Maus donos e maus cães
Nunes Correia diz que problema está na limpeza e não no ordenamento
Ministério do Ambiente responsabiliza autarquias pelas cheias e trânsito
18.02.2008 - 14h41 Lusa
Ministério do Ambiente responsabiliza autarquias pelas cheias e trânsito
18.02.2008 - 14h41 Lusa
"O Ministério do Ambiente responsabilizou as autarquias pelas cheias e complicações de trânsito registadas durante a madrugada e manhã de hoje, na sequência das fortes chuvas.
De acordo com o Ministério, o ordenamento do território já não representa um sério problema em Portugal, verificando-se sim falhas ao nível da limpeza dos algerozes.
"Estamos numa área de competência autárquica. Tem a ver com as infra-estruturas urbanas.
O problema do ordenamento do território já não é o mais sério em Portugal", disse aos jornalistas o ministro do Ambiente, Nunes Correia, quando questionado sobre as causas das complicações do mau tempo.
Falando à margem da apresentação da Plataforma de Avaliação de Impacte Ambiental Digital, em Lisboa, o governante considerou ainda que há "falta de hábito" de fazer limpezas regulares para evitar cheias, embora reconheça que só uma peritagem pode apurar as razões destas complicações.
O mau tempo criou problemas sobretudo na área da Grande Lisboa, Setúbal e Santarém, havendo até agora a registar uma pessoa desaparecida e uma vítima mortal, em Belas (Sintra), cuja viatura em que seguiam foi arrastada pelas águas para a Ribeira do Jamor.
O concelho de Lisboa foi onde se registou a maior precipitação durante a madrugada de hoje, seguindo-se os concelhos de Santarém e Setúbal, segundo o Instituto de Meteorologia.
Entre as 04h00 e as 05h00 foram registados em Lisboa 30 milímetros de precipitação, o que corresponde ao maior pico de chuva registado hoje."
Há animais cegos por aí, eu como Toupeira sei do que falo, Deus assim me fez, mas podia ter-me feito urso, ou camelo, ou mesmo falcão, mas fez-me toupeira, deu-me umas coisas e tirou-me outras, chamaram isto de adaptação alguns humanos.
Há animais cegos por aí, eu como Toupeira sei do que falo, Deus assim me fez, mas podia ter-me feito urso, ou camelo, ou mesmo falcão, mas fez-me toupeira, deu-me umas coisas e tirou-me outras, chamaram isto de adaptação alguns humanos.
Mas o pior cego é o que é cego porque quer e ainda por cima chama cegos aos outros.
Este tipo de criatura que não tem coluna vertebral deveria estar calado, até porque deveria respeitar as pessoas que faleceram nestas cheias, que até nem foram muito violentas atendendo ao que choveu e aos crimes que se têm cometido no território cá do sítio dos humanos. Parece exagerado, mas não é.
É certo que muitos sujam a malga da sopa onde irão comer.
No caso em apreço o senhor de óculos tipo fundo de garrafa, coisa de que não tem culpa, foi feito como eu, mas não foi uma adaptação da natureza, será um inimigo dela.
Não pode acusar os que deveriam ser corresponsabilizados com todos os governos, a saber desde Abril, porque cheias sempre houve e haverá e as de 69 provocaram desastres humanos terríveis.
As de 19 de Novembro de 83 já tiveram como corresponsáveis a mão do homem e o desleixo, quando a seguir a Abril os rios deixaram de ser vigiados e as testadas passaram a ser território de ninguém.
Há responsáveis, a saber:
Os governos sucessivos e as autarquias que alteram os planos directores, as reservas agrícolas e ecológicas, permitindo a construção em terrenos ou leitos de cheia.
Eu se fosse os familiares dos que morreram responsabilizava uns e outros e se o MP, falasse menos e actuasse mais, teria aqui pano para mangas.
Quem passa na várzea de Loures, mesmo usando a A8 apercebe-se da quantidade de crimes urbanísticos ali feitos.
Foram as águas de valas e ribeiras obrigadas a passar por tubos, como se um leito pudesse ser um tubo.
Vi fazer-se um grande Centro Comercial e uma grande urbanização, que ou eu sou muito estúpido ou a mim me parece que foram feitos dentro de leitos de cheia, fica ali mesmo junto à A8.
Não sei se o referido Centro foi atingido, mas gostaria de saber.
Portanto não é uma questão de porcaria e de entupimento, é uma questão de não se conseguir que um camelo passe pelo buraco de uma agulha.
A culpa é dos governos, este incluído e das câmaras municipais e das pressões dos empreiteiros e das imobiliárias, portanto dos sacos azuis, vermelhos, rosas ou laranjas.
A culpa é da plutocracia que compra os políticos deste sítio, fazendo deles empregados e tratando-os como alguns donos tratam alguns dos seus cães: - com desprezo.
Maus donos e maus cães, não são coisa boa de se ver e muito menos atirar culpas e sacudir água do capote.
10 Comments:
É verdade sim o que o senhor ministro diz àcerca das autarquias que não cumprem com o seu dever de procederem regularmente à limpeza das sarjetas. Não sei para que existem tantos funcionários e o que é o pelouro do ambiente nas autarquias, se todos os anos é a mesma coisa. E isto não é só no sul do país irão ver mais casos semelhantes aqui no norte. Também se deve em parte à falta de limpeza dos nossos cidadãos. É ver as rus das cidades do litoral cheias de sacos de plástico e jornais no chão, e a acrescentar aos sacos de lixo que são colocados na via pública e não são levantados pelos serviços competentes. Não se pode estar a deitar sempre as culpas para os mesmos.
