BCP
"O Banco de Portugal vai pedir esclarecimentos ao BCP sobre os créditos concedidos pelo banco ao filho de Jardim Gonçalves.
Vitor Constâncio, o Governador, quer saber se o BCP violou a lei. Assim mesmo: quer saber se o BCP violou alguma das normas que regulam a banca. O assunto é muito sério.
Primeiro: O que o banco de Portugal vai agora investigar é se o crédito foi concedido directamente a Filipe Jardim Gonçalves ou, em alternativa, a uma sociedade que fosse maioritariamente detida por ele. Não é um detalhe, esta informação. Ela significa que só existe crime se o crédito tiver sido concedido (1) directamente a um filho, marido/mulher ou parente de algum - qualquer um - membro dos órgãos de administração ou fiscalização do banco ou (2) a uma empresa que seja controlada por alguém com essa relação de parentesco. Portanto, se o filho, marido/mulher ou parente for apenas um accionista minoritário não existe crime.
Segundo:
Filipe Jardim Gonçalves detinha diversas empresas – e que todas elas mantinham relações comerciais com o BCP. O Banco de Portugal vai, agora, apurar se o mesmo Filipe Jardim Gonçalves era o accionista controlador destas instituições. Sendo, existe crime. E o que acontece, então?
Terceiro: Acontece que o Banco de Portugal (que regula a actividade bancária em Portugal) dará início a um processo de contra-ordenação. Isto é, um processo que passa para uma investigação do próprio Banco de Portugal, no sentido de ouvir todas as partes. Por outras palavras: mantém-se a presunção de inocência. No final, e no caso de se encontrar um culpado, a condenação pode ir tão longe como a de aplicar a inibição do exercício de funções aos administradores do BCP. É isso que vai acontecer? Não se sabe.
Quarto: O que se sabe é que este assunto não é nada parecido com a prática de declarar alguns créditos incobráveis. Melhor dito: a decisão que muitas empresas e bancos tomam de, perante dívidas que não conseguem saldar (e olhando os atrasos dos tribunais nacionais) desistirem dessas dívidas. O que os leva a aceitar a perda - lançando-a no balanço da empresa - ou a vender a outras instituições esse crédito (muito mais barato). No BCP isso não se passou - não é um incobrável normal. É perceber se foi concedido um empréstimo a algum filho, marido/mulher ou parente violando o tal artigo 85º.
Quinto, e último: É preocupante que o maior banco privado português fique debaixo desta suspeita por muito tempo. O país sabe bem o que acontece quando alguém é julgado nos jornais - é culpado antes de o ser. Num banco como o BCP, o assunto tem ainda mais escala - ele afecta todo o país. Foi bom ouvir ontem o Banco de Portugal a dizer que vai investigar. Esperam-se resultados, rápidos."
Martim Avillez Figueiredo
Vitor Constâncio, o Governador, quer saber se o BCP violou a lei. Assim mesmo: quer saber se o BCP violou alguma das normas que regulam a banca. O assunto é muito sério.
Primeiro: O que o banco de Portugal vai agora investigar é se o crédito foi concedido directamente a Filipe Jardim Gonçalves ou, em alternativa, a uma sociedade que fosse maioritariamente detida por ele. Não é um detalhe, esta informação. Ela significa que só existe crime se o crédito tiver sido concedido (1) directamente a um filho, marido/mulher ou parente de algum - qualquer um - membro dos órgãos de administração ou fiscalização do banco ou (2) a uma empresa que seja controlada por alguém com essa relação de parentesco. Portanto, se o filho, marido/mulher ou parente for apenas um accionista minoritário não existe crime.
Segundo:
Filipe Jardim Gonçalves detinha diversas empresas – e que todas elas mantinham relações comerciais com o BCP. O Banco de Portugal vai, agora, apurar se o mesmo Filipe Jardim Gonçalves era o accionista controlador destas instituições. Sendo, existe crime. E o que acontece, então?
