segunda-feira, maio 12, 2008

Coronel Jaime Neves


Há pessoas de quem não nos devemos esquecer, assinalando-se o seu lugar na História de Portugal. Para que a memória perdure e não seja apagada.


O Coronel Jaime Neves serviu no Ultramar onde adquiriu justa fama de ser um oficial corajoso, criativo e com grandes capacidades de chefia, qualidades atestadas em missões operacionais. Militar, mas também e sobretudo, homem de guerra.

O Coronel Jaime Neves iniciou a sua carreira militar servindo na Índia Portuguesa. Em Angola, como capitão, comandou a Companhia 365 de Caçadores Especiais. Fez depois o curso de Comandos, também em Angola, e pertenceu à Segunda Companhia da qual farão parte como Alferes, José Gonçalves, Victor Ribeiro, futuros fundadores e Presidentes da Direcção da Associação de Comandos e homens com um papel muito importante em 1975, no 25 de Novembro.

Em Moçambique, Jaime Neves comandou a 28ª Companhia de Comandos e, mais tarde, quando este se constituiu, o Batalhão de Comandos de Moçambique. É precedido por este currículo que vai, a partir do Verão de 1974, comandar o Regimento de Comandos da Amadora, uma unidade chave e que se tornará mais importante, à medida que as sequelas militares do PREC - indisciplina, saneamentos políticos, promoções de aviário, manipulação ideológica dos soldados e graduados - vão tornando as unidades militares cada vez mais apaisanadas e por isso mesmo de pouca ou nenhuma confiança, em termos de cumprimento da sua missão principal - a defesa da pátria, da sua independência e da sua liberdade.

Oficial patriota, Jaime Neves colaborou por algum tempo com o MFA, mas foi-se afastando à medida que se acentuaram no movimento, como dominantes, as linhas de radicalização esquerdistas e anti-nacional, através da aliança progressiva com o PCP e de uma descolonização irresponsável e vergonhosa, quer para os interesses portugueses quer para os interesses das populações dos territórios então descolonizados. Já no 28 de Setembro, Jaime Neves tinha o seu pessoal pronto e preparado, para fazer cumprir a lei. E teria sem dúvida removido as barricadas comunistas, caso para tal tivesse recebido ordens ou instruções de quem de direito. Que nunca chegaram.

Durante 1975, procurou fazer do Regimento de Comandos, uma boa unidade militar, enquadrada por oficiais e quadros com experiência militar de combate em África e com espírito de patriotismo, lealdade e camaradagem. O que não era fácil nesta época, em que, bem pelo contrário, algumas unidades militares se transformaram em bandos ou clientelas partidárias armadas.

Mas conseguiu-o. Deste modo, quando a resistência popular, iniciada no Norte do País, se foi estendendo para o Sul, intimidando o Partido Comunista e os radicais do MFA e fazendo-os pensar duas vezes nas hipóteses de êxito do assalto comunista ao poder, o Regimento de Comandos funcionou como uma ponta de lança, firme e forte, de resistência nacional, na área de Lisboa.

Jaime Neves desempenhou um papel fundamental ao longo do Verão de 1975, não só mantendo os Comandos como uma força disciplinada e não tocada pelo radicalismo subversivo, como estabelecendo, com os elementos da então criada Associação de Comandos, uma boa articulação que vai permitir através das duas companhias de antigos militares, "convocados", constituir uma força experimentada que actuará, decisivamente, no 25 de Novembro.

Jaime Nogueira Pinto, In "Mama Sume", nº60, Junho 1995


Nota : Após o 25 de Novembro de 1975, ficou celebre o grito "Vem aí o Jaime Neves" ou "Chamem os Chaimites do Jaime Neves", autênticos alertas e quase suficientes para desbaratar a "Orquestra Vermelha" do Verão quente de 75.

18 Comments:

Anonymous Anónimo said...

