domingo, dezembro 30, 2007

Para repensar e para comparar. Está aí alguém?

Zona Euro apresenta sinais macroeconómicos que sustentam as perspectivas promissoras de médio prazo para a região, apesar do menor crescimento previsto, na óptica da Fidelity International (Jornal de Negócios).
Um cenário de recessão nos Estados Unidos pode alterar o panorama. Nada que não possa ter solução segundo os analistas.
O JdN avança “dois conselhos importantes dados pelas maiores casas de investimento do mundo: há que privilegiar as empresas com maior capitalização e vale a pena apostar em títulos com exposição nos mercados emergentes.
E quais as bolsas que poderão ter melhor comportamento?
O «Barclays Capital» prefere a Alemanha e adverte para os retornos menores de Espanha, Irlanda e Reino Unido, por via da crise do crédito.”
No entanto, as previsões para o mercado britânico não são consensuais.
Uma nota de perplexidade face às previsões para 2008 do vetusto, mas titubeante e «subprime» Barclays:
O ministro alemão da Economia, Michael Glos, numa entrevista publicada pelo semanário Die Zeit (4.ª feira) disse que a taxa de crescimento deverá ser inferior a 2%, sem especificar um número exacto.
O FMI já baixou as perspectivas do crescimento alemão para 1,9%.
O Bundesbank, banco central alemão, na semana passada, reviu, também em baixa, a suas previsões para um valor ainda mais modesto: 1,6%…

(pvc)

Os BRIC padecem todos das mesmas maleitas: corrupção, má governança, Estados de Direito com inúmeros défices - exclusão social, analfabetismo, iliteracia ou menor inclusão no acesso ao saber e ao conhecimento, fosso crescente entre ricos e pobres e fracas classes médias.
As opiniões públicas ou estão desorganizadas ou são reprimidas nos seus direitos, liberdades e garantias. Ainda assim, nos últimos 5-10 anos eles foram os grandes campeões da globalização e desafiam os seculares poderes transatlânticos de inspiração judaico-cristã.
O fulcro dos centros globais de decisão está a mudar para Oriente e para Sul.
A nossa antevisão para os quatro galácticos da competitividade global, embora compartilhando algum optimismo sobre a respectiva evolução global, não deixa de chamar à atenção para as arriscadas políticas públicas dos países mais poderosos do mundo.
Vejam só o que o neoliberalismo nos vai trazer. Os BRIC das economias atípicas, já longe do poder do Consenso e do Banco Mundial ou do FMI procuram as suas saídas.
Por aqui, neste sítio, fazem-se previsões disparatas para urso ver, encomendas...
Mais um excelente artigo de Pedro Varanda de Castro

6 Comments:

Anonymous Anónimo said...

Já cá tivemos em 1820 uma Revolução liberal. Não deixou sementes. Agora temos uns "neo-liberais" pouco comprometidos com Portugal e que gostariam de não ter regras para cumprir. E depois o que fariam os homens de Bruxelas ? Iam pró desemprego ?

domingo, dezembro 30, 2007  
Anonymous Anónimo said...

Ser liberal não significa aderir às regras e valores básicos da democracia. Não vale a pena complicar o que é simples. Ser liberal nos dias de hoje significa “ O deixar andar”. Sem qualquer tipo de regras e valores. É isto que a actual classe dirigente do PS pratica e de que tanto gosta. Ser liberal hoje, permite tudo…. inclusive a corrupção, o tapar o sol com a peneira, o cometer os mesmos erros e actos ilícitos que outros governos recentemente cometeram. Significa o não estar de acordo com João Cravinho no combate à corrupção, etc., etc. A democracia é outra coisa completamente diferente …. E nem sequer precisamos de falar de democracia social..

domingo, dezembro 30, 2007  
Anonymous Anónimo said...

O conteudo ideológico está definido ,há anos, pela UE:Aos actuais governos ,de esquerda ou direita ,apenas cabe gerir os meios.Em especial ,os da "esquerda",só podem cumprir um objectivo distribuidor "justo" com um bom aparelho de Estado.É por isso que estamos ,em Portugal,onde estamos."Socialistas ou sociais-democratas" da politica não fazem ideia da responsabilidade que lhes está confiada.São cassetes para ganhar eleições...

domingo, dezembro 30, 2007  
Anonymous Anónimo said...

No PS, que sentido encontra na definição ou conteúdo ideológico que pratica? Nenhum ... a não sêr o "salve-se quem puder" em mais valias dos candidatos a comensais e habituais clientes do regabofe que é a "mesa do estado"!

domingo, dezembro 30, 2007  
Anonymous Anónimo said...

Quais são as funções do Estado? Dependem de uma concepção prévia e determinada de filosofia política, ou será que o pragmatismo dominante também acabou com as ideologias? Será que o mundo ocidental chegou a um consenso em relação a esta matéria? Martim Avillez, o director deste jornal, muito mais novo do que eu e bastante mais pragmático, acredita que – e uma vez que o objectivo fundamental e iniludível deve ser a eficácia -, estamos a viver uma situação de progresso. Finalmente, existe uma opinião generalizada e explícita de que o Estado português deve melhorar bastante para cumprir a sua função primordial, isto é, impulsionar a correcção das desigualdades através da promoção social dos desfavorecidos. Pessoalmente, estou ligeiramente em desacordo com a planificação e a conclusão. A palavra “social” causa-me repugnância, não a suporto, não a tolero e, além do mais, está precedida por outra, o Estado, ou seja, quando falamos de Estado social, a expressão ainda me enoja mais: transformou-se numa verdadeira Caixa de Pandora ou num “baú mágico”, de onde tudo se retira ou tudo cabe, com a finalidade de permitir que a esquerda continue a sobreviver, depois de ter sido constatada a sua incapacidade genética para o governo dos bens públicos - tal como ficou salientado com a queda do Muro de Berlim.

