quarta-feira, novembro 07, 2007

O medo da morte violenta ou uma nova ordem?


O fim do petro dólar?

As questões geopolíticas, designadamente a possibilidade de um ataque militar americano e/ou israelita contra alvos no Irão, provocaram a subida dos preços do crude e do ouro. Os capitais, face à crescente aversão ao risco por parte dos investidores, estão a migrar em abundantes quantidades para os mercados da energia, mercadorias e matérias-primas base (commodities) numa fuga desenfreada dos arriscados mercados de capitais e de dívida. (pvc/reuters)

A divisa estadunidense entrou em forte queda nos mercados internacionais, após as autoridades de Pequim terem admitido hoje, mais uma vez, a sua intenção de abandonarem o dólar como moeda de referência na sua carteira de divisas estrangeiras. Cheng Siwei, vice-presidente do Congresso Nacional do Povo da China, disse aos jornalistas, em Pequim, que o seu país “irá favorecer divisas mais fortes em relação às mais fracas, e por isso vamos reajustar as nossas reservas de moeda estrangeira”. Face à sua posição institucional e ao organismo que representa, Siwei sinalizou uma decisão política tomada ao mais alto nível da hierarquia do Estado chinês que, em nossa opinião, liquida definitivamente o dólar como divisa de reserva a nível global. Depois da 2.ª Guerra Mundial, esta decisão da China, vai redefinir as regras para uma Nova Ordem Mundial, relegando para plano secundário, o peso e a influência dos EUA nos mercados, e na geopolítica, à escala planetária. (pvc c/ Reuters e Xinhua)

O Tesouro da China possuiu actualmente 1,43 milhões de biliões (1 430 000 000 000/trilhões) de dólares em reservas estrangeiras. Aquela notícia, conjugada com os outros factores, no final da manhã, fez apreciar o valor do Euro face à moeda americana. A divisa europeia era transaccionada nos mercados cambiais a USD 1,4670. Durante a madrugada, a margem de flutuação situou-se entre os USD 1,4556 e os USD 1,4703. Este último, foi o valor historicamente mais alto na paridade €/$ desde a introdução da moeda única europeia nos mercados cambiais. O USD atingiu o patamar mais baixo face ao Euro, comparativamente às flutuações cambiais anteriores a 1999. A paridade, em Março de 1995, atingiu o auge quando a então moeda mais forte da CEE, o marco alemão, registou o maior valor face ao dólar estadunidense.

O ouro ultrapassou hoje os USD 845/onça, e voltou a acelerar a velocidade para os patamares históricos atingidos nos anos 80. Sean Corrigan, estrategista-chefe de investimentos na Diapason Commodities Management, citado pela agência Reuters, sublinhou que “os movimentos nos mercados, nas últimas duas semanas, têm sido fenomenais. (…) O mercado está a conduzir-se a ele próprio. Chegámos aqui demasiado cedo? A partir daqui, prognósticos são como lançar uma moeda ao ar.” A volatilidade faz parte do quotidiano dos mercados, diz a generalidade dos analistas e comentadores. O dólar vai continuar a desvalorizar-se, face à incerteza quanto aos impactos de longo prazo da crise de crédito. O sector bancário americano em particular, e a economia em geral, começam a dar sinais evidentes de stresse e desorientação. (pvc/reuters)

Os preços do crude encontram-se hoje em forte alta nas praças de Nova Iorque e Londres. A queda do USD face ao Euro e a tempestade que afectou a produção no Mar do Norte, afectando a actividade da BP de da ConocoPhilips, são as principais causas para a vigorosa e imparável valorização da commodity. A agência Bloomberg citando a ‘Wealth Daily’, adimitiu a possibilidade de, caso a metereologia no Mar do Norte prolongue o seu comportamento, a barreira dos 100 dólares por barril poder ser atingida no final desta semana.
In:
http://www.lawrei.eu/MRA_Alliance/

