AS GUERRAS DE ROSAS
"Em Outeiro, aldeia de Bragança onde em fedelho eu passava férias, apontaram-me, certa ocasião e com sombrias cautelas, um familiar do Buiça. O homem parecia um habitante comum, e não me lembro que lhe fosse devotada especial antipatia. Mas não se livrava da fama do antepassado, o qual, aos olhos daquela gente a 600 quilómetros do Terreiro do Paço que não conheciam, era a incarnação do Mal.
O ínfimo episódio, que aos sete ou oito anos me assustou a ponto de passar a recear o pobre parente do regicida, não me tornou adepto da monarquia. Os aldeões de Outeiro também não eram monárquicos, e isso não lhes retirava o bom senso de abominar assassinos e de estranhar que em 1908 houvesse, na tal Lisboa distante, quem os erguesse a heróis.
Em 2008, pelos vistos, ainda há. Lutar, como o prof. Fernando Rosas lutou, contra os que recordam e lamentam o abate de um chefe de Estado é um modo de exaltar Buiça. Pedir ao Governo, como o prof. Fernando Rosas pediu (com sucesso!), que proíba o exército de participar nas cerimónias do Regicídio é um modo de exaltar Buiça. Considerar, como o prof. Fernando Rosas considerou, que a evocação de D. Carlos é um acto político e que a evocação do 5 de Outubro, que substituiu um regime com poucas credenciais democráticas por um bando rústico e antidemocrático configura, presume-se, um acto divino, é um modo de exaltar Buiça. Aliás, a própria existência do prof. Rosas já é uma exaltação e uma homenagem viva ao Buiça. Ao Buiça e, se olharmos o currículo do excelso deputado, a criaturas piores."
Alberto Gonçalves
O ínfimo episódio, que aos sete ou oito anos me assustou a ponto de passar a recear o pobre parente do regicida, não me tornou adepto da monarquia. Os aldeões de Outeiro também não eram monárquicos, e isso não lhes retirava o bom senso de abominar assassinos e de estranhar que em 1908 houvesse, na tal Lisboa distante, quem os erguesse a heróis.
Em 2008, pelos vistos, ainda há. Lutar, como o prof. Fernando Rosas lutou, contra os que recordam e lamentam o abate de um chefe de Estado é um modo de exaltar Buiça. Pedir ao Governo, como o prof. Fernando Rosas pediu (com sucesso!), que proíba o exército de participar nas cerimónias do Regicídio é um modo de exaltar Buiça. Considerar, como o prof. Fernando Rosas considerou, que a evocação de D. Carlos é um acto político e que a evocação do 5 de Outubro, que substituiu um regime com poucas credenciais democráticas por um bando rústico e antidemocrático configura, presume-se, um acto divino, é um modo de exaltar Buiça. Aliás, a própria existência do prof. Rosas já é uma exaltação e uma homenagem viva ao Buiça. Ao Buiça e, se olharmos o currículo do excelso deputado, a criaturas piores."
Alberto Gonçalves
1 Comments:
É um herói que se bufou e borrou todo apesar de um tio que fazia parte do governo que abominava, mas que o safou com uma palmadinhas e um tenha juizinho.
Conta quem sabe e quem sabe é vivo.
É um cagão, mas a culpa é de quem manda e não sabe mandar. Infelizmente o PR que é o Comandante Supremo das Forças Armadas do sítio, deveria ter posto na ordem a figurinha que gosta de vestir camuflado para fazer revista aos tropas.
Afinal D. Carlos era o Chefe do Estado e apesar de tudo editavam-se jornais que ele lia, sabe-se, em que o caricaturavam com focinho de porco.
Olha o excelso cavaco caricaturado de montanheiro e caceteiro de Loulé, de bota cardada e com espuma no canto da boca.
Bardamerda prófascista!
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