O Sr. Ministro tem toda a razão, se bem que o seu governo tem toda a culpa, primeiro transfere as competências para as câmaras, retirando cada vez mais verbas, por sua vez uma grande parte das câmaras, pouco ou nada fazem no que diz respeito às limpezas, as valetas outrora a ceú aberto, agora tapadas, escondem toneladas de lixo, que ninguém fiscaliza, ora assim sendo só se lembram de de Santa Bárbara quando trojeva. E como uma grande parte dos portugueses já deu conta, não vale a pena que ninguém se preocupe, nem se responsabilize, porque ninguém será condenado por qualquer mal que aconteça. Conhecem alguém que o tenha sido? claro que não, mas as vítimas essas são às centenas. Os senhores que estão à frente dos respectivos pelouros o que querem é emprego para as famílias. Conhecem algum familiar de um quaquer governante que esteja desempregado, claro que não!
Aqui está a politica no seu êxtase?O Ministério do Ambiente, diz que já não há problemas no ordenamento do território?As cheias são devidas e apenas só a uma? «falta de hábito» de fazer limpezas regulares para evitar cheias, da responsabilidade das Câmaras?naturalmente.
Mas o que se passa neste país?
Isto é uma barbaridade . Descartar responsabilidades, apenas porque não estão em causa os grandes interesses dos grupos turísticos, campos de golfe, marinas, urbanizações em zona ecologica, mas sim o cidadão comum.
O Ministério do Ambiente demonstra aqui que não faz falta nenhunha?.
Demitam-se esses burocratas e politicos de meia tijela...obviamente.
Tenho 45 anos e sempre vivi em Lisboa e posso dizer que á 20/30 anos atrás por volta do Outono antes das primeiras chuvas, os funcs. camarários andava a limpar as folhas caidas das árvores e a limpar as sargetas, hoje em dia como esses trabalhos são dados aos empreiteiros, estão-se marimbado, só querem é o dinheiro dos contratos, nunca se viu os jardins camarários tão mal tratados, na zona oriental de Lisboa (Marvila, Olivais) é uma miséria o estados dos jardins, cada vez se paga mais impostos mas resultados nem vê-los.
A culpa não é da chuva mas sim da construção desenfriada onde antigamente havia ribeiros e riachos hoje há predios e estradas,alteraram tudo e esquecaram-se da chuvas fortes,esquecem-se de limpar as margens e canalizações e depois vem a chuva e acontece o que aconteceu.Antes de construirem lembrem-se que chove e agua tem que ir para algum lugar e evitam calamidades destas
Infelizmente vivemos num Pais onde o prioritario, são as acções que podem trazer alguns votos, Manter os canais desobstruidos, uma renovação de condutas, penalizar de facto quem coloca lixo nas ruas que tambem originam problemas,limpeza rios e ribeiras, enfim protecçaõ civil a sério...nepia. vamos la fazer festas, concertos,marchas,arraiais, uma panoplia de coisas inuteis para o comum dos cidadãos, mas para os autarcas deste Pais..nãoooooo.
É uma grande verdade.
Antes das primeiras chuvadas de Novembro as ribeiras que atravessam o Funchal são limpas e do seu leito são removidas as pedras maiores.
Mesmo antes das chuvadas destes dias a Câmara do Funchal, prevendo o pior, voltou a fazer outra limpeza às ribeiras do Funchal.
As ribeiras estão todas canalizadas, obra essa que teve início no século XIX pela mão do brigadeiro Odinot.
Porque não falam que também é das Juntas de Freguesia, sim, porque os funcionários das juntas é que costumam passar o tempo juntos das valetas; sarjetas, não propriamente a limpar, limpar, é tira daqui e deixa ali.
Eu própria junto da minha habitação sou quem limpa a grelha junto de aqueduto, caso contrário a estrada fica inundada e é a minha parede e da vizinha que leva com a lama toda, enfim.
Deveriam fazer como a formiga que trabalha no verão para ter resultados no inverno.
A maioria da população de Frielas ficou hoje impossibilitada de ir trabalhar porque a freguesia que dista apenas 1,5 Kms. da A8 ficou completamente isolada. São 5 da tarde e a velha estrada que liga a Ponte de Frielas a Sacavem ainda se encontra bloqueada, nomeadamente no troço em frente à Etar.
O sr Ministro culpa as Câmaras, as Câmaras respondem ao Ministro que não têm verbas para cumprir as competências atribuídas, blá-blá-blá..
Enfim, política à Portuguesa. Somos mesmo pequeninos e incompetentes. Depois venham dizer que antigamente se limpavam as sargetas. A lezíria de Loures prepara-se para ficar cheia de prédios. Impermeabilizam-se os solos, encanam-se as ribeiras e depois admiramo-nos destas desgraças acontecerem. Isto mete nojo. Boa tarde.
Não é a caça às perdizes, nem a caça às lebres, muito menos a caça aos estorninhos, nem sequer a caça ao javali e nem por sombras a caça aos gambozinos. A grande caça nacional é a caça à culpa, de dedo em riste, num rito que nos ficou de 300 anos de Inquisição, 50 de ditadura e vários séculos de monarquia absoluta. É a caça que aprendemos no berço e na escola, aplicamos nas repartições, no emprego e em todo o lado, pela vida fora. Deitar culpas é bem a medida do civismo escasso, da cultura pouca e de hábitos democráticos diminutos, tanto na vivência histórica e como na prática quotidiana. Finalizo com o grande Antero de Quental, que em 1891 escrevia: «Há em todos nós, por mais modernos que queiramos ser, há lá oculto, dissimulado, mas não inteiramente morto, um beato, um fanático ou um jesuíta».
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