O fim do consenso de Washington
De propósito deixei os artigos anteriores na linha do que se tem aqui escrito, a desafiar os economistas ou sejam os homens que se aventuraram na “ciência” que estuda os comportamentos dos mercados, que faz previsões e que nos escraviza diariamente ao nos impor uma série de verdades, normalmente mentiras posteriormente confirmadas e que fazem do poder político aquilo que ele não deve ser: escravo do poder económico e dos donos da plutocracia global e local
Os políticos quando se afirmam a favor de menor estado melhor estado estão a falar com a sua boca mas com palavras encomendadas pelos patrões, sem excepção, de nascente a poente ou de norte a sul, ou da esquerda à direita.
O facto é que somos todos escravos deste bando de mercenários.
Cada vez estamos mais pobres.
A classe média que sustentava o estado foi destruída. Proletarizada não é o termo correcto porque já não há proletários, há assalariados, sem futuro a curto prazo, daí o flexiemprego, já defendido e aplicado há muito pelos plutocratas das associações patronais e pelos sindicalistas caducos que vemos muitas vezes e que para além de dizerem banalidades deviam arranjar os dentes e ir trabalhar, coisa que muitos não fazem há cerca de 30 anos.
As criaturas habituaram-se a obedecer aos directórios políticos, uns por puro dever canino, de vez em quando quebrado por um rasgo de dissidência e outros, porque estão agarrados nas malhas que teceram, quando os fundos de Bruxelas para tudo serviam, incluso perder a vergonha e a dignidade, num país que é um sítio sem justiça, sem rei, nem roque.
Por vezes dou comigo a pensar que é feito do estado moderno e onde é que existe um.
Estados fraudulentos e hipócritas conheço muitos.
Será que as exigências ambientais aqui e em Espanha são iguais?
Não são.
Aqui são tão exigentes que o desgraçado para fazer as alterações necessárias pedidas pelas novas polícias tem de fechar. Suponhamos um exemplo:
As exigências pedidas a uma instalação pecuária no tratamento de resíduos é de tal ordem que faz o desgraçado pensar em desistir. No entanto as câmaras municipais têm milhares de ETAR que não funcionam e que despejam os efluentes directamente para os cursos de água, fazendo by pass, porque é muito caro e não dá votos e a carneirada suporta o cheiro porque a carneirada habitua-se ao cheiro da merda e gosta dos espertos que enriquecem rapidamente..
O que dá votos são os teatros municipais às moscas, as calçadas e os picoletes e as esferas que se repararem impedem os estacionamentos nos centros das vilas e cidades de forma a obrigar os ursos a se dirigirem a um centro comercial ou a um hipermercado perto da dita localidade. Corrupção? Claro que é corrupção.
Para a maior parte da humanidade, a insegurança hobbesiana – o perigo da morte violenta – é uma realidade quotidiana.
O esvaicimento da guerra clausewitziana tornou impossível fazer cumprir a paz.
O consenso de Washington presume que a teoria de Hobbes e a sua aplicação na manutenção da ordem está resolvido.
Ignora as condições da maioria da humanidade, que vive sob estados enfraquecidos ou destruídos, negligenciando as formas sob as quais os mercados mundiais liberalizados ameaçam a coesão social e a estabilidade dos governos.
Um exemplo do sítio:
Ao se fechar uma maternidade em Trás os Montes, em nome da reserva mental futura da população (?), resultante da qualidade da assistência no parto e após o mesmo, esqueceu-se que é preferível manter um local com poucos especialistas, do que esta palhaçada, sem motivo para rir, de uma ambulância esperar por outra viatura medicalizada para fazer o parto na estrada, como se o INEM tivesse gente com capacidade para isso, independentemente da qualidade e do treino em situações emergentes.
100 KM no Alentejo correspondem a 6 nas estradas no Nordeste.
O crime ficará impune.
Uma grávida que queira continuar até ao fim e criar esse filho tem mais dificuldades e gasta menos ao chamado estado que uma mulher “que se descuidou” e exige fazer um aborto, neste caso os protocolos estão melhor oleados.
Os contratados mandados embora do ministério da saúde são agora substituídos por contratados por empresas de fornecimentos de serviços e de mão de obra, a preços que os organismos “descentralizados”, termo interessante, escandalosos. A quem serve este estado? Aprenderam com os estados africanos nascidos do golpe?
Voltando ao consenso, já alguns, poucos, diziam em 2000 que ao procurar impor uma única civilização económica a toda a humanidade, o apoio da América ao consenso de Washington ameaça transformar diferenças ultrapassáveis entre estados, em conflitos insanáveis.
John Gray em “A falsa madrugada” publicado em 2000:
«Mas o projecto nuclear de implantar mercados livres em todo o mundo parece desenhado para persistir no futuro previsível. Será necessário que o mundo sofra uma crise maior – económica, ambiental ou militar – para que os Estados Unidos se libertem da sua filosofia de laissez faire e usem o seu inigualável poder para estabelecer condições de trabalho que permitam uma governação global?»…
Passaram 7 anos...
Recomendo Thomas Hobbes e Thomas Malthus.
Aos secularistas evangélicos recomendo Dostoievsky e as suas dúvidas.

8 Comments:

Anonymous Anónimo said...

Quando uma moeda se valoriza muito em relaçao a outras é mau para a economia que possui esta moeda, pois nao conseguir exportar os seus produtos para os mercados com quem tem relaçao a preços competitivos. A tendencia sera os outros mercados procurarem importar os bens que precisam em outras paragens mais competitivas. Penso que a BC europeia devia "desvalorizar o €" para bem da economia global. Pior de tudo é ainda alta do brent que complica mais as coisas. Sem duvida a tx de inflaçao ira subir

quarta-feira, novembro 07, 2007  
Anonymous Anónimo said...

