O tiro de Sócrates
"José Sócrates tomou ontem a decisão de avançar para o novo aeroporto de Lisboa no campo de tiro de Alcochete.
Na verdade, o primeiro-ministro limitou-se a ler em público o estudo feito pelo Laboratório Nacional de Engenharia Civil (LNEC), onde se estabelece que Alcochete é a solução mais favorável do ponto de vista técnico e financeiro. Dificilmente a escolha poderia ser melhor para o primeiro-ministro. Confrontado com o mais perigoso alçapão do mandato – depois de Mário Lino se ter atirado para a frente sem medir o perigo de queda –, Sócrates atravessou o fogo cruzado com o apoio de um regimento de argumentos técnicos e financeiros.
Dito de outra maneira: ao contrário do que se chegou a afirmar, o LNEC assumiu a responsabilidade da decisão quase por inteiro. Sócrates, por escolha própria, remeteu-se ao papel de correia de transmissão. Ninguém poderá, ‘jamais’, dizer que Alcochete é filha dos lóbis. Ou que é o resultado da teimosia do Executivo. A decisão pretende ser bacteriologicamente pura, técnica, quase burocrática. Numa frase: a mais política de todas as escolhas públicas dos últimos anos – seguramente uma das mais importantes –, foi tomada, na aparência, sem intromissão política pelo meio.
O país sente-se mais tranquilo com o método, mais confortável com a escolha. Depois de mais de 30 anos de hesitações, Alcochete parece, de facto, a melhor solução: mais barata do que Ota (menos 200 milhões), com mais longevidade (até 2050), mais competitiva (a margem sul é melhor para o turismo) e mais eficaz (obras mais fáceis). Os números estão no relatório, que deve agora ser sujeito ao teste de esforço. Veremos se aguenta o embate.
Se aguentar, sobra uma lamentação e uma expectativa. A lamentação: não basta dizer que Alcochete não foi estudada antes porque se tratava de um terreno militar. A responsabilidade de um governo é avaliar todas as hipóteses. Mário Lino falhou na gestão deste processo e esteve a um passo de fazer uma opção errada que vincularia o país durante meio século. Ainda bem que o Governo emendou a mão. Cavaco Silva esteve na origem desta viragem.
Chegados aqui, abrem-se expectativas e riscos. Não é só o aeroporto que aí vem: é uma ponte para carros e comboios, uma auto-estrada, é a cidade aeroportuária que será preciso construir e, claro, os terrenos de Lisboa que ficarão livres em 2017. Mais de seis mil milhões de euros, 60 mil empregos, muitas oportunidades. Cada euro investido terá um importante efeito multiplicador. A TAP precisa de uma casa para crescer. O país precisa deste investimento. Precisa que ele seja bem programado, bem executado e que seja transparente. Haverá indemnizações, expropriações, contratos a renegociar, contratos a atribuir. Muita especulação. Comparado com isto, a Expo’98 foi uma brincadeira. É preciso cuidado. E um ministro das Obras Públicas focado. "
André Macedo
Na verdade, o primeiro-ministro limitou-se a ler em público o estudo feito pelo Laboratório Nacional de Engenharia Civil (LNEC), onde se estabelece que Alcochete é a solução mais favorável do ponto de vista técnico e financeiro. Dificilmente a escolha poderia ser melhor para o primeiro-ministro. Confrontado com o mais perigoso alçapão do mandato – depois de Mário Lino se ter atirado para a frente sem medir o perigo de queda –, Sócrates atravessou o fogo cruzado com o apoio de um regimento de argumentos técnicos e financeiros.
Dito de outra maneira: ao contrário do que se chegou a afirmar, o LNEC assumiu a responsabilidade da decisão quase por inteiro. Sócrates, por escolha própria, remeteu-se ao papel de correia de transmissão. Ninguém poderá, ‘jamais’, dizer que Alcochete é filha dos lóbis. Ou que é o resultado da teimosia do Executivo. A decisão pretende ser bacteriologicamente pura, técnica, quase burocrática. Numa frase: a mais política de todas as escolhas públicas dos últimos anos – seguramente uma das mais importantes –, foi tomada, na aparência, sem intromissão política pelo meio.
