OPA política
"José Miguel Júdice apoiou António Costa nas eleições para a Câmara de Lisboa. Foi mandatário do candidato socialista. José Miguel Júdice está no seu pleno direito. Saltar da direita para a esquerda, depressa ou mais devagarinho, é tão legítimo como a viagem ideológica inversa. A história política contemporânea, por causa de Salazar e da Revolução, guarda vários testemunhos deste calibre. A falta de democracia em Portugal abriu espaço para fidelidades excessivas e compromissos fogosos.
Claro, estes saltos para o lado de lá da barricada partidária têm custos pessoais. Justa ou injustamente, eles podem afectar a credibilidade. Na verdade, atravessar o Rubicão, além de pessoalmente doloroso, pode ser assassino. Zita Seabra, por exemplo, por mais que se esforce nunca conseguirá explicar devidamente como defendeu durante tantos anos o PCP mais ortodoxo e, um dia, abraçou o PSD. Ou melhor, até é possível que Zita Seabra tente justificar esta mutação extraordinária, como fez no livro que publicou recentemente. No entanto, a prolongada cegueira do passado (não foi um arrebatamento momentâneo no Verão de 1975) desperta uma instintiva desconfiança que lhe condiciona a actividade partidária.
Vem isto a propósito de José Miguel Júdice. Diz o antigo quadro social-democrata que o PSD e o CDS se devem fundir para sobreviver. Neste sentido, Júdice defende a criação de um “movimento político, social e ideológico que reflicta as mudanças do país nos últimos anos”. Pergunta: vai o provável futuro gestor da zona ribeirinha de Lisboa participar neste exótico movimento de fusão partidária? Evidentemente, não vai. Aliás, ele recusa de todo essa hipótese, apesar de a defender alegando a urgente necessidade de atrair os jovens para política.
A ideia, claro, não vai longe. Além do argumento que a sustenta ter a mesma substância que o descabelado partido de Manuel Monteiro – o da pomba –, fica a pairar a dúvida sobre os verdadeiros motivos de Júdice: semear a confusão no PSD, agora que navega em águas socialistas? Fracturar ainda mais o ambiente social-democrata? Vingar-se? Ocupar espaço? Lançar um debate sério? Talvez seja um pouco de tudo. Não interessa. O importante é verificar até que ponto se degradou o maior partido da oposição.
Apesar das fragilidades evidentes de Marques Mendes, ninguém dá o passo em frente para o enfrentar – pelo menos ninguém credível – e ouvem-se as maiores barbaridades. A de José Miguel Júdice, com boas ou más intenções, sublinha o estado a que as coisas chegaram. Entretanto, o país anda e Sócrates governa. Dava jeito que existisse alguma oposição."
André Macedo
Claro, estes saltos para o lado de lá da barricada partidária têm custos pessoais. Justa ou injustamente, eles podem afectar a credibilidade. Na verdade, atravessar o Rubicão, além de pessoalmente doloroso, pode ser assassino. Zita Seabra, por exemplo, por mais que se esforce nunca conseguirá explicar devidamente como defendeu durante tantos anos o PCP mais ortodoxo e, um dia, abraçou o PSD. Ou melhor, até é possível que Zita Seabra tente justificar esta mutação extraordinária, como fez no livro que publicou recentemente. No entanto, a prolongada cegueira do passado (não foi um arrebatamento momentâneo no Verão de 1975) desperta uma instintiva desconfiança que lhe condiciona a actividade partidária.
Vem isto a propósito de José Miguel Júdice. Diz o antigo quadro social-democrata que o PSD e o CDS se devem fundir para sobreviver. Neste sentido, Júdice defende a criação de um “movimento político, social e ideológico que reflicta as mudanças do país nos últimos anos”. Pergunta: vai o provável futuro gestor da zona ribeirinha de Lisboa participar neste exótico movimento de fusão partidária? Evidentemente, não vai. Aliás, ele recusa de todo essa hipótese, apesar de a defender alegando a urgente necessidade de atrair os jovens para política.
A ideia, claro, não vai longe. Além do argumento que a sustenta ter a mesma substância que o descabelado partido de Manuel Monteiro – o da pomba –, fica a pairar a dúvida sobre os verdadeiros motivos de Júdice: semear a confusão no PSD, agora que navega em águas socialistas? Fracturar ainda mais o ambiente social-democrata? Vingar-se? Ocupar espaço? Lançar um debate sério? Talvez seja um pouco de tudo. Não interessa. O importante é verificar até que ponto se degradou o maior partido da oposição.