Tudo serve para a subida! É que isso convem a muitos, especuladores e produtores de crude especialmente. E com as principais petrolíferas nas mãos dos governos ( 10% parece que ainda são privadas), todos lucram com a subida. Os que não produzem limitam-se a aproveitar para embolsar impostos sobre os produtos petrolíferos. E este vício de embolsar impostos faceis para gastar na governação ineficiente está a atrasar as reformas e investimentos necessários para diminuir a dependência do petróleo. Só quando o Zé não puder mais com os impostos é que se farão os investimentos necessários. Até lá ... o Zé paga!!! E as alternativas continuam nisso mesmo, alternativas!

quarta-feira, novembro 07, 2007  
Anonymous Anónimo said...

Os ganhos derivados da alta do petróleo sustentaram a corrupção na África subsaariana, que tem retirado aos países da região fundos para o desenvolvimento

quarta-feira, novembro 07, 2007  
Anonymous Anónimo said...

Creio que um dos problemas é a enorme pressão que politicos demagogos e ignorantes e "opinion-makers" exercem sobre o publico e no fim sobre os bancos centrais .As politicas monetárias forçadas seguem o principio da "mola" .Se se comprimem em excesso ,saltam descontroladas, quando acaba o efeito

quarta-feira, novembro 07, 2007  
Anonymous Anónimo said...

Faltam poucas semanas para que os portugueses, consumidores e empresas, comecem a sentir o impacto negativo do choque petrolífero nas suas vidas. Seja na bomba de gasolina, no preço dos transportes, no supermercado, nas facturas da luz e do gás, os especialistas consideram que em 2008 o euro deixará de proteger a economia da subida imparável dos preços do petróleo (importado) e do qual Portugal é totalmente dependente.

quarta-feira, novembro 07, 2007  
Anonymous Anónimo said...

Dois pontos para reflectir, descontraidamente. 1.O acentuado aumento do petróleo tem sido compensado pela desvalorixação do Dolar. Se um dia a relação Dolar/Euro "voltar ao sitio" a "nossa / minha" gasolina 95 vai para os 2 dolares. 2-O aumento do preço do petroleo está a ser pressionado pelo crescimento económico chinês. E não é so o petroleo, são os metais, a madeira, etc. Os chineses são 1.300 milhoes. A procissão ainda nem sequer chegou ao adro. Como vai ser daqui a 10 / 20 anos?

quarta-feira, novembro 07, 2007  
Anonymous Anónimo said...

“Euro atinge novo máximo face ao dólar com corte nas taxas de juro da Fed. As taxas de juro de referência dos Estados Unidos foram reduzidas em 0,25% para os 4,5% devido aos receios no que diz respeito à instabilidade no mercado imobiliário norte-americano e pela necessidade de dinamizar a economia.” Quem não concorda com esta atitude dos EUA em reduzir pela segunda vez consecutiva as taxas de juro??? Penso que a maioria dos economistas estão de acordo. Agora é inevitável um corte nas taxas de juro aqui na Europa! Já que não foi a bem vai ter de ser a mal! Pois se, por algum motivo muito forte, não for possível baixa-las, estaríamos a agravar fortemente os problemas aqui na Europa.

quarta-feira, novembro 07, 2007  
Anonymous Anónimo said...

Já vai tarde.
O quadro em Wall Street é de recessão.
Por cá a fusão do BCP com o BPI não se vai fazer e acausa é a crise importada.
É claro que nestes anúncios alguém ganha sempre.
Em relação ao preço dos combustíveis é escandalosa a permissão, porque o preço real em relação à nossa moeda é exactamente o contrário, deveria ser baixar o preço nas gasolineiras. Como ganha o poder do dinheior e os governos necessitam alimentar a voragem dos estados, vale tudo.
Li o livro de Medina Carreira e de Ricardo Costa, não vi nem dever, nem verdade.
Duvido que seja o crescimento as causa do bem estar social. Afinal temos crescido sempre, com o resto dos países da Europa e que ganharam as populações com isso?
A linguagem cifrada dos economistas já não convence muita gente.
Afinal a economia não é uma ciência é um amalgamado de ideias à deriva dos poderes especulativos, baseando-se ainda em princípios obsoletos e numa coisa que ninguém pode prever, e sondar a psicologia dos investidores dos mercados financeiros.
Quando como hoje a finança destroi a economia não vale a pena escrever livros sobre verdade ou sobre dever, na lei da selva isso não existe. Toupeira

quinta-feira, novembro 08, 2007  

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