O país sente-se mais tranquilo com o método, mais confortável com a escolha. Depois de mais de 30 anos de hesitações, Alcochete parece, de facto, a melhor solução: mais barata do que Ota (menos 200 milhões), com mais longevidade (até 2050), mais competitiva (a margem sul é melhor para o turismo) e mais eficaz (obras mais fáceis). Os números estão no relatório, que deve agora ser sujeito ao teste de esforço. Veremos se aguenta o embate.
Se aguentar, sobra uma lamentação e uma expectativa. A lamentação: não basta dizer que Alcochete não foi estudada antes porque se tratava de um terreno militar. A responsabilidade de um governo é avaliar todas as hipóteses. Mário Lino falhou na gestão deste processo e esteve a um passo de fazer uma opção errada que vincularia o país durante meio século. Ainda bem que o Governo emendou a mão. Cavaco Silva esteve na origem desta viragem.
Chegados aqui, abrem-se expectativas e riscos. Não é só o aeroporto que aí vem: é uma ponte para carros e comboios, uma auto-estrada, é a cidade aeroportuária que será preciso construir e, claro, os terrenos de Lisboa que ficarão livres em 2017. Mais de seis mil milhões de euros, 60 mil empregos, muitas oportunidades. Cada euro investido terá um importante efeito multiplicador. A TAP precisa de uma casa para crescer. O país precisa deste investimento. Precisa que ele seja bem programado, bem executado e que seja transparente. Haverá indemnizações, expropriações, contratos a renegociar, contratos a atribuir. Muita especulação. Comparado com isto, a Expo’98 foi uma brincadeira. É preciso cuidado. E um ministro das Obras Públicas focado. "
André Macedo
15 Comments:
O lobi do betão ganhou ,como convem a empreiteiros e políticos.O director do LNEC disse na RTP que hipótese de "Portela +1" não foi considerada,porque não constava da encomenda .A grande vantagem da localizaçaõ da Portela(se os taxistas deixarem que lá chegue o metro...)foi-se.Um dia teremo "Os jardins da Portela", uma super-urbanização ,com uns campos de golfe "in city".A TAP vai crescer?Com o "super-hub" de Barajas e aviões de 500 passageirso?...
Para mim é-me indiferente Ota ou Alcochete, gostaria no entanto que alguém me explicasse, se é normal tomar uma decisão no dia seguinte, ou nas horas seguintes à recepção do estudo do LNEC? Esta pressa não terá a ver com a maneira de silenciar os muitos ruídos existentes, àcerca do tratado de lisboa, e das pensões?
Com ou sem aeroportos novos o povo passa bem, o que não suporta, é a canga que lhe tentam pôr em cima, não só com os impostos, mas também com ASAE (vulgo azelhas),AdC, ERC e quejandos e com os quais se pretende fazer o mesmo que a PIDE de Salazar fazia, só que está última, era um aprendiz de feiticeiro, em relação ao que se prespectiva para as primeiras.(O pvo que se cuide).
O que é lamentável é a desinformação à volta de todo o assunto! O desgraçado do Mário Lino é que tem de aguentar c/ isto tudo, quando a decisão já vem de trás, este governo limitou-se a finalmente avançar c/ algo que é inevitável! Podemos criticar algumas declarações do ministro mas não deixa de ser curioso que o tão famoso 'jamais' que tantos criticam foi apenas a invocação de algo que foi dito em Bruxelas, e também que o tão famoso 'deserto' na verdade o é, já que a área proposta não é junto a Almada/Barreiro/Seixal mas sim num local onde só há sobreiros e cegonhas... Lamentável também a oposição política, sobretudo PSD e CDS, cujos governos recentes chegaram a assinar despachos pró-Ota. Lamentável também o jornalismo português, que procura apenas a polémica gratuita. Algo me diz que, agora que Ota é passado, vão começar a surgir as notícias anti-Alcochete! E, por fim, não é de facto Alcochete, é Benavente, a 48km do centro de Lisboa. Ota era longe e fica a 45km...