Terceiro: Acontece que o Banco de Portugal (que regula a actividade bancária em Portugal) dará início a um processo de contra-ordenação. Isto é, um processo que passa para uma investigação do próprio Banco de Portugal, no sentido de ouvir todas as partes. Por outras palavras: mantém-se a presunção de inocência. No final, e no caso de se encontrar um culpado, a condenação pode ir tão longe como a de aplicar a inibição do exercício de funções aos administradores do BCP. É isso que vai acontecer? Não se sabe.
Quarto: O que se sabe é que este assunto não é nada parecido com a prática de declarar alguns créditos incobráveis. Melhor dito: a decisão que muitas empresas e bancos tomam de, perante dívidas que não conseguem saldar (e olhando os atrasos dos tribunais nacionais) desistirem dessas dívidas. O que os leva a aceitar a perda - lançando-a no balanço da empresa - ou a vender a outras instituições esse crédito (muito mais barato). No BCP isso não se passou - não é um incobrável normal. É perceber se foi concedido um empréstimo a algum filho, marido/mulher ou parente violando o tal artigo 85º.
Quinto, e último: É preocupante que o maior banco privado português fique debaixo desta suspeita por muito tempo. O país sabe bem o que acontece quando alguém é julgado nos jornais - é culpado antes de o ser. Num banco como o BCP, o assunto tem ainda mais escala - ele afecta todo o país. Foi bom ouvir ontem o Banco de Portugal a dizer que vai investigar. Esperam-se resultados, rápidos."
Martim Avillez Figueiredo
16 Comments:
Esta história vem pôr um ponto final na carreira de um homem, que fez perder muito dinheiro a muita gente que nele confiou, subscrevendo aumentos de capitaldo BCP (por vezes recorrendo ao crédito junto do próprio BCP), para mais tarde se aperceberem que o seu dinheiro foi desbaratado em projectos megalómanos ou de duvidosa rendabilidade. O BCP foi sob a sua batuta um destruidor de capital.Ainda para mais, capital alheio e de gente boa que nele confiou.
Este tema, não sendo virgem na nossa democracia, é um insulto à inteligência dos portugueses. É que à mulher de César, não basta sê-lo, tem que parecê-lo. Seria interessante que os Administradores actuais e antigos do BCP, viessem esclarecer cabalmente os portugueses, e, muito em particular os seus patrões (Accionistas) de que todos os seus clientes têm um tratamento igual (embora bem saibamos como estas coisas são). Mas o engraçado nesta novela BCP, seja a verificação de que os empregados (Administradores)mandam mais que os patrões (Accionistas).
Unicamente comentar, se fosse um jovem ou um casal, para aquisição de uma casa para viver, sonho de qualquer pessoa, concerteza que o banco ja estaria em PENHORA, felizmente ou infelizmente que o Sr. Jorge Gonçalves nã otem necessidades, como tantos portugueses, por isso e desculpem-me, do BCP é só a conta ordenado e deste grupinho económico o último que sair deste bancozito que apague a luz. .... entenda-se as entrelinhas....
Como é que a pessoa que colocou o banco no lugar de destaque que o BCP tinha pode agora continuar como está não sentindo incomodo por esta novela de cordel à qual não se vê o fim. Mesmo que haja algum aproveitamento desta história é preciso que Jardim Gonçalves ajude a resolvê-la com rapidez e não deixe que a instituição corra ainda mais riscos. A sua alternativa é a demissão que já vem tarde. Ele e Teixeira Pinto provaram que ambos estavam erados e uma nova alternativa terá que surgir.....que nao Berardo isso parece-me também claro.
