Vem aí o betão!
"O sacrossanto betão é a morfina da economia lusitana. Alivia as dores mas não evita a morte do doente há muito condenado. A estratégia está decidida. Não é nova, é mais do mesmo e foi anunciada no Dia de Reis na reunião informal do senhor presidente do Conselho José Sócrates com os ministros sérios, sem gravata e com muito medo de serem postos na rua a qualquer momento. O encontro em S. Bento teve direito a umas cantigas e a umas declarações patéticas do senhor ministro das Finanças sobre o extraordinário crescimento económico e o espantoso défice em 2007. Anúncios requentados, estafados, que omitem um facto importante.
Desde 2005 até agora o Estado não parou de aumentar os seus gastos e o milagre da falsa consolidação orçamental deve-se unicamente ao ataque fiscal sem precedentes aos bolsos dos indígenas e das empresas, principalmente pequenas e médias, pela voraz máquina fiscal, que não olha a meios para encher os cofres do monstro com os euros espoliados aos desgraçados que têm a má sorte de viverem e trabalharem neste sítio cada vez mais pobre, cada vez mais triste, cada vez mais perigoso e cada vez mais mal frequentado. A estratégia nada tem de novo.
É uma receita da Monarquia, da República, da Ditadura e da Democracia. É o velho fontismo para tapar buracos e caminhos errados. É o recurso ao sacrossanto betão para esconder a triste realidade de um sítio em que a economia não descola, o desemprego dispara, as empresas são incapazes de enfrentar a concorrência do mundo global e em que, hoje como ontem, só engordam os grupos que pertencem há anos e anos ao grande e monstruoso complexo salazarento. Vêm aí obras públicas, são 12 mil milhões de euros para gastar até 2012. Aeroportos, TGV, pontes, estradas e auto-estradas. Para esconder, mais uma vez, a realidade, aumentar o emprego e o PIB de forma artificial e temporária, para engordar o sector financeiro estatal e paraestatal e as empresas que viveram, vivem e contam viver à conta das obras públicas.
A qualificação, o investimento na formação dos cidadãos, uma tarefa ciclópica sem resultados a curto prazo, que não dá votos nem fortunas ao Bloco Central da política, dos negócios e dos interesses, essa ficará apenas pelas palavras bonitas de uns e outros e por programas demagógicos, colados com cuspo que apenas servem para melhorar estatísticas. O sítio desperdiçou milhões, perdeu o comboio da qualificação e continua a caminhar tristemente para o abismo. Não tem memória, não tem estratégia, não tem visão, tem um presente miserável e começa a ficar sem futuro. O sacrossanto betão é a morfina da economia lusitana. Alivia as dores mas não evita a morte do doente há muito condenado."
António Ribeiro Ferreira
Desde 2005 até agora o Estado não parou de aumentar os seus gastos e o milagre da falsa consolidação orçamental deve-se unicamente ao ataque fiscal sem precedentes aos bolsos dos indígenas e das empresas, principalmente pequenas e médias, pela voraz máquina fiscal, que não olha a meios para encher os cofres do monstro com os euros espoliados aos desgraçados que têm a má sorte de viverem e trabalharem neste sítio cada vez mais pobre, cada vez mais triste, cada vez mais perigoso e cada vez mais mal frequentado. A estratégia nada tem de novo.
É uma receita da Monarquia, da República, da Ditadura e da Democracia. É o velho fontismo para tapar buracos e caminhos errados. É o recurso ao sacrossanto betão para esconder a triste realidade de um sítio em que a economia não descola, o desemprego dispara, as empresas são incapazes de enfrentar a concorrência do mundo global e em que, hoje como ontem, só engordam os grupos que pertencem há anos e anos ao grande e monstruoso complexo salazarento. Vêm aí obras públicas, são 12 mil milhões de euros para gastar até 2012. Aeroportos, TGV, pontes, estradas e auto-estradas. Para esconder, mais uma vez, a realidade, aumentar o emprego e o PIB de forma artificial e temporária, para engordar o sector financeiro estatal e paraestatal e as empresas que viveram, vivem e contam viver à conta das obras públicas.
A qualificação, o investimento na formação dos cidadãos, uma tarefa ciclópica sem resultados a curto prazo, que não dá votos nem fortunas ao Bloco Central da política, dos negócios e dos interesses, essa ficará apenas pelas palavras bonitas de uns e outros e por programas demagógicos, colados com cuspo que apenas servem para melhorar estatísticas. O sítio desperdiçou milhões, perdeu o comboio da qualificação e continua a caminhar tristemente para o abismo. Não tem memória, não tem estratégia, não tem visão, tem um presente miserável e começa a ficar sem futuro. O sacrossanto betão é a morfina da economia lusitana. Alivia as dores mas não evita a morte do doente há muito condenado."
António Ribeiro Ferreira
2 Comments:
Os patos bravos, as grandes construtoras as grandes "familias" e os Bancos afiam as garras. Para eles o que interessa é a Obra a grande Obra . Os bilhões vão rolar e derrapar á velocidade da luz... a obra orçamentada a é um mero indicativo a "coisa" vai quatriplicar como habitualmente para gáudio da famelga. A factura essa será entregue paulatinamente aos desgraçados dos trabalhadores deste país , isto para aqueles que trabalham e ainda vão conseguindo por enquanto manter o seu lugar mas com tanta flexisegurança logo logo todos serão trabalhadores temporários e então a factura será paga não numa geração mas em duas ou três... Os politicos gostam de se armar ao pingarelho apresentar obra feita nem que para isso comprometam gerações ...
Manda a honestidade e a verticalidade que seja felicitado o Sr. Pinto de Sousa,pelo acerto da decisão.Há que começar a travar nova luta,esta por causa do TGV.É muito mais dinheiro,que vai ser atirado fora sem qualquer benefício para o País.A Tugalândia vai ficar com um comboio de alta velocidade,mas fica com o mesmo caminho de ferro do séc XIX,que não serve,nem sequer está ligado aos portos ou aos interfaces de mercadorias.Mas o mais grave é que vai continuar a ser uma fornalha onde milhões de euros serão consumidos anualmente,sem servir minimamente o País devido a um traçado obsoleto,que está perfeitamente desajustado da realidade do País.É imperativo que o País tenha uma moderna rede de caminho de ferro que sirva,os seus centros industriais e populacionais,e que os ligue aos portos e aos interfaces de mercadorias,a alta velocidade,muito mais adequada à nossa realidade geográfica.Gastar 7 mil milhões e ficar a ver passar os comboios e esta oportunidade de financiamento,será um erro histórico,que será irremediável.E,estou como o articulista precisamos de um verdadeiro Min. das Obras Públicas,que não o Engª"Jamais",que já demonstrou que está desfasado no tempo,no espaço e mais grave, no contexto.Para terminar há que ter mais moderação nos estudos,pois são estudos a mais,e muitos milhões a "arder".Nós sabemos que certos estudos são uma forma de financiar "os compadres"(agora chamados "boys").Mas tantos estudos para qualquer decisão,por mais "comezinha" que seja,ou não abona nada a favor da inteligência de quem nos Governa,ou mais grave ainda,ou indica que não estudam.
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