quinta-feira, agosto 30, 2007

PÉSSIMO AMBIENTE

"No que respeita à história do milho transgénico, que entretém Agosto, o momento mais divertido foi o desempenho do dr. Louçã na Sic Notícias, a tratar o Bloco de Esquerda por "eu" e a fugir dos pedidos de Mário Crespo para que condenasse a "ceifa" da semana passada.

Dito isto, confesso que, na essência, a minha posição não difere da de Miguel Portas. Como o eurodeputado do BE, eu "simpatizo com movimentos que sejam capazes de fazer saltar para o debate público os 'pontos negros' da nossa civilização inovando nas acções, se necessário nos limites da lei". Como ele, acho que um "problema de saúde pública" merece o "princípio da precaução", e que um eventual gesto violento "deve ser colocado na balança do ganho social que o gesto induziu", por exemplo contribuindo para a discussão dos riscos ambientais.

A diferença é que eu não me refiro aos transgénicos, mas à higiene dos membros do Verde Eufémia. As imagens televisivas da destruição do milheiral em Silves mostraram com nitidez que os activistas não vêem sabão vai para dois lustros. E, ao invés dos que sucede com os organismos geneticamente modificados, os perigos de contaminação do mero esterco estão demonstrados há muito. Os germes e os vírus (para não falar dos bombos) que os ditos "ecologistas" carregam impunemente por toda a parte são um problema de saúde pública para o qual é urgente chamar a atenção. Mesmo, se tiver de ser, através de acções de "desobediência civil", um conceito vago que pelos vistos integra a bordoada e a erradicação do mal - literalmente pela raiz.

Portugal não se pode manter na cauda da consciência ecológica: um outro mundo, preferencialmente mais asseado, é possível. Impõe-se é que, sob o "princípio da precaução", os cidadãos se unam para combater os "pontos negros" e as doenças com que certos insurgentes juvenis, a serviço das multinacionais da imundície, nos ameaçam. É questão de arregimentar umas centenas de mascarados (por protecção e estética, volto a Miguel Portas) que invadam as concentrações de piolhos e activistas, oferecendo duches aos convertíveis e bastonadas aos casos perdidos.

Palpita-me que um bom lugar para uma experiência-piloto de limpeza teria sido o Festival Freedom, em Elvas, destinado a poluir a ruralidade e, segundo a organização, a alcançar "o equilíbrio entre a natureza e a tecnologia". Acontece que o equilíbrio obviamente não se alcançou e, mediante 15 mil doses de droga, cento e tal detenções, trinta e tal internamentos hospitalares e uma vítima mortal, o festival limpou-se sozinho
. "

Alberto Gonçalves

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