O logro ou o sofisma

Acerca da violência e da falta de autoridade do estado ou do desaparecimento do mesmo.
Como comentário ao artigo do Dr Assur, sobre os "casos pontuais".

Pretendem as cabeças pensantes do sítio que não se trata de crime organizado na cidade de Lisboa ou na zona da metrópole, para sossegar os indígenas.
Mas o perigo reside exactamente no contrário e o medo reside exactamente no contrário das suposições.
Ou são tolos ou querem fazer passar por tolo quem ainda pensa pela sua cabeça.
Trata-se de crime desorganizado, de causa social e muitos deles importados, no estilo e na violência gratuita e sem medida.
Um estado que não cuida dos seus cidadãos e da sua segurança não merece esse nome, assim dará origem à degradação e desagregação da sociedade que o sustenta.
Um estado que não olha para a sociedade e apenas segue de forma acrítica os ditames de Bruxelas e a questão do défice como desígnio que nunca poderá ser atingido, por ter sido baseado em premissas erradas desde a entrada na CEE, desde adesão ao Euro e à aplicação dos fundos distribuídos pelos amigos e compadres, não merece tal nome e chamar de democracia a isto, é uma questão de semântica.
Um estado, cujos governos vão na senda populista de que acabar com as elites é de bom tom, para a política do dia a dia, que trata o funcionalismo público como culpado dos males, esquece-se que quem criou o monstro está neste momento em altos cargos e quem aumentou de forma desmesurada o número de funcionários, pertence ao partido do governo.
São todos culpados, falo na desgraça dos partidos políticos e no facto de estarem esgotados de pessoas e de ideias.
Uns reclamam menos estado e mais segurança, outros menos autoridade e autoritarismo, outros ainda, dizendo ser a reserva moral de Abril, através das câmaras municipais que se tornaram em agências de empregos, recrutando como único critério, o nepotismo partidário à velha maneira soviética.
Mas voltando à questão criminal, se há uma coisa que não assusta as polícias é o crime organizado.
O que assusta é o tipo de crime desorganizado, a violência gratuita, o medo de sair à rua, a brasilização do país e a favela importada, este é o problema para além de outro não menos grave, a perda de respeito pela família no seu seio e a perda de respeito pelo próximo, no caso o vizinho.
Não há discussão, parte-se para a morte violenta.
O medo da morte violenta, por parte de quem alimenta a sociedade cada vez mais desigual, à custa da obsessão do défice, é cada vez maior.
A perda do medo por parte dos criminosos que se importou, em espécie e em género é a origem dos males, em nome da imigração sem controlo e da esquerda bem falante e bem pensante que mora em condomínios de luxo, mas que, ficará mais tarde, ou mais cedo, lá prisioneira.
A queda do estado como pessoa de bem, a descredibilização dos seus funcionários e agentes pelo poder político, esse sim é um crime organizado, pelas quadrilhas organizadas que dominam o poder político.
O estado em outsourcing.
Esta é a génese da desgraça.
O estar no poder, e exercê-lo com o único intuito de se lá conservar, é criminoso, porque desprezando as populações, servindo apenas os desígnios dos homens do dinheiro, os plutocratas, é crime de lesa Pátria e este será o pior dos crimes.
Estes crimes deveriam ser os que deveriam preocupar o Senhor Procurador.
Portanto, o crime isolado será grave porque cresceu em números impensáveis, com a noção que o criminoso e a justiça não ajustam contas e a justiça não cobra o que deve.
Uma das consequências da partidocracia e de um estado por ela manietado, e em avançado estado de putrefacção, é uma sociedade doente, com a base familiar destruída.
Os velhos marginalizados de hoje, na sua grande maioria já não são os velhos de ontem, são os velhos produzidos pelas sociedades ditas progressistas, vazios de histórias e imaginação, como as crianças, na sua grande maioria, estupidificadas e tornadas seres sem futuro, onde só se lhes aplaude a má educação e a agressividade, transmitida pelos pais, que não os aconchegam já ao deitar, pelos avós que já não lhes contam histórias porque estão em lares, ou vivem sós em pardieiros.
Esta foi a sociedade criada por esta gente e a sua consequência está à vista.
Do Leviatã de Thomas Hobbes:
“Feito isto, à multidão assim unida numa só pessoa chama-se Estado, em latim civitas. É esta a geração daquele grande Leviatã, ou antes (para falar em termos mais reverentes) daquele Deus Mortal, ao qual devemos, abaixo do Deus Imortal, a nossa paz e defesa. Pois graças a esta autoridade que lhe é dada por cada indivíduo no Estado, é-lhe conferido o uso de tamanho poder e força que o terror assim inspirado o torna capaz de conformar as vontades de todos eles, no sentido da paz no seu próprio país, e da ajuda mútua contra os inimigos estrangeiros. É nele que consiste a essência do Estado, a qual pode ser assim definida: uma pessoa de cujos actos uma grande multidão, mediante pactos recíprocos uns com os outros, foi instituída por cada um como autora, de modo a ela poder usara força e os recursos de todos, da maneira que considerar conveniente, para assegurar a paz e a defesa comum.””