Apesar das fragilidades evidentes de Marques Mendes, ninguém dá o passo em frente para o enfrentar – pelo menos ninguém credível – e ouvem-se as maiores barbaridades. A de José Miguel Júdice, com boas ou más intenções, sublinha o estado a que as coisas chegaram. Entretanto, o país anda e Sócrates governa. Dava jeito que existisse alguma oposição."
André Macedo
12 Comments:
J. M. Júdice ainda não atingiu a meta mas passo a passo vai fazendo o caminho! E qual é ele? Dinheiro e poder pois claro! Haverá cidadãos a quem a legitimidade de servir um patrão, seja ele qual for em termos ideológicos, é tão natural como o que aconteceu a Júdice, mas a esses aplica-se a designação de trabalhadores por conta própria ou de outrem . São técnicos a quem importa trabalhar pelas melhores condições possíveis. Mas essa designação não se aplica a Júdice porque não é Arquitecto e como tal não pode profissionalmente ser responsável por um pelouro que trata do urbanismo especialmente na parte mais nobre de uma cidade á beira-rio! Cheira a corrupção, comissões por baixo da mesa e sacos rosa á légua! Nas polícias europeias mais activas contra a lavagem de dinheiro, máfias e dinheiro sujo para financiar o terrorismo, as associações entre urbanismo em zonas alvo, determinados sectores bancários com dinheiro a entrar no país através de créditos ou aportes fictícios de capitais via contas em paraísos fiscais como as Antilhas Holandesas, Belize, Bahamas, Ilhas Virgens e Andorra, sociedades de advogados e empresários do sector imobiliário a dar apoio técnico, etc…fazem disparar todos os alarmes na sua máxima intensidade. Veja-se o que se tem passado em Espanha nos últimos 2 anos! Segundo a Transparência Internacional. *continua*
As ligações entre a cúpula judicial, magistrados que manifestamente são subornados e que mantêm fortes ligações partidárias, partidos políticos ( não vejo nenhum a não querer pertencer ao “grupo” criminoso que é constituído pela “peixeirada” da Assembleia da República que dizem ser de Portugal), grupos económicos, para onde têm sido canalizados a maior parte dos fundos europeus, grupos financeiros, enriquecidos e engrandecidos á custa do financiamento anual que é constituído pela quase nula taxa de IRC em contraste com o ataque sistemático e cada vez com mais força, aos PME´s e especialmente ás micro empresas! Deveria haver um código de ética que impossibilitasse que gente ligada a empresas de imobiliário ou gabinetes de advocacia, pudessem integrar directa ou indirectamente através de assessorias, qualquer lugar ligado ao urbanismo!
Mais um artigo notável,com uma análise sintética e correcta.Notável a comparação entre os figurantes.Mas isto de Política anda muito por baixo.Agora o que está a dar são os negócios,que este Governo tem propiciado.Porque em termos de despesa Pública,anda como a Política.Continua a mistificação e a mentira sobre este tema.Para a conter dentro dos limites seremos premiados no O.E.2008,com novo aumento de impostos ?
É imoral que isso suceda e a falta de regras ou exclamações de indignação de outros partidos ou até o Presidente da República, só é compreensível aos olhos dos cidadãos, pelos telhados de vidro nas casas dos outros grupos partidários! A corrupção está instalada na administração pública a todos os níveis e só uma acção forte de condenação por parte do povo, pode acabar com esta rebaldaria! A prática ética do PS não é recomendável a mais ninguém a começar pelo caso de Abílio Curto que teve uma pena por um crime gravíssimo de delapidação de fundos europeus e do dinheiro do povo, que se pode quase considerar umas férias! Será que esse Sr. devolveu (com juros) ao estado o dinheiro que roubou? Ou foi todo para os cofres do PS? Júdice enquanto Bastonário da Ordem dos Advogados, usou miseravelmente o seu estatuto para forçar o governo a consultar sempre o seu escritório de advogados em quaisquer estudos ou pareceres que o governo necessitasse! Este acto diz tudo o que nós necessitamos de saber sobre o estofo deste EX- Bastonário e só não consigo perceber com que finalidade o elegeram para a ordem? Porque a finalidade da sua escolha pelo PS para o lugar que vai ocupar na autarquia, é perfeitamente clara e mais do que transparente!
