Darfur
"Os milhões de desgraçados do Darfur ainda não conhecem as conclusões da Cimeira de Lisboa.
Mas o marechal al-Bashir não demorará em lhes fazer chegar as novidades, por via aérea, à mistura com bombas de napalm.
Sete anos após a I Cimeira Europa/África, realizada no Cairo, ter proposto a criação de “um mecanismo de diálogo” entre os dois continentes para “a erradicação da pobreza, o estímulo das trocas comerciais e a prevenção de conflitos”, o “mecanismo” funcionou agora em Lisboa, na II Cimeira. Os africanos saíram de Lisboa com a promessa de milhões de euros para ajuda aos países em crise. Só para o Darfur estão previstos mais de 700 milhões destinados a operações de paz e a resolver problemas humanitários. A Cimeira não tratou de saber como lá chegam e que destino levam os milhões. Mas al-Bashir, cujas tropas regulares e milícias controlam os acessos ao Darfur, deve ter tirado apontamentos.
Tal como o general “Nino” Vieira deve ter anotado a quantia certa que caberá à Guiné-Bissau no bolo de oito mil milhões destinado a ajuda ao desenvolvimento, para além dos 102 milhões destinados a reforma das forças de segurança, projectos de água e energia, iniciativas da sociedade civil e programas de emergência alimentar. Quando o general “Nino” lhes anunciar as novidades os guineenses vão certamente exultar de felicidade.
Mas claro que os desgraçados não têm que saber tudo o que se passou em Lisboa. Pelo que ninguém lhes dará conta dos negócios bilaterais firmados com europeus públicos e privados. Não se pode ter tudo e África já teve muito por estes dias. Mais uma Cimeira na Europa e talvez acabem em África a tirania e a corrupção que são a causa de tanta desgraça no continente."
João Paulo Guerra
Mas o marechal al-Bashir não demorará em lhes fazer chegar as novidades, por via aérea, à mistura com bombas de napalm.
Sete anos após a I Cimeira Europa/África, realizada no Cairo, ter proposto a criação de “um mecanismo de diálogo” entre os dois continentes para “a erradicação da pobreza, o estímulo das trocas comerciais e a prevenção de conflitos”, o “mecanismo” funcionou agora em Lisboa, na II Cimeira. Os africanos saíram de Lisboa com a promessa de milhões de euros para ajuda aos países em crise. Só para o Darfur estão previstos mais de 700 milhões destinados a operações de paz e a resolver problemas humanitários. A Cimeira não tratou de saber como lá chegam e que destino levam os milhões. Mas al-Bashir, cujas tropas regulares e milícias controlam os acessos ao Darfur, deve ter tirado apontamentos.
Tal como o general “Nino” Vieira deve ter anotado a quantia certa que caberá à Guiné-Bissau no bolo de oito mil milhões destinado a ajuda ao desenvolvimento, para além dos 102 milhões destinados a reforma das forças de segurança, projectos de água e energia, iniciativas da sociedade civil e programas de emergência alimentar. Quando o general “Nino” lhes anunciar as novidades os guineenses vão certamente exultar de felicidade.
Mas claro que os desgraçados não têm que saber tudo o que se passou em Lisboa. Pelo que ninguém lhes dará conta dos negócios bilaterais firmados com europeus públicos e privados. Não se pode ter tudo e África já teve muito por estes dias. Mais uma Cimeira na Europa e talvez acabem em África a tirania e a corrupção que são a causa de tanta desgraça no continente."
João Paulo Guerra
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