Segurança e terrorismo
"A principal preocupação do Estado deveria ser a segurança dos cidadãos. Que não se resume à garantia de que se está protegido contra agressões físicas ou ao património.
O conceito é muito mais lato. E nobre. Envolve a segurança na doença, no desemprego, na reforma e na certeza de que justiça nos será sempre feita. Mas (sabe-mo-lo na carne) estamos muito longe desse ideal. E cada vez nos afastamos mais dele.
As pessoas não têm garantias nem meios para exigir a segurança que lhes é devida. Acomodámo-nos à falta de segurança, como mais uma fatalidade.
E aqui entram os fantasmas e os equívocos do Governo. Que nos últimos dias ajudou a montar um delirante show à volta de eventuais intenções da ETA em estabelecer uma ou mais bases de apoio em Portugal.
Tudo sem a existência de uma única prova. Uma única. Apeteceu ao juiz Baltazar Garzón vir fazer uma passeata a Portugal e aproveitou, com inesperado êxito, para convidar as nossas forças de segurança a que se dedicassem a caçar fantasmas. Foi uma pacóvia exaltação de um perigoso colaboracionismo.
É claro que todo o terrorismo tem de ser combatido. No lugar próprio e com os meios adequados. E por gente inteligente. É evidente que qualquer grupo terrorista pode tentar estabelecer bases de apoio em Portugal. Como noutro país qualquer. Não pedem licença para entrar. Entram e servem-se. Mas da realidade ( que é a inexistência de um único indício de tal intenção ou presença) ao quase delírio que por aí vimos vai um passo muito grande.
Os nossos vizinhos Espanhóis não se entendem com a ETA, que é o seu maior problema político e de segurança interno. E receiam-na. Com razão.
Como têm uns pacóvios aqui ao lado, que nada sabem da história das autonomias em Espanha, e da ETA só saberão que faz um condenável terrorismo, ensaiaram uma ( bem conseguida) manobra de diversão. Pôr os Etarras a olhar para nós e meter-nos na embrulhada.
Se fossemos campeões mundiais da segurança ainda se poderia entender minimamente este episódio. Mas não. Somos uns tristes. Nas nossas ruas, transportes públicos, lugares de diversão e até nas nossas casas o Governo e as suas polícias mostram-se impotentes para garantir a nossa segurança! E está-se perfeitamente nas tintas para isso.
Vivemos num País onde o Estado não consegue sequer livrar-nos do terrorismo amadorístico, mas de invulgar violência de pedófilos, violadores, proxenetas e assaltantes de rua. Nem de traficantes de droga. Nem do, muito na moda, terrorismo da porta de bar ou de gasolineiras. Mas promete combate aos grupos terroristas organizados e bem armados com dezenas de anos de confronto com polícias especializadas.
A insegurança que o Governo nos assegura e a leviandade com que aborda estas questões da segurança e do terrorismo são também uma forma de terrorismo. E essa já ninguém sabe como a combater.
PS. O PR vetou o estatuto da GNR. Está a tomar-lhe o gosto. E quem aposta na moralização do sistema também. A opinião pública tem potenciado quase unanimemente a oportunidade e o sentido de todos os vetos presidenciais. Só os porta-vozes de serviço permanente do grupo parlamentar do PS tresmalharam. Como se impunha. Falsamente reverenciais. Como se impunha, também."
João Marques dos Santos
O conceito é muito mais lato. E nobre. Envolve a segurança na doença, no desemprego, na reforma e na certeza de que justiça nos será sempre feita. Mas (sabe-mo-lo na carne) estamos muito longe desse ideal. E cada vez nos afastamos mais dele.
As pessoas não têm garantias nem meios para exigir a segurança que lhes é devida. Acomodámo-nos à falta de segurança, como mais uma fatalidade.
E aqui entram os fantasmas e os equívocos do Governo. Que nos últimos dias ajudou a montar um delirante show à volta de eventuais intenções da ETA em estabelecer uma ou mais bases de apoio em Portugal.
Tudo sem a existência de uma única prova. Uma única. Apeteceu ao juiz Baltazar Garzón vir fazer uma passeata a Portugal e aproveitou, com inesperado êxito, para convidar as nossas forças de segurança a que se dedicassem a caçar fantasmas. Foi uma pacóvia exaltação de um perigoso colaboracionismo.
É claro que todo o terrorismo tem de ser combatido. No lugar próprio e com os meios adequados. E por gente inteligente. É evidente que qualquer grupo terrorista pode tentar estabelecer bases de apoio em Portugal. Como noutro país qualquer. Não pedem licença para entrar. Entram e servem-se. Mas da realidade ( que é a inexistência de um único indício de tal intenção ou presença) ao quase delírio que por aí vimos vai um passo muito grande.
Os nossos vizinhos Espanhóis não se entendem com a ETA, que é o seu maior problema político e de segurança interno. E receiam-na. Com razão.
Como têm uns pacóvios aqui ao lado, que nada sabem da história das autonomias em Espanha, e da ETA só saberão que faz um condenável terrorismo, ensaiaram uma ( bem conseguida) manobra de diversão. Pôr os Etarras a olhar para nós e meter-nos na embrulhada.
Se fossemos campeões mundiais da segurança ainda se poderia entender minimamente este episódio. Mas não. Somos uns tristes. Nas nossas ruas, transportes públicos, lugares de diversão e até nas nossas casas o Governo e as suas polícias mostram-se impotentes para garantir a nossa segurança! E está-se perfeitamente nas tintas para isso.
Vivemos num País onde o Estado não consegue sequer livrar-nos do terrorismo amadorístico, mas de invulgar violência de pedófilos, violadores, proxenetas e assaltantes de rua. Nem de traficantes de droga. Nem do, muito na moda, terrorismo da porta de bar ou de gasolineiras. Mas promete combate aos grupos terroristas organizados e bem armados com dezenas de anos de confronto com polícias especializadas.
A insegurança que o Governo nos assegura e a leviandade com que aborda estas questões da segurança e do terrorismo são também uma forma de terrorismo. E essa já ninguém sabe como a combater.
PS. O PR vetou o estatuto da GNR. Está a tomar-lhe o gosto. E quem aposta na moralização do sistema também. A opinião pública tem potenciado quase unanimemente a oportunidade e o sentido de todos os vetos presidenciais. Só os porta-vozes de serviço permanente do grupo parlamentar do PS tresmalharam. Como se impunha. Falsamente reverenciais. Como se impunha, também."
João Marques dos Santos
1 Comments:
A Garzón le gustaría ir destinado al Jardim a Beira Mar Plantado.....
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