O estado de direito democrático

Acerca do artigo postado pelo Dr Assur: “Bem prega Frei Tomás”, alguns textos atrás, sem comentários.
Quando os estados se acomodaram, ou melhor , aqueles que governam os estados se acomodam aos interesses da finança das mafias ou dos processos mafiosos da finança dita legal, percebemos que tudo aquilo que levou à criação dos estados, se perdeu.
Porquê?
Porque os estados só são fortes quando os homens que os governam o são.
Quando amam o seu país e a sua pátria, acima de tudo.
São coisas em desuso?
É provável que o sejam, mas as modas são coisa de rebanho e quando o rebanho cresce sem razão de número, ou aumenta porque o roubo é hábito do pastor ou é porque as ovelhas fogem para o maior grupo, coisa de que duvido num rebanho de ovelhas…
Assim proliferam os paraísos bancários e fiscais fora da lei, on e off shore.
Em nome do laissez faire, laissez aller, “ o deixem o mercado funcionar”, o “menos estado , melhor estado”, faz parte da retórica de gente que está mais que envolvida com a parte negra dos estados ditos democráticos, (porque dos outros não é necessário falar).
Os discursos muito bonitos, oficiais e esvaziados de valor, apenas cheios de retórica enganadora, são usados para esconder uma coisa evidente: ninguém quer combater o crime e o dinheiro do crime.
As razões?
São os interesses dos estados que cada vez o são menos, porque morrem às mãos dos criminosos e aos interesses inconfessáveis de quem os governa, em ditadura ou em democracia.
Falta de meios?
Mentira!... e não é uma mentira piedosa!
Quem o diz esconde ou vergonha, porque não o deixam avançar, e a isso chama-se cobardia e há que mudar de profissão ou interesses inconfessáveis que defende.
Quando os agentes da justiça são controlados e funcionalizados em nome da reforma do estado, então alguma coisa está mal:
Será necessário que cada governo que aparece deve reformar o estado, apenas porque os senhores das organizações não representativas de coisa alguma, apenas dos interesses de muito poucos, chamadas de associações de isto ou daquilo, de parceiros ditos de isto e daquilo, o exigem?

As exigências fazem pensar que o não são, fazem pensar que são contrapartidas, como num jogo de parceiros, refiro-me a alguns jogos de cartas, claro está.
Será que a justiça com a funcionalização dos juízes melhora?
O que se pode então chamar aos actos derivados da sua actividade orientada por fora e por quem não deve, e não deve poder fazê-lo?
Porque razão é preciso falar sempre no estado de direito democrático e em nome dele?
Nunca ouvi tanto este termo ridículo…
Será que é porque se reconhece que existe um estado de direito não democrático?
Não! Não é um jogo de palavras. É o conteúdo das palavras que deve perturbar os seres pensantes e que ainda se atrevem a pensar, perante a verdade e a justiça.
“As épocas da corrupção são aquelas em que as maçãs caem da árvore: quero dizer os indivíduos, aqueles que carregam em si o sémen do futuro, os promotores da colonização intelectual, os que querem modificar as relações entre o Estado e a sociedade. A palavra corrupção só é um termo injurioso quando designa os Outonos de um povo.”

Em "A gaia ciência" Nietzsche