terça-feira, agosto 28, 2007

TÍBIAS DE PAU

"Já não punha os olhos na Selecção de futebol desde o Mundial da Alemanha, essa epopeia em que, após esmagarmos a "fantasia" dos angolanos e as tíbias dos holandeses, nos afirmámos como uma das melhores equipas da Terra. Vi agora o desafio com a Arménia e, a acreditar na bibliografia consultada, Portugal empatou por causa do fuso horário, da duração da viagem, do momento psicológico de Cristiano Ronaldo, do estado do relvado, do "nacionalismo" (cito o sr. Madaíl) e da capacidade física dos adversários.

A medo, eu acrescentaria o ligeiríssimo facto de a "equipa de todos nós" não jogar nada de nada. Sendo porém um leigo em assuntos da bola, prefiro calar-me a contrariar os especialistas. Se 3826 comentadores garantem que Portugal os conduz a desmaios de prazer, prontifico-me a desmaiar com eles. Aguardo apenas por um jogo em que a Selecção não necessite de sair de Lisboa, em que Ronaldo esteja psicologicamente recuperado, em que a relva mereça tratamento de 400 jardineiros britânicos e em que os atletas opositores odeiem o seu país e padeçam de atrofia muscular.

Ridículo? Nem por sombras: os maiores talentos precisam de condições adequadas. Houve grandes futebolistas holandeses que não actuavam em ditaduras (Cruyff) e não viajavam de avião (Bergkamp). E, do Mundial para cá, alguns até se devem recusar a defrontar portugueses
."

Alberto Gonçalves

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