Os patos bravos, as grandes construtoras as grandes "familias" e os Bancos afiam as garras. Para eles o que interessa é a Obra a grande Obra . Os bilhões vão rolar e derrapar á velocidade da luz... a obra orçamentada a é um mero indicativo a "coisa" vai quatriplicar como habitualmente para gáudio da famelga. A factura essa será entregue paulatinamente aos desgraçados dos trabalhadores deste país , isto para aqueles que trabalham e ainda vão conseguindo por enquanto manter o seu lugar mas com tanta flexisegurança logo logo todos serão trabalhadores temporários e então a factura será paga não numa geração mas em duas ou três... Os politicos gostam de se armar ao pingarelho apresentar obra feita nem que para isso comprometam gerações ...
Não era preciso tirar o curso de construtor cinil, para ver que a Ota, não inetressava a ninguem com o juizo no sitio! Qunado ouvi fala em 250.000 estacas a enfiar no solo, nas movimentações de colocar e tirar terra e o aeroporto estar esgotado em 15 anos, só burros, podiam continuara a insistir na OTA! Aliaz as asmeiras deste governo, reformas a prestações, consultas prometidas, que já não se fazem, precisavam de uma noticia para anestisiar o ego dos portugas e do governo! Quanto à Portela, estão caladinhos, pelo factp da ida da manutenção para Beja estar adiantada, que falta correr com o Figo Maduro e a capcidade do aeroporto aumenta (continua a ser necessario Acochete) mas não se vai fazer da Portela um jardim e os investimentos ali feitos, podem durar muito tempo, cidades com 2 aeroportos, pela europa, è vêlos|
Já cá faltavam estes chatos dos ambientalistas para darem opinião. Se calhar é mas é melhor estoirarmos com mais uns quantos milhoes de euros por causa dos passarinhos....
Haja paciencia para esta gente....
Mas esta cambada de inuteis que vive á custa de todos,não sabe fazer mais nada? Eles não descobriram que existe uma colónia de pulgas mesmo no local onde vai ser instalado o Aeroporto, e que o mesmo deve ser afastado uns milhares de kms para não interferir com as ditas? E se fosse na OTA era porque havia gambuzinos. Realmente!!!!!!!
A politica é vergonhosa e a opinião pública vai atrás da vergonha ou falta dela, com a agravante de alguns escreverem sobre o desconhecimento devido à falta de cultura - O PSD aprovou a construção de um novo aeroporto, sendo a sua localização na OTA. O Governo mudou, como se tratava do único estudo em cima da mesa e para poupar alguns euros, (não podemos esquecer que estudos e tempo envolvem um custo de oportunidade muito grande)de uma foram errada, o governo resolve avançar com a obra que o PSD até então não tinha conseguído devido à sua incapacidade politica à data, o PS ganha as eleições e resolve partir para a construção do novo aeroporto, começaram as brigas... Agora vêm novamente as forças de bloqueio pedirem satisfações sobre os custos implícitos ao atraso do processo, quando foram eles próprios, partidos da oposição que o atrasaram - É ridículo! Quem anda a brincar com os nossos impostos são todos os políticos com assento parlamentar - São todos uma vergonha!
E que belo teatro este da Ota-Alcochete, e desde já gostei do comentário do Sr João Santos.
Teatro é este governo, sócrates e companhia... O lema deste governo é: saúde já-né já-né. Educação já-né já-né. Ordenados compativeis para o poder compra já-né já-né. Reformas dos pensionistas já-né já-né. Copiar os europeus pelo seu nível de vida e poder de compra já-né já-né. Emprego já-né já-né. Menos burocracias, menos impostos, mais facilidades e mais incentivos para empresas nacionais e internacionais já-né já-né. Apoio aos jovens no emprego, na habitação já-né já-né. Combustíveis e taxas de juro já-né já-né. Aos sem abrigo já-né já-né. Ao ambiente e á cultura nacional já-né já-né. Melhor mobilidade nos grandes centros urbanos, preços mais reduzidos nos transportes, já-né já-né.
E teria eu muito já-né já-né para escrever aqui, infelizmente o "Socretismo" não resolve, o "Barrosismo" não resolve, o "Guterrismo" não resolve, "Cavaquismo" não resolve... afinal como é? É só meter ao bolso?
Greves? Greves fazem os espanhois quando aumentam o preço do diesel, paralisa tudo... Em Portugal come-se e cala-se.
