TARADOS & MANÍACOS
"Não esperava que as minhas triviais considerações sobre "Che" Guevara, na semana passada, suscitassem tamanha fúria. Além de uma série de e-mails a proporem-me o tratamento que "El Comandante" aplicava aos adversários, Vítor Dias, uma sumidade do PCP, chamou-me no seu blogue "simpatizante de assassinos". Vindo do sr. Dias, o qualificativo não é um mero elogio: é a glória. Mesmo que o sr. Dias não especifique os "assassinos" com quem eu "simpatizo", imagino que se refira a George W. Bush, ocasionalmente aqui evocado sem a gosma insultuosa que a esquerda exige. Por acaso, nunca achei Bush exactamente "simpático": é só o líder democraticamente eleito de um país próspero, progressista e bastante mais livre que 99% das nações da Terra. Ou seja, tudo o que o sr. Dias detesta.
Conforme se afere do seu brilhante currículo, o sr. Dias prefere a companhia dos que tomam o poder à força para iluminar, igualmente à força, as massas brutas. Lenine, Estaline, Pol Pot e Kim Il Sung são nomes que surgem de repente. Por azar, nos tempos que correm, tornou-se um bocadinho complicado elogiar tais vultos em público, sob pena de descrédito. As travessuras de Estaline, Mao ou até Fidel foram já demasiado divulgadas para que os seus fiéis pratiquem o respectivo culto com total à-vontade. Sobra-lhes o "Che".
O "Che" apenas se distingue das figuras acima pela eventual rejeição da "institucionalidade" pós-revolucionária. Fidel, por exemplo, contentou-se com o poder e vem exercendo a repressão necessária à manutenção do poder. É plausível que Guevara, um perfeito psicopata, aborrecesse racionalismos do género e qualquer ordem que dificultasse o seu único desígnio: matar. Apesar disso, ou se calhar por isso, o carniceiro das t-shirts beneficia há décadas de uma imprensa compreensiva, que relativiza os seus inúmeros crimes e legitima a adoração em seu redor. Para a esquerda autêntica, incluindo para os comunistas "ortodoxos" que em 1967 divergiam do "Che" por razões "estratégicas", essa adoração constitui a catarse e o alívio que lhes resta. Hoje, é através do louvor do "Che" que manifestam sem risco a sua repulsa pelas sociedades abertas, normalmente dissimulada numa tolerância fingida e cansativa.
Claro que, a julgar pela verborreia alusiva às comemorações (no meu caso literais) da morte do sujeito, as referências ao sorriso do "Che", ao olhar do "Che", ao romantismo do "Che", à juventude do "Che" e à ternura do "Che" também insinuam uma atracção sexual mal resolvida, mas em sonhos eróticos não me meto. Na cama, cada um escolhe as taras ou os tarados que entende."
Alberto Gonçalves
Conforme se afere do seu brilhante currículo, o sr. Dias prefere a companhia dos que tomam o poder à força para iluminar, igualmente à força, as massas brutas. Lenine, Estaline, Pol Pot e Kim Il Sung são nomes que surgem de repente. Por azar, nos tempos que correm, tornou-se um bocadinho complicado elogiar tais vultos em público, sob pena de descrédito. As travessuras de Estaline, Mao ou até Fidel foram já demasiado divulgadas para que os seus fiéis pratiquem o respectivo culto com total à-vontade. Sobra-lhes o "Che".
O "Che" apenas se distingue das figuras acima pela eventual rejeição da "institucionalidade" pós-revolucionária. Fidel, por exemplo, contentou-se com o poder e vem exercendo a repressão necessária à manutenção do poder. É plausível que Guevara, um perfeito psicopata, aborrecesse racionalismos do género e qualquer ordem que dificultasse o seu único desígnio: matar. Apesar disso, ou se calhar por isso, o carniceiro das t-shirts beneficia há décadas de uma imprensa compreensiva, que relativiza os seus inúmeros crimes e legitima a adoração em seu redor. Para a esquerda autêntica, incluindo para os comunistas "ortodoxos" que em 1967 divergiam do "Che" por razões "estratégicas", essa adoração constitui a catarse e o alívio que lhes resta. Hoje, é através do louvor do "Che" que manifestam sem risco a sua repulsa pelas sociedades abertas, normalmente dissimulada numa tolerância fingida e cansativa.
Claro que, a julgar pela verborreia alusiva às comemorações (no meu caso literais) da morte do sujeito, as referências ao sorriso do "Che", ao olhar do "Che", ao romantismo do "Che", à juventude do "Che" e à ternura do "Che" também insinuam uma atracção sexual mal resolvida, mas em sonhos eróticos não me meto. Na cama, cada um escolhe as taras ou os tarados que entende."
Alberto Gonçalves
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