O mundo cresce...de boca aberta

"A comida está cara. Basta uma visita a um qualquer supermercado que, por mais que puxe dos cartões, dos descontos e dos talões, o consumidor sai com a carteira cada vez mais leve.

A culpa? É dos outros, mais uma vez. O dólar forte estimula a procura internacional de cereais “made in USA”, e não há perspectivas de que esta tendência se inverta. Por outro lado, e mais importante que tudo, está o crescimento da procura por parte das economias emergentes. Países tão populosos como a China e a Índia, vêm a sua economia crescer a um ritmo acelerado, aumentando o rendimento e o nível de vida das suas populações. Que, como é natural, querem comer mais e melhor, porque finalmente podem, depois de séculos de pobreza. À medida que o mundo, como um todo, se torna mais próspero, e essa prosperidade se torna mais distribuída, os países mais desenvolvidos têm de se habituar à ideia de que vão pagar mais pela sua comida, face aos preços a que se habituaram. Porque os outros, entre os quais alguns dos maiores produtores alimentícios do mundo, também têm o direito de comer bife e de beber leite."

Tiago Freire