo antecipadamente, na qualidade de Comandante Supremo das Forças Armadas, que os terrenos do Campo de Tiro de Alcochete ficariam disponíveis para o novo aeroporto? Se assim for, em quem poderão os portugueses, afinal, acreditar?"
Francisco Ferreira da Silva
1 Comments:
Em ninguém.
É simples e clarinho como água.
Vejam a limpeza das declarações de Medina Carreira a propósito do sítio.SIC notícias em entrevista à semana económica o jornalista levou um baile e uma lição de economia e aprendeu alguma coisa e deveria, chama-se humildade e por vezes é preciso desobedecer ao dono.
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