quinta-feira, junho 28, 2007

O Pinóquio

"Todos conhecem a história do ingénuo e bom Pinóquio que apenas queria o bem dos outros, muito embora o bem que promovia no curto prazo só tenha gerado infelicidade, até a sua.

Porém, de Pinóquio, o que resta bem vincado no nosso imaginário foi mesmo a curiosa história de que o nariz lhe crescia por cada mentira que propalava.
Joe Berardo, o famoso investidor português, lançou uma oferta pública à SAD do meu clube rival: o Benfica.

Começou por clarificar que a sua proposta era em favor e em ajuda ao clube de seu coração, uma vez que a cotação das acções da Benfica SAD estariam muito abaixo daquilo que ele achava meritório para clube de tão digno palmarés.

A OPA lançada por Joe Berardo seria amigável, uma vez que estaria completamente solidário com a Direcção da SAD benfiquista, e em sintonia com a gestão do clube. No entanto, afirmou, o plantel parecia um lar de terceira idade.

Joe Berardo considera que o Benfica é de todos os benfiquistas “E Pluribus Unum” (de todos um). Através da OPA, Joe Berardo alivia o fardo aos benfiquistas, concentrando a propriedade de “todos” nas suas únicas mãos (“de todos, para as de um”).

A OPA foi lançada na perspectiva altruísta de Joe Berardo, que recordou os ensinamentos da mãe no sentido de ajudar os mais necessitados. Oferecendo um preço de 3,50 euros ajuda todos os que subscreveram acções a 5,00 euros. Com o lançamento da OPA, Joe Berardo conseguiu “picar” a cotação em bolsa, mas de seguida afirmou que não venderia as suas acções a esse preço, indiciando que faz mal quem lhas vender...

Joe Berardo não quer intervir na gestão do clube, mas propõe a criação de um fundo de investimento, que retira ao clube o principal activo sob gestão (os jogadores) e transfere para terceiros (os detentores de unidades de participação desse fundo) os benefícios da sua valorização.

A OPA foi lançada a 3,50 euros, mas Joe Berardo afirmou que não venderia as “suas” acções a 5,00 euros. Porém, se tiver de adquirir 85% das acções do clube da Luz, afirmou que irá vender as acções em excesso a 3,50 euros.

A minha grande dúvida de natureza exclusivamente académica, e que quero aqui levantar, é de duas naturezas: quantos centímetros terá crescido o nariz do Pinóquio e qual a razão de proporcionalidade no crescimento do dito apêndice. Será constante? Variável? Com padrão de variabilidade? Gostava de saber a resposta.

Para que conste: Berardo não é Pinóquio nem Joe, é José
."

João Duque

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