Trata-se de uma interpretação admissivel a um qualquer xico esperto. Mas a um presidente de um Banco não se admite tal. Não basta ser sério tem de parecê-lo. Ao armar-se em xico esperto está dar um péssimo exemplo para o interior da instituição podendo todo imitarem o presidente. Aliás é o que já acontece o Banco está ao Deus dará. A fazer fé nas noticias e no regulamento há ilegalidade.O Regime Geral das Instituições de Crédito ( RGICSF) foi aprovado pelo DL 298/92 tendo ao longo dos anos sido introduzidas alterações uma delas em 2002 pelo DL 201/2002. O artº. 85º. Já tinha em 1992 a seguinte redacção: “1- Sem prejuízo do disposto nos nºs. 5 e 6, as instituições de crédito não podem conceder crédito, sob qualquer forma ou modalidade, incluindo a prestação de garantias,quer directa quer indirectamente, aos membros dos seus órgãos de administração ou fiscalização, nem a sociedades ou outros entes colectivos por eles directa ou indirectamente dominados. 2- Presume-se o carácter indirecto da concessão de crédito quando o beneficiário seja cônjuge, parente ou afim em 1º. Grau de algum membro dos órgãos de administração ou fiscalização ou uma sociedade directa ou indirectamente dominada por alguma ou algumas daquelas pessoas.”
Não basta ser sério tem de parecê-lo. Trata-se de uma interpretação admissível a um qualquer xico esperto. Mas a um presidente de um Banco não se admite tal. Não basta ser sério tem de parecê-lo. Ao armar-se em xico esperto está dar um péssimo exemplo para o interior da instituição podendo, a partir de agora, todos imitarem o presidente. Aliás é o que já acontece o Banco está ao Deus dará. Basta entrar numa Agência do Millennium e escutar os desabafos dos clientes pondo em causa a eficácia dos serviços comerciais e da rectaguarda. Já não é o que era. A fazer fé nas noticias e no regulamento há ilegalidade. O Regime Geral das Instituições de Crédito ( RGICSF) foi aprovado pelo DL 298/92 tendo ao longo dos anos sido introduzidas alterações uma delas em 2002 pelo DL 201/2002. O artº. 85º. Já tinha em 1992 a seguinte redacção: “1- Sem prejuízo do disposto nos nºs. 5 e 6, as instituições de crédito não podem conceder crédito, sob qualquer forma ou modalidade, incluindo a prestação de garantias, quer directa quer indirectamente, aos membros dos seus órgãos de administração ou fiscalização, nem a sociedades ou outros entes colectivos por eles directa ou indirectamente dominados. 2- Presume-se o carácter indirecto da concessão de crédito quando o beneficiário seja cônjuge, parente ou afim em 1º. Grau de algum membro dos órgãos de administração ou fiscalização ou uma sociedade directa ou indirectamente dominada por alguma ou algumas daquelas pessoas
De facto a coisa está negra no BCP. As más notícias não param. Será que é uma campanha de desinformação? Não me parece. Onde há fumo há fogo, e o BCP está a arder há demadiado tempo para isto ser apenas uma cosntrução dos inimigos do Jardim.
Mas,o activo governador do BP já veio dizer que isto não põe em causa o sistema financeiro nacional.Certamente que são poucos os responsáveis por bancos que têm filhos adultos ,que tal como os endividados que vão à Deco, só "acordam" já de bolsos vazias.Até porque neste caso, é de imaginar que carritos e casitas de luxo fizeram parte dos "overheads".Não seria melhor levá-los a frequentar cursos de gestão?A bem da "obra"...
BP disse que vai investigar, não disse quando, nem com que prioridade! Já agora responda-me se souber, "quantos inquéritos de investigação deste jaez estão no fundo de gavetas e numca verão a luz do dia? Lembre-se que o povo diz e com razão que "CÃES E LOBOS, COMEM TODOS".
