quarta-feira, fevereiro 06, 2008

Quarta feira de cinzas

Índice Nikkei da Bolsa de Tóquio, mais uma vez, abriu hoje, quarta-feira de cinzas, em baixa de 394,37 pontos (- 2,87%).
O índice Topix, que reúne as bluechips nipónicas, caía 41,03 pontos (3,03%). Esta foi a reacção às más notícias chegadas de Wall Street horas antes.
As bolsas norte-americanas sofreram a queda mais forte, desde há um ano, nesta «negra» terça-feira de Carnaval.
O detonador foi a publicação dos dados sobre o sector dos serviços, os piores registados em Janeiro desde a última recessão americana.
A agência de rating Standard & Poor’s ajudou à «ressaca» ao noticiar que, brevemente, poderá baixar as notações de crédito de bancos, agravando o panorama dos riscos bancários a curto-prazo.
Os índices Dow Jones e o S&P 500 registaram as maiores quedas desde 27/02/2007. Todas as 30 acções que integram o Dow Index fecharam a sessão no vermelho.
Nada mais nada menos de 483 dos 500 papéis do S&P registaram quedas impressionantes e anormais: Um dos fornecedores de componentes para a Intel - ARM Holdings (- 21%) - registou uma das maiores quedas, a mais dolorosa desde o 11 de Setembro.
A empresa de energia solar Sunpower Corp caiu 12 %. O fabricante de equipamentos de segurança contra incêndios Idex Corp seguiu a tendência e foi incapaz de controlar as chamas do mercado (- 9.8%).
As perdas oscilaram entre 20% e 1%, com destaque para a banca, energia, telecomunicações e comércio (grossista/retalhista).
Apenas 17 empresas listadas no S&P 500 obtiveram ganhos: Avon Products (+ 5,0%), Computer Sciences Corp (+ 6,0%), CytoCore Inc (+ 15%), respectivamente nas áreas dos cosméticos (venda directa), TI e equipamentos médicos.
Nas primeiras seis semanas de 2008, o Dow já acumula perdas de 7,5 %. Ainda mais decepcionantes são os resultados do S&P (- 9 %) e do Nasdaq (- 12,9 %).
Durante o dia de ontem, após mais uma terça-feira negra em Wall Street, os mercados europeus encerraram em plano inclinado.
Os índices não deixam margens para dúvidas de que a contaminação financeira americana está a alastrar pela Zona Euro e vizinhos: o britânico FTSE 100 (- 2,63%), o germânico DAX (- 3,36%), o francês CAC (- 3,96%), o espanhol Ibex-35 (- 5,19%), o sueco OMXS (- 3,1%), o suíço SSMI (-3,02%), o italiano Mibtel (-3,06%) e o nosso PSI20 (- 3,48%) são alguns dos exemplos.
O Diário de Notícias, na edição de hoje, informa que “a instabilidade nos mercados bolsistas mundiais, em particular em Lisboa, vai condicionar o arranque do próximo programa de privatizações bienal 2008/9. Ao contrário do que sucedeu com o seu antecessor, que foi anunciado logo em Janeiro de 2006, o próximo plano ainda não foi apresentado.” (pvc/agências)

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