Greve? Greves é como em Itália, não há recolha de lixos desde o Natal... Em Portugal, mete-se uns polícias, ameaça daqui, e ameaça dali e come-se e cala-se.
Greve? Greve é como na Alemanha e na França, transportes públicos e caos no trânsito vários dias... Em Portugal, disponibiliza-se uns meios alternativos, paraliza um dia, mas a força do hábito faz o monge e no dia a seguir já está tudo normal, soube-nos a pouco e mais uma vez come-se e cala-se.
O que vos digo é que precisamos de uma guerra civil como em Espanha JÁ.
Acordem Portugueses por favor...
Esta situaçao e típica do "portuguesinho" que adora mostrar aquilo que não tem. Enquanto a situação interna do país agrava-se cada vez mais, estão os nossos governantes preocupados com a imagem externa do país.. Esquecem-se é que apesar de todas as "grandiosas" obras construídas nos ultimos tempos com o intuito de mostrar aos outros o quanto grandiosamente pequenos somos, as outras noticias sobre a nossa mediocridade tambem chegam a imprensa internacional...
So tenho pena que no nosso país ainda hajam (e pelos vistos em grande quantidade) mentes tao pequeninas, que vivem num pseudo-luxo, com bons carros, boas casas, mas no fundo são pobres coitados, incultos que nem sequer têm o que comer a mesa para poder pagar a prestação ao banco.
Os nossos ultimos governantes não têm sido mais do que o espelho da sociedade portuguesa - Uma verdadeira burguesia falida....
E tenho dito.
A forma como os assuntos são tratados e a forma como a política é feita, também depende muito da forma como as notícias são apresentadas ao publico. Depende muito do foco que os jornalistas dão a determinados aspectos da informação.Por ex: Em vez de apresentar a informação util, como as razões da escolha ou impactos dela, está-se a debater se o ministro está fragilizado ou não pela decisão tomada... se deve demitir-se ou não, etc.... só aspectos politicos. Parece que a informação é toda "politizada" e os politicos fazem a informação e/ou servem-se dela.
A informação hoje rege-se pelas regras do espectáculo e o que ganhou em impacto perdeu em credibilidade. O sr. Lino e o seu lugar no governo são dados absolutamente insignificantes para os portugueses quando o que está em jogo são custos brutais para as futuras gerações. Outro dado sistematicamente escamoteado é o da real necessidade dessa obra faraónica, o que não está provado, a não ser sobre suposições. É muito pouco para endividar gerações. De facto, o mercado da aviação está em mutação, é muito imprevisível. Acresce ainda que a situação da TAP, que o povo português vem sustentando há décadas, não pode depender desta obra gigantesca que funcionará como um subsídio incomensurável à empresa. Não é justo. Outra reflexão rápida respeita ao volume desmesurado de obras públicas co-financiadas por Bruxelas, mas suportadas pelos contribuintes portugueses. É um completo disparate. Estádios vazios, auto-estradas para meia-dúzia, enfim, há que questionar se não teria sido realmente mais inteligente usar as disponibilidades financeiras europeias para investir em instrução e em formação. Para investir, em suma, na única coisa realmente valiosa que temos: os portugueses. Esta mega-empreitada de Alcochete vai gerar também uma gigantesca (mais uma) ponte sobre o Tejo. É um regabofe para a banca, empreiteiros e especuladores, o «trio» que tem sido, de resto, o grande vencedor da «adesão à Europa». Não seria mais interessante do que o lugar e o salário do ministro, começar a mostrar o custo global das infraestruturas «plantadas» neste país e quanto dinheiro isso vai custar aos portugueses? Depois do show Ota-Alcochete, o «trio» banca-empreiteiros-especuladores esfrega as mãos: conseguiu escamotear se era ou não uma real necessidade lançar-se obra tão custosa e duvidosa. Mas eles conduzem o show, são os produtores da tragicomédia em que se transformou Portugal.
Sr João Santos
Subscrevo tudo o que escreveu.
Há decadas que Portugal vem sendo mal governado.
Veja-se o exemplo da Irlanda, que aplicou onde devia os fundos europeus, e compare-se a posição que ocupam na Europa.
Hoje governados por pavões vaidosos, ávidos por deixarem "obra
feita".Os elefantes brancos.
Antes por uma corja cinzenta que nos deixou, já na época, na cauda da europa, onde permanecemos.
Em rigor, o que esta gente faz aos portugueses, é crime.
Porém, bem sabemos que quando as futuras gerações julgarem estas nódoas hostóricas, os mesmos já estarão nos seus sarcófagos, eles também, decerto modernos e estravagantes.
Porreiro pá.
Confesso que fico muito satisfeito ao ler comentários como o efectuado pelo Senhor João Santos; demonstram clarividência, formação e inteligência, para além da falta de receio de afrontar um poder político cada vez mais arrogante e irracional, embora, neste caso, talvez vergado por razões que desconhecemos.
Desde há muito que venho também manifestando através de comentários e conversas com todo o tipo de pessoas (incluindo políticos) que o despesismo dos governos contrastam com a disponibilidade financeira dos portugueses, quiçá devido aos desvairos e leviandades orçamentais dos políticos, se reduzem ano após ano a um certo tipo de insignificância contrastante com a da esmagadora maioria dos nossos parceiros da UE.
As obras faraónicas iniciaram-se com a construção do CCB, passando de seguida para o edifício da CGD, seguidamente para uma EXPO para enriquecer os espanhóis e os especuladores portugueses. Insatisfeitos, construíram-se 10 estádios de futebol cuja maioria se encontra "às moscas" semana após semana e ano após ano.
São grandes obras de facto; enriqueceram empreiteiros e especuladores e deram também conta das finanças públicas que todos nós sustentamos dia a dia e de forma cada vez mais "dorida" devido à criação de novos impostos e ao aumento generalizado de outros.
Enquanto nos distraímos com tais obras, as áreas proporcionadoras do desenvolvimento andaram em "bolandas" como por exemplo a da Educação, mortalmente atingida por uma "digníssima" Secretária de Estado, que "mutilou" o ensino básico ao impor regras absurdas de aproveitamento, controlo de assiduidade e aproveitamento. Entretanto...a culpa foi dos professores! Hoje temos o que temos, penso que por culpa exclusiva da classe docente, por se ter distanciado do processo educativo Português, deixando aos seus ditos representantes o papel interventivo que também hoje bem conhecemos.
A Saúde é o que é! Ministro arrogante e claramente ao serviço de alguém que não a população portuguesa. A reforma da saúde está (segundo parece) a ser efectuada ao contrário do que foi recomendado nos estudos. Ah! Estudos esses pagos a peso de ouro!
O investimento tem sido efectuado no betão e hoje pretende-se efectuar algumas correcções em estilo mas não em qualidade, isto contra as próprias afirmações do Sr. Primeiro-ministro. As "novas oportunidades" deverão ser bem avaliadas e reformuladas, pois poderão ter um efeito perverso nos jovens portugueses que nelas verão a forma de obtenção do 9.º ano em 6 meses, logo que completem a maioridade. Certamente que não é essa a filosofia e não serão esses os objectivos deste programa.
Agora, ou ainda até há bem pouco tempo, era a Ota e o TGV, foi o Tratado de Lisboa (será o ocaso do Governo?) e o "encontro com África" tudo à custa de um estado que se diz preocupado com as Finanças Públicas mas que não olha a despesas para demonstrar credibilidade em eventos externos e obras faraónicas, credibilidade que aos poucos vai perdendo internamente. Lá fora, depois de apeados, ninguém lhes ligará patavina. Mas, cá dentro, as consequências serão sérias, muito sérias mesmo e sentir-se-ão por décadas, até que as futuras gerações paguem os custos de uma vaidade que nada de bom nos trouxe para além de a olharmos feitos parvos e a questionarmos perante o futuro de então.
Saudemos porém a coragem politica de mudar a Ota para Alcochete; não sabemos e duvido que alguma vez saibamos se as razões apresentadas serão as verdadeiras. No entanto, queiramos ou não, depois de tanta prosa e tantos dislates, foi necessário coragem para voltar atrás. Saúde-se tal atitude mas questione-se a necessidade de mais esta obra gigantesca para a nossa verdadeira dimensão.
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