Pobres crianças
"As crianças deste sítio vão ser agora confrontadas com uma ética feita por gente corrupta e sem moral para falar na República.
Cavaco Silva escolheu a corrupção como tema da sua intervenção no 5 de Outubro de há um ano. Fez avisos e apelos à classe política, leia-se ao Parlamento e à estrondosa e habitual maioria constituída pelos deputados do PS e PSD, o tristemente célebre Bloco Central que tomou conta deste sítio, dos seus negócios e, claro, do Estado, sendo o primeiro e praticamente único responsável pelo estado a que isto chegou em todos os domínios.
As palavras presidenciais deram o resultado que se conhece. A corrupção aumentou de forma significativa e os donos do sítio andaram uns meses a fingir que estavam seriamente preocupados com o assunto. Pelo caminho despacharam para um exílio dourado João Cravinho, socialista, que apresentou algumas propostas inovadoras para tentar prevenir e travar a pouca-vergonha que entra pelos olhos adentro de todo e qualquer cidadão que não ande distraído neste sítio cada vez mais corrupto, mais perigoso e mais mal frequentado.
Agora, um ano depois, o bem intencionado socialista revela que foi um dos maiores choques da sua vida ver que as ideias para combater a corrupção eram recebidas com mal-estar no PS. Do outro lado do Bloco Central a história é a mesma. Pacheco Pereira, uma voz autorizada do lado laranja e que esteve bem dentro do PSD durante o cavaquismo, afirma que há pessoas dentro do seu partido que convivem, pacificamente, com elementos que estão envolvidos em processos de corrupção e tráfico de influências.
No 5 de Outubro deste ano o tema escolhido por Cavaco Silva foi a escola. No mesmo dia em que a ex-provedora da Casa Pia denunciava no semanário ‘Sol’ a continuação de abusos sexuais a crianças da instituição e afirmava que já tinha entregue uma queixa na Procuradoria-Geral da República com factos e nomes. Na mesma altura em que um secretário de Estado do Governo do presidente do Conselho, José Sócrates, revelava ao atónito povo do sítio que a ética republicana ia passar a ser ensinada nas escolas públicas. O Estado corrupto que permite há dezenas de anos que as crianças da Casa Pia sejam abusadas sexualmente e alimentem redes nacionais e internacionais de pedofilia, com a bênção de gradas figuras do regime, vai agora ensinar aos alunos a sua ética republicana. A pouca-vergonha, pelos vistos, não tem limites.
As crianças deste sítio já sofrem na pele as consequências de um sistema de ensino miserável que as atira para a vida sem preparação e muito menos qualificação. Agora vão ser confrontadas com uma ética feita por gente corrupta e sem moral para falar na República."
António Ribeiro Ferreira
Cavaco Silva escolheu a corrupção como tema da sua intervenção no 5 de Outubro de há um ano. Fez avisos e apelos à classe política, leia-se ao Parlamento e à estrondosa e habitual maioria constituída pelos deputados do PS e PSD, o tristemente célebre Bloco Central que tomou conta deste sítio, dos seus negócios e, claro, do Estado, sendo o primeiro e praticamente único responsável pelo estado a que isto chegou em todos os domínios.
As palavras presidenciais deram o resultado que se conhece. A corrupção aumentou de forma significativa e os donos do sítio andaram uns meses a fingir que estavam seriamente preocupados com o assunto. Pelo caminho despacharam para um exílio dourado João Cravinho, socialista, que apresentou algumas propostas inovadoras para tentar prevenir e travar a pouca-vergonha que entra pelos olhos adentro de todo e qualquer cidadão que não ande distraído neste sítio cada vez mais corrupto, mais perigoso e mais mal frequentado.
Agora, um ano depois, o bem intencionado socialista revela que foi um dos maiores choques da sua vida ver que as ideias para combater a corrupção eram recebidas com mal-estar no PS. Do outro lado do Bloco Central a história é a mesma. Pacheco Pereira, uma voz autorizada do lado laranja e que esteve bem dentro do PSD durante o cavaquismo, afirma que há pessoas dentro do seu partido que convivem, pacificamente, com elementos que estão envolvidos em processos de corrupção e tráfico de influências.
No 5 de Outubro deste ano o tema escolhido por Cavaco Silva foi a escola. No mesmo dia em que a ex-provedora da Casa Pia denunciava no semanário ‘Sol’ a continuação de abusos sexuais a crianças da instituição e afirmava que já tinha entregue uma queixa na Procuradoria-Geral da República com factos e nomes. Na mesma altura em que um secretário de Estado do Governo do presidente do Conselho, José Sócrates, revelava ao atónito povo do sítio que a ética republicana ia passar a ser ensinada nas escolas públicas. O Estado corrupto que permite há dezenas de anos que as crianças da Casa Pia sejam abusadas sexualmente e alimentem redes nacionais e internacionais de pedofilia, com a bênção de gradas figuras do regime, vai agora ensinar aos alunos a sua ética republicana. A pouca-vergonha, pelos vistos, não tem limites.
As crianças deste sítio já sofrem na pele as consequências de um sistema de ensino miserável que as atira para a vida sem preparação e muito menos qualificação. Agora vão ser confrontadas com uma ética feita por gente corrupta e sem moral para falar na República."
António Ribeiro Ferreira
posted by Dr. Assur at 08:21
1 Comments:
O Senhor António Ribeiro Correia disse tudo, e nada há mais a dizer.Infelizmente o Sr Cavaco Silva não pode ter memória curta.
Os tempos são perigosos. A democracia é uma miragem.
O povo tem medo de sair à rua.
Outros que se deveriam atirar a quem provoca a situação atiram aos seus iguais. e ainda não perceberam que não há volta a dar, infelizmente.
Falta apenas o rastilho.
TOUPEIRA
Enviar um comentário
<< Home