Gisberta alguma vez existiu?
"A memória de Gisberta foi consumida pelo tempo e pelo próprio ritmo mediático... À histeria dos media, logo após a sua morte, seguiu-se um tratamento que colocou "em foco" os menores que a agrediram. Gisberta foi, lentamente, desaparecendo das primeiras páginas dos jornais e dos noticiários das televisões. Os 14 jovens envolvidos passaram a protagonistas, passaram de vilões a vítimas - de maus-tratos, pela vida e pela instituição onde estiveram acolhidos. Não faltando essas peças jornalísticas à verdade, omitiram, vezes de mais, o cenário bárbaro que precedeu a morte de Gisberta. Por outro lado, entre um primeiro momento logo após a sua morte, e um segundo, aquando da leitura da sentença atribuída aos menores, manteve-se calada a opinião pública. As manifestações que se fizeram por causa de Gisberta contabilizaram pouco mais de meia centena de pessoas, quase todas envolvidas em movimentos associativos ligados à comunidade LGBT ou a trabalharem em organizações que dão apoio à população marginalizada. Ficou claro que a opinião pública sente mais compaixão por jovens delinquentes (porque poderiam ser nossos filhos) do que por uma transsexual brutalmente agredida. Os media não escaparam a este raciocínio... A memória de Gisberta foi consumida pela cultura vigente. "
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