O desemprego alto e as tentações de todos os Governos
"É a tentação de todos os Governos, que aumenta de intensidade com a aproximação de eleições: prometer resultados positivos já para amanhã.
O problema é que, no plano da economia, a realidade tende a não respeitar os desejos políticos. O flagelo social do desemprego é disso exemplo. Hoje, o ministério das Finanças publica a actualização do Programa de Estabilidade e Crescimento, na qual o Governo admite que o desemprego continuará a crescer até 2010. As razões são conhecidas: a criação de emprego (que existe) não chega para absorver a expansão da população activa; a reestruturação da indústria tradicional portuguesa gera desemprego de longo prazo (50% do total do desemprego em Portugal), muito difícil de eliminar; a formação dos portugueses, sobretudo dos jovens, está desajustada das necessidades do mercado de trabalho. Contra tudo isto, pouco ou nada pode fazer qualquer Governo. Para o Executivo liderado por Sócrates, contudo, o problema está (neste, como noutros pontos, como a reforma do Estado) na exposição inerente às palavras ambiciosas sobre o emprego – à medida que o debate se centra mais nas pessoas e menos no défice, esta é uma exposição que pode sair cara ao Governo."
Bruno Faria Lopes
O problema é que, no plano da economia, a realidade tende a não respeitar os desejos políticos. O flagelo social do desemprego é disso exemplo. Hoje, o ministério das Finanças publica a actualização do Programa de Estabilidade e Crescimento, na qual o Governo admite que o desemprego continuará a crescer até 2010. As razões são conhecidas: a criação de emprego (que existe) não chega para absorver a expansão da população activa; a reestruturação da indústria tradicional portuguesa gera desemprego de longo prazo (50% do total do desemprego em Portugal), muito difícil de eliminar; a formação dos portugueses, sobretudo dos jovens, está desajustada das necessidades do mercado de trabalho. Contra tudo isto, pouco ou nada pode fazer qualquer Governo. Para o Executivo liderado por Sócrates, contudo, o problema está (neste, como noutros pontos, como a reforma do Estado) na exposição inerente às palavras ambiciosas sobre o emprego – à medida que o debate se centra mais nas pessoas e menos no défice, esta é uma exposição que pode sair cara ao Governo."
Bruno Faria Lopes
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