UMA CERTA GUERRA
"A vida do cónego Eduardo Melo não me inspira particulares arroubos. A morte inspira-me alguma curiosidade face aos obituários na imprensa, que naturalmente irão destacar a "figura polémica", a "personalidade complexa", o seu papel na reacção da igreja nortenha ao PREC, o envolvimento em "movimentos de extrema-direita", a suspeita de ter participado no assassínio do lendário padre Max, etc.
Tudo somado, teremos muita ponderação, muitos cuidados, muita objectividade, muito trabalho, pouco sentimento. Quando falece alguém do lado oposto, é um sossego: titula-se "morreu um grande antifascista" e o elogio fúnebre está vibrante e despachado. Só que combater o comunismo ainda não dá por aqui direito a aclamações e obituários concisos. Em Portugal, não morrem "grandes anticomunistas", sinal de que o cónego Melo, vencedor de algumas batalhas, perdeu uma certa guerra."
Alberto Gonçalves
Tudo somado, teremos muita ponderação, muitos cuidados, muita objectividade, muito trabalho, pouco sentimento. Quando falece alguém do lado oposto, é um sossego: titula-se "morreu um grande antifascista" e o elogio fúnebre está vibrante e despachado. Só que combater o comunismo ainda não dá por aqui direito a aclamações e obituários concisos. Em Portugal, não morrem "grandes anticomunistas", sinal de que o cónego Melo, vencedor de algumas batalhas, perdeu uma certa guerra."
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