Tormenta e Nevoeiro
............................................................................................
Que jaz no abismo sob o mar que se ergue ?
Nós, Portugal, o poder ser.
Que inquietação do fundo nos soergue ?
O desejar poder querer.
.............................................................................................
Nem rei nem lei, nem paz nem guerra,
Define com perfil e ser
Este fulgor baço da terra
Que é Portugal a entristecer -
Brilho sem luz e sem arder,
Como o que o fogo-fátuo encerra.
Ninguém sabe que coisa quere.
Ninguém conhece que alma tem,
Nem o que é mal nem o que é bem.
(Que ânsia distante perto chora ?)
Tudo é incerto e derradeiro.
Tudo é disperso, nada é inteiro.
Ó Portugal, hoje és nevoeiro...
É a Hora !
Fernando Pessoa, in "Mensagem"
Que jaz no abismo sob o mar que se ergue ?
Nós, Portugal, o poder ser.
Que inquietação do fundo nos soergue ?
O desejar poder querer.
.............................................................................................
Nem rei nem lei, nem paz nem guerra,
Define com perfil e ser
Este fulgor baço da terra
Que é Portugal a entristecer -
Brilho sem luz e sem arder,
Como o que o fogo-fátuo encerra.
Ninguém sabe que coisa quere.
Ninguém conhece que alma tem,
Nem o que é mal nem o que é bem.
(Que ânsia distante perto chora ?)
Tudo é incerto e derradeiro.
Tudo é disperso, nada é inteiro.
Ó Portugal, hoje és nevoeiro...
É a Hora !
Fernando Pessoa, in "Mensagem"
0 Comments:
Enviar um comentário
<< Home