Para além da legalidade ou não do empréstimo e do perdão da divida, existe sempre uma questão ética e aí é evidente a falta de ética por parte do presidente de uma instituição bancária, o que fragiliza não só a credibilidade do BCP como a de toda a instituição bancária. Mesmo o Banco de Portugal que devia zelar pela credibilidade do sistema bancário, apenas toma uma atitude tardiamente e em consequência de notícias na imprensa, o que nos leva a duvidar da sua eficácia no controle da banca. A agravar a situação são perdoados 15 milhõesd de juros de um empréstimo para compra de acções e pergunto: - Os juros de todos os empréstimos realizados pelo BCP para a compra de acções foram perdoados? Como se empresta milhões para a compra de acções sem garantias? Qual a razão pela qual se perdoam os juros e não se toma as acções para cobrir a divida? E como é possível o Sr. Gonçalves não se dimitir? Falta de ética, provavelmente.
Penso ser importante realçar que de facto o acontecimento de um facto destes, não pode nem deve descredibilizar todo um sector, em particular o financeiro, que se quer, imaculado e de total transparência. Agora o que as entidades supervisoras fizerem é que dará enfase ao quão está ou não está salvaguardado um sector destes. Seja como for, mesmo que tudo legal, ético, bonito, altivo e bonito não foi. Pouca dignidade cabe neste assunto, se é que cabe alguma. Lembremos que usar a lei ou qualquer lacuna da mesma, para fins menos morais e éticos é em si uma ilegalidade...Mas, mesmo que tudo seja como nos livros, resta a pergunta - Que casa é aquela em que este assunto não aparece nos relatórios e contas, não consta das notas explicativas, não é detectado por ROCs, auditores, administradores? Bem, se prevalece isto, resta a pergunta, tal entidade, com uma organização destas, falível, desarticulada, absolutamente sem rei nem roque, é passível de continuar a exercer a sua actividade num sector que se quer com os mais altos padrões de organização, transparência, moral, dignidade, equidade e igualdade? Se tudo bem, então, tudo mal....Resolver-se uns problemas não é exactamente o mesmo que resolver-se "OS" problemas. Não espero menos das entidades reguladoras, que uma acção em carga e intensidade igual ao que de anti-tudo esta teve, a quem quero continuar a prestar o meu maior respeito e apreço.
O que é triste verificar é que esta gente, que enriqueceu brutalmente sem qualquer controlo dos accionistas, acha-se no direito de reclamar que não houve ilegalidades, quando o que está em causa é uma questão moral e ética, e tão só. Preocupações que nunca foram o apanágio desta equipa que tomou de assalto a instituição, e que bem tem prejudicado os pequenos accionistas.
Quem manda em Portugal são meia duzia de familias ricas, onde os seus elementos casam uns entre os outros, formando um clã e um loby fortíssimo na Economia Nacional e que controla os politicos que querem enriquecer à pressa. Estão metidos em todo o lado onde se pode aspirar a todo o tipo de poder, Maçonaria, Justiça, O.A..etc.Enquanto não foram debelados, este país "está frito" e condenado à pobreza.
Mais uma prova como se vive neste país onde só se façam os ricos. Assim na justiça (qual justiça?) assim nas finanças! A questão não é a ilegalidade ! É que o perdão da dívida - Prejuízo para o Banco - Foi surripado , como quem diz roubado, aos dividendos dos acionistas ! Querem de fazer de parvos os "coitados" !
É uma vergonha o q está acontecer neste pobre país "perdão de milhões de dívidas" eu nem quero acreditar. Mas o q estão a fazer os q nos governam? É um país de corruptos e não fazem nada. Ninguém devia votar nas próximas eleições. Eu não voto mais. Não seria melhor sermos governados pelos espanhóis?!... Os pobres continuam e a exigirem pagamento de impostos, os ricos têm toda a liberdade.
O sr. vitor constancio pelas razões que todos conhecem pouca credibilidade merece. Quanto ao BCP, não está em causa a sua credibilidade - há muito que ela é questionada - mas, vamos lá a ver, os tais 27 milhões foram considerados PREJUÍZOS, não é assim? E os accionistas de lucros receberam ZERO! Isto dos seus pequenos lucros foi para perdoar a dívida!
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