quarta-feira, março 26, 2008

Os colombianos da benzina

Em 2007 o preço do barril de petróleo aumentou em euros apenas 1,5%, mas os preços dos combustíveis em Portugal subiram entre 3,4% e 7,9%

De acordo com os dados da DGEG, em 2006 o preço médio do barril de petróleo importado por Portugal, em euros, foi de 51,90 euros e, em 2007, de 52,69 euros.
Portanto, entre 2006 e 2007, o preço do barril de petróleo em euros (é esta moeda que interessa utilizar pois os combustíveis são vendidos internamente aos portugueses também em euros), aumentou apenas em 1,5%, portanto uma subida até inferior à taxa de inflação portuguesa que foi, em 2007, de 2,5%.
Enquanto se registou um aumento de apenas 1,5% no preço médio do barril de petróleo, segundo também a DGEG do Ministério da Economia, em Portugal, entre 2006 e 2007, o preço médio da gasolina 95 aumentou em 3,4%; o da gasolina 98 em 4,1%; o do gasóleo rodoviário em 3,5%; e o do gasóleo de aquecimento em 7,9%; portanto aumentos muito superiores aos verificados no preço do barril de petróleo.
Afirmar, como afirmam as petrolíferas, que os aumentos dos preços dos combustíveis, com a dimensão que se tem verificado em Portugal, se devem à subida do preço do petróleo, não tem fundamento técnico como mostram os dados oficiais da DGEG.
Se compararmos os preços dos combustíveis com e sem impostos praticados em Portugal com os de outros países da UE, também constatamos importantes anomalias no chamado “mercado”. Assim, em 2007, de acordo também com dados divulgados pela DGEG do Ministério da Economia, o preço da gasolina 95, sem impostos , era em Portugal superior ao preço médio da União Europeia em 1,8%; mas, em relação, à Suécia, o preço no nosso País era superior em 13,6%, à França em 9,1%; à Inglaterra em 9,2%, etc. No mesmo ano, o preço da gasolina 95, com impostos , era em Portugal superior em 5% ao preço médio da União Europeia.
Em relação à Espanha, era superior em +24,3%; à Grécia + 29,2%; Luxemburgo +17,3%; etc.. Em 2007, igualmente de acordo com a DGEG do Ministério da Economia, o preço de venda sem impostos do gasóleo em Portugal era superior ao preço médio comunitário em 2,2%.
No entanto, existiam países onde a diferença era muito maior.
Por ex., o preço em Portugal era superior ao de Inglaterra em 13,1%; ao da França em 8,1%; ao da Áustria em 6,2%; etc.
No mesmo ano, o preço de venda do gasóleo, com impostos , era inferior em Portugal apenas em -0,6% ao preço médio da União Europeia.
No entanto, e contrariamente ao que muitas vezes é afirmado, a carga fiscal em Portugal sobre o gasóleo é inferior à média comunitária, pois no nosso País representa cerca de 50% do preço de venda, enquanto a média na União Europeia atinge 51%.
Existem países, em relação aos quais o preço de venda do gasóleo com impostos em Portugal era bastante superior. Por ex., o preço de venda com impostos em Portugal era superior ao do Luxemburgo em +15%; ao da Espanha em +11%; ao da Grécia em +9,4%; ao da Finlândia em +9,6%; etc. Só o facto do preço da gasolina 95 e do gasóleo sem impostos serem superiores ao preço médio da União Europeia deu às petrolíferas portuguesas, em 2007, um lucro extraordinário de 68,7 milhões de euros.
É por isso que, apesar de se verificar uma quebra nas vendas dos combustíveis em Portugal, os lucros das petrolíferas não têm diminuído; pelo contrário até têm aumentado.
Em 2006, os resultados líquidos da GALP antes de impostos atingiram 962 milhões de euros e, em 2007, já foram de 1.011 milhões de euros.
É de prever que as petrolíferas tirem partido da actual situação de crise para aumentar ainda mais os seus lucros se a passividade, para não dizer mesmo a conivência, do governo e da Autoridade da Concorrência continuar.
Artigo publicado devido à influência de um leitor que vem avisando para este facto há muito, foi tirado do 'resistir.info'
Vou preparar um texto sobre a baixa do IVA em 1%, coisa muito importante para o sítio e para os guardadores do rebanho, que desviam a atenção dos lobos, uma charada...

2 Comments:

Anonymous Anónimo said...

Conclusão:
-A criminalidade em Portugal está a deminuir mas os ladrões cada vez roubam mais.
É caso para dizer:
-Chamem a polícia!
sócio da galp

quinta-feira, março 27, 2008  
Anonymous Anónimo said...

Se pensam que esta amostra de descida dos impostos prestigiam o país é porque julgam que fora deste é tudo parvo, é tudo trouxa!
Para já, o nosso país "só é interessante" como zona de lazer, como estância turística da Europa em particualr e é por isso que investem cá, apesar de saberem perfeitamente que muitos desses fundos foram desviados, surripiados, aplicados em coisas inconfessáveis; não é pelos nossos lindos olhos, porque somos uns gajos porreiros, porque a paparoca é agradável e outras tangas do género; nós JÁ FOMOS um país reconhecido e respeitado, mas ninguém pode viver o presente eo futuro com os olhos da nuca e agora somos mesmo pequeninos porque nos fazermos pequeninos e miseráveis... é o povo que temos; a autoestima não pode existir apenas quando somos bons a dar toques na bola, porra! Não podemos ficar prisioneiros de um craque como Cristiano Ronaldo ou duma fadista como a saudos Amália ou das aparições aos pastorinhos (fado, fátima e futebol, uma vez mais, não?); Mas também não é com estes políticos que vamos lá! Nem com esta contracultura telenoveleira pró favela.
É uma gaita, por cá só se copia o que os outros países têm de mau... ou se tenta copiar algumas coisas que têm de bom mas não são aplicáveis por cá... está-se a ver, aliás, na educação e nos problemas da juventude. É muito triste sermos uns tristes... protagonizados por esta tropa fandanga de políticos sedentos de protagonismo!

quinta-feira, março 27, 2008  

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