De Espanha nem bom vento, nem bom casamento

"Entre 100 a 150 litros de combustível por ano. Estes são os números avançados por Ferreira de Oliveira, presidente da Galp Energia, ontem em conferência de imprensa, e que dizem respeito ao que a companhia perde, em média, por ano, para Espanha.

Tudo devido aos elevados preços de combustível praticados em Portugal, consequência directa dos impostos. Este volume de litros de combustível – que o presidente da empresa não quantificou em valor – demonstra que os portugueses mais próximos de Espanha não hesitam em passar a fronteira na hora de abastecer. E o problema tende a agravar-se. Se inicialmente atingia os postos de abastecimento num raio de 50 quilómetros, hoje já vai nos 80. Ferreira de Oliveira mostra-se compreensível para com o Governo. Sabe que o imposto sobre os produtos petrolíferos (ISP) representa 14% da receita fiscal, mas também sabe que está a perder negócio. Por isso quer chamar a atenção do executivo. E se a perda de receita não preocupar o accionista, o CEO da Galp lembra que os portugueses estão a pagar impostos em Espanha, mas que continuam a usar as infra-estruturas em Portugal."

Ana Cunha Almeida e Mónica Silvares