Diferenças
"Observe o debate do Orçamento de Estado no Parlamento e descubra – ou pelo menos tente descobrir – as diferenças entre o Governo e o partido do alterne democrático.
Sobre fiscalidade, por exemplo, o Governo entende que não tem folga suficiente para baixar os impostos. Nem mesmo o IVA, cujo aumento tanto criticou quando era oposição. O PSD já pensou de outro modo mas agora está de acordo em não baixar impostos. Sobre a chamada reforma do Estado, o Governo do PS não despediu, reformou ou passou à prateleira tantos funcionários como desejaria e como o PSD gostaria de ter despedido, reformado ou armazenado mas não o fez no seu tempo, porque tinha a contestação do PS à perna.
O desemprego poderá ser um cavalo-de-batalha do debate orçamental. Com o actual Governo o número de desempregados disparou e para encontrar um valor superior é preciso recuar 21 anos, mais precisamente, até ao segundo trimestre de 1986. Ora com o Governo do actual líder parlamentar do maior partido da Oposição, a taxa de desemprego só atingira, no terceiro trimestre do ano de 2004, o máximo dos últimos seis anos. Há aqui, portanto, uma margem de 15 anos de retrocesso.
Mas será que o actual primeiro-ministro poderá prometer para 2008 “inverter a situação” em virtude “do crescimento da economia e da eficácia das políticas activas de emprego” ou, por outras palavras, acenar que “com o Orçamento, abrir-se-á uma janela de esperança para todos”? Não. Isso foi o que proclamou o líder da bancada parlamentar quando era primeiro-ministro e a única janela de esperança que se abriu no ano seguinte foi ele ter sido despachado na primeira oportunidade.
E então, não encontra mais diferenças? Já observou as gravatas? "
João Paulo Guerra
Sobre fiscalidade, por exemplo, o Governo entende que não tem folga suficiente para baixar os impostos. Nem mesmo o IVA, cujo aumento tanto criticou quando era oposição. O PSD já pensou de outro modo mas agora está de acordo em não baixar impostos. Sobre a chamada reforma do Estado, o Governo do PS não despediu, reformou ou passou à prateleira tantos funcionários como desejaria e como o PSD gostaria de ter despedido, reformado ou armazenado mas não o fez no seu tempo, porque tinha a contestação do PS à perna.
O desemprego poderá ser um cavalo-de-batalha do debate orçamental. Com o actual Governo o número de desempregados disparou e para encontrar um valor superior é preciso recuar 21 anos, mais precisamente, até ao segundo trimestre de 1986. Ora com o Governo do actual líder parlamentar do maior partido da Oposição, a taxa de desemprego só atingira, no terceiro trimestre do ano de 2004, o máximo dos últimos seis anos. Há aqui, portanto, uma margem de 15 anos de retrocesso.
Mas será que o actual primeiro-ministro poderá prometer para 2008 “inverter a situação” em virtude “do crescimento da economia e da eficácia das políticas activas de emprego” ou, por outras palavras, acenar que “com o Orçamento, abrir-se-á uma janela de esperança para todos”? Não. Isso foi o que proclamou o líder da bancada parlamentar quando era primeiro-ministro e a única janela de esperança que se abriu no ano seguinte foi ele ter sido despachado na primeira oportunidade.
E então, não encontra mais diferenças? Já observou as gravatas? "
João Paulo Guerra
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