aonde nós chegámos o sr.dr.júdice caíu no ridículo com as suas contradições pois é o partido socialista é governo e os tubarões estão sempre no sítio certo para eles claro não seria tempo deste senhor não fazer comentários na rdp abaixo com os oportunistas advogados há muitos e melhores
Aquele hotel que está a nascer em frente do CCB ,à beira-rio,na "recuperação urbana do PL" da´ideia do "bife do lombo" que há ainda para comer.O que faz com que impolutas referencias se vão mudando conforme as conveniencias.Tanto mais que há agora um certo sentimento de "união nacional" que dilui ideologias.O caso da Zita é diferente ,já que ela percebeu "avant la lettre" que o "homem novo"afinal era uma miragem.Coisa que ouviu no cabeleireiro,talvez...
Ei-lo na sua melhor forma. Depois do afrontamento à Ordem dos Advogados,não respeitando as decisões tomadas pelos órgãos jurisdicionais (ele está acima de tudo... os outros não!, ei-lo falando na antena Um, ei-lo na RTP à noite, ei-lo à frente do Costa, ei-lo a dar entrevistas, ei-lo à frente de grandes projectos da "costa"; ei-lo falar sobre tudo... É ele o Júdice no seu melhor!
Claro que o Sr. Judice defende a integração dos Srs. do compromisso Portugal, são eles que lhe dão imenso dinheiro a ganhar, nomeadamente o Sr. Carrapatoso, só falta dizer que este deve ser o grande lider. Eu gostava era que ele explicasse como é que isto se coaduna com o apoio a A. Costa recentemente.
É preciso ter lata! Para Fazer o Que Ele fez e ainda andar a aparecer com opiniões. Se tivesse vergonha na cara já tinha deixado de fazer comentários, Por Exemplo na Antena 1. Para onde foi representar o PSD, entretanto demitiu-se e até foi para o PS de António Costa fazer campanha, aproveitando o espaço de comentário da Antena 1, em vez de ter deixado esse espaço para uma pessoa que representa-se o PSD,Não. De facto ele trás moralidade á politica! É prciso ter lata. Uma Vergonha!
O Snr. Dr. José Miguel Júdice por quem nutria uma grande admiração, resolveu aderir ao PS pela mão do Snr. António Costa, o que constituiu uma opção sua, o que me não admirou pela sua visibilidade última como comentarista. Agora, o que me chocou, foi resolver dar lições para os outros, como de um iluminado se tratasse, e, de fora, fazer barulho para se tentar justificar, ou então, confundir.
Para além de a meio da campanha de Lisboa ter-se descoberto que o governo lhe tinha atribuido a gestão da zona ribeirinha de Lisboa, vejam onde têm sido gastos os fundos destinados ao turismo na zona Centro, na Quinta das Lágrimas, não havendo dinheiro para mais nada... A promiscuidade em Portugal está a chegar a níveis insuportáveis e nada se sabe pois a Comunicação Social está toda controlada pelos métodos estalinistas do Sócrates.
Júdice foi o senhor que em 1969, nas greves da Coimbra, quando os estudantes lutavam contra o fascismo, se barricou na Facudade de Direito,fazendo exames, enquanto os colegas comabatiam cá fora e muitos acabaram por perder o ano sendo lançados para a guerra colonial, por três ou seis anos, em incorporação militar em Mafra. Há que averiguar nos registos da História se foi ou não assim. Hoje, após dezenas de anos ligado à direita, coliga-se ao chamado Partido Socialista e fala de cátedra sobre o futuro do PSD/CDS.Que País é este, que gente é esta? Como é que os portugueses que acreditam numa ideologia, num programa, num partido, podem aceitar tanta derrapagem? O que pensará o senhor Alberto Martins, presidente da Associação Académica de Coimbra de 1969 e hoje dirigente da Assembleia Nacional do PS, deste apoio? O que pensará Manuel Alegre, Maria de Belém e ouros ditos combatentes da liberdade? O que é que faz tanta gente correr na mesma direcção quando ontem corriam em sentidos diferentes? Para que serviram os cantos da liberdade de José Afonso, Adriano Correia de Oliveira e tantos outros que sacrificaram a suas vidas em nome de ideias? Que nojo de pís é este?
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