Na minha modesta opinião, a função genuína do Estado não é outra que garantir o império da lei, impedir a arbitrariedade do poder público, ou privado, evitar os abusos, manter a ordem nas ruas, preservar os direitos básicos, nomeada e particularmente o de propriedade, talvez o mais capaz de aflorar o potencial das pessoas. Naturalmente, o Estado possui o papel e a obrigação subsidiária de cuidar dos mais desfavorecidos que, pelos motivos mais diversos, não podem viver sem “muletas”. Além do mais, o Estado tem o dever, irrecusável, de promover a igualdade de oportunidades, de modo a que ninguém – com os mesmos méritos, com idêntica capacidade intelectual e com o sacrifício correspondente –, possa ficar marginalizado por falta de recursos económicos, devido a um tratamento discriminatório, relacionado com a sua origem familiar. Ora, o que os socialistas jamais aceitarão, com muitos conservadores e alguns liberais ‘light’ igualmente reticentes – daí a extrema importância da ideologia –, é que a desigualdade não só faz parte da natureza humana como é o motor do mundo. O petróleo e a gasolina movem montanhas. Não existem duas pessoas iguais. Mais, todos possuímos grandes qualidades, recônditas, que, infelizmente, jamais poderão vir ao de cima caso a ideologia dominante seja o igualitarismo, a uniformidade decretada. Como alternativa a Martim, com a sua autorização, e igualmente com o intuito de gerar uma certa polémica, creio que a principal função do Estado não é o apoio aos desfavorecidos, mas sim a criação de condições para que todos, com as mesmas capacidades intelectuais, com o mesmo mérito e idêntico compromisso, possam lutar, abertamente, com as mesmas regras, produzindo, ao mesmo tempo, riqueza.

Todas estas considerações foram sugeridas pelo 12º Fórum Anual organizado pelo Diário Económico, no passado dia 25 de Outubro, com o ‘leit motiv’ de “Pensar Portugal”, o que quase equivale a dizer, pensar no papel do Estado. Durante este acontecimento, ouvi, principalmente, bons discursos, muitos deles deveras interessantes, se bem que, na maioria, pouco conclusivos e elucidativos. Se tivesse que destacar as palavras que mais me agradaram teria que citar João Carlos Espada que, temperamentalmente não é um ‘crack’, mas que expressou alguns desvios no que se refere ao actual pensamento único dominante em Portugal. Tal como referiu Martim Avillez, o primeiro aspecto a ser salientado por Espada foi a necessidade de abolir a expressão Estado Social, substituindo-a por Estado Garantia. A outra tese básica assenta no facto de que, não obstante o Estado seja o garante dos serviços públicos, não tem de ser, necessariamente, o prestador dos mesmos: Existe uma margem enorme, cheia de responsabilidades, para outorgar a gestão dos serviços públicos ao sector privado. E o que faz com que esta opção seja virtuosa? perguntava Jorge Coelho, ou perguntar-se-ia qualquer outro social-democrata ou esquerdista disfarçado. Resposta: Porque o sector privado, por definição, por essência, sempre fará melhor as coisas do que o sector público. Tem de prestar contas, mostrar resultados, de todo o tipo, económicos e sociais. Submetido à pressão permanente da eficiência não se preocupa tanto com o que se gasta nem com o que se esbanja, contrariamente ao Estado, que dispara sempre com “pólvora do Rei”, que utiliza o nosso dinheiro sem dar qualquer justificação. Esta é a razão pela qual, contrariando discretamente a tese de Martim, penso que a ideologia tem um papel estelar no processo de construção de um Estado mais eficaz. Desta deriva uma certa práxis, sendo que, a ideologia, assim com a prática, podem ser idóneas ou erróneas, liberais ou socialistas. Não duvido que aquilo que Coelho e outros portugueses definem, depreciativamente, como neoliberalismo – e que colocaria Portugal a braços com um progresso inimaginável –, possa ser desenvolvido, se bem que às cegas, pelo primeiro-ministro Sócrates.

domingo, dezembro 30, 2007  
Anonymous Anónimo said...

Laissez faire.
Deixem o mercado funcionar, desde que não apareçam crises tipo sub-prime.
O liberalismo dos filósofos ingleses, digamos, que é outra coisa e aplicada nas circunstâncias da ilha.
As ideias das luzes inglesas provocaram no continente a revolução francesa.
A experiência inglesa foi curta com o aparecimento da restauração.
Na Holanda as luzes surgem com os judeus vindos da península.
O laissez faire, o consenso de Washington e as organizações supranacionais, estão numa fase de limbo.
Apenas uma sugestões.
John Gray explica muita coisa, actualmente de forma desprendida.

domingo, dezembro 30, 2007  

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