Nasceu na freguesia de S. Dinis, concelho de Vila Real, em 24.3.1936. Entrou na Escola do Exército em 1953 e fez cinco missões de serviço nas Províncias Ultramarinas de África e índia. Fez o curso de comandos e foi um dos mais prestigiados da Amadora, sede militar dos Comandos. Após o 25 de Abril de 1974 a sua unidade e o seu comando são mal vistos, porque ele não alinhou nos exageros revolucionários. A sua acção nos acontecimentos do 25 de Novembro de 1975 foram decisivos para dominar os rebeldes militares que no 11 de Março desse ano tinham revelado instintos de guerra civil. A unidade de Comandos era a principal unidade operacional de infantaria do Exército. E Jaime Neves foi o cérebro do êxito no sentido de travar, definitivamente os intentos dos golpistas. O país inteiro reconheceu nele o grande responsável pelo regresso à normalidade militar entre os Portugueses. Em 1995 foi-lhe atribuída a medalha de grande-oficial com Palma, da Ordem Militar da Torre e Espada, do valor, Lealdade e Mérito. Por se tratar de um transmontano que teve papel decisivo, em período tão agitado da vida nacional, transcrevemos, o alvará da concessão, pela Presidência da República e Chancelaria das Ordens Portuguesas: "Considerando que o Coronel de Infantaria "Comando" Jaime Alberto Gonçalves das Neves, ao longo da sua brilhante e valorosa carreira militar prestou altos serviços às Forças Armadas e à Pátria, marcados pelo heroísmo, abnegação e notável espírito de decisão; Considerando que no comando de tropas em campanha revelou invulgares qualidades de chefia, espírito de missão, coragem e sangue-frio em acções de alto risco debaixo de fogo; Considerando que o Coronel Jaime Neves teve uma participação decisiva nas acções militares que conduziram à restauração da democracia em Portugal e à sua intransigente defesa, nomeadamente pela sua actuação em 16 de Março de 1974, em 25 de Abril de 1974 e em 25 de Novembro de 1975 e que teve acção importantíssima na reestruturação da disciplina nas Forças A-nnadas; Considerando as qualidades de carácter, generosidade e frontalidade que são timbre da sua personalidade e do prestígio nacional que goza, quer entre os camaradas de armas, quer na sociedade civil; Considerando os efeitos de heroísmo militar e cívico do Coronel Jaime Neves, as elevadas condecorações e significativos louvores que lhe foram atribuídos ao longo de toda uma carreira militar que constitui elevado exemplo e o elegeu como motivo do maior prestígio para as Forças Armadas e credor da gratidão do Povo Português: Mário Soares, Presidente da República e Grão-Mestre as Ordens Honoríficas Portuguesas, faz saber que, nos termos da respectiva Lei Orgânica, aprovada pelo Decreto-Lei n.' 414-A/86 de 15 de Dezembro, confere ao Coronel de Infantaria "Comando" Jaime Alberto Gonçalves das Neves, de nacionalidade portuguesa, o grau de Grande-Ofical com palma da Ordem Militar da Torre e Espada, do Valor, Lealdade e Mérito. Por firmeza do que se lavrou, o presente alvará que vai ser devidamente assinado. Publique-se. Presidência da República, 13 de Julho de 1995, Mário Soares".

segunda-feira, maio 12, 2008  
Anonymous Anónimo said...

Os transmontanos é que são a verdadeira tropa de elite do País, são eles a base de sustentação das forças especiais e foi na gloriosa, fria, dura e forte província de Trás-os-Montes que nasceram e foram criados os mais valentes e valorosos militares Portugueses de sempre que serviram no Exército Português, como é exemplo disso o coronel Jaime Neves, nascido no concelho de Vila Real.
Foi também de Regimento de Infantaria 13 de Vila Real e de Chaves, que sairão os primeiros militares que foram combater para a Guiné logo em 1961, a chamada Infantaria do Marão , quando ainda não havia comandos para enviar para a Guerra visto que estes apenas foram criados em 61 e as primeiras unidades entraram a serviço em 62, bem como as tropas especiais de Lamego que também só foram criadas em 61, e estas tropas que foram para o pior cenário da guerra colonial, na Guiné foram enviadas a partir de Vila Real e de Chaves porque?
Porque quando as coisas começaram a ficar feias, e quando se provou que a Guiné era o pior dos cenários da Guerra Colonial, Portugal e as chefias militares tiveram que se socorrer inevitavelmente dos bravos transmontanos, porque é do senso comum que os transmontanos são os mais bravos e guerreiros dos portugueses, claro está sem desrespeito pelos outros.

Viva Portugal sempre, e viva Trás-os-Montes.

quinta-feira, dezembro 04, 2008  
Anonymous Anónimo said...

A promoção do Sr.Cor.Jaime Neves é
mais que merecida.Só me faz confusão um cobarde como o Vasco das melenas(o que perdia a companhia no mato)vir arrotar postas para os jornais e tv.s.Compara-los será o mesmo que comparar o olho do cu com a Sé de Braga.

segunda-feira, abril 06, 2009  
Blogger zeninguem said...

exmo.senhor general.nao tive a honra e o orgulho de ser comandado por v.exa.mas tenho pelo menos o prazer de ter o senhor comandante a viver no tempo que eu vivo.muitos parabens pela promoçao a muito devida

quarta-feira, abril 08, 2009  
Anonymous Anónimo said...

Confesso que fiquei bastante satisfeito ao tomar conecimento da promoção de Jaime Neves a General.
Só me surpreende ter sido tão tardiamente.Já a merecia à pelo menos uns 20 anos, e parece-me que só não o foi devido ao complexo que ainda existe sobre a visão distorcida de quem influenciou a política na área da mais ou menos esquerda nos anos 70 .
Mas sobre isso entendo que se deve muito a Jaime Neves o estabilizar da democracia Portuguesa. A sua atitude foi no 25 de Novembro bastante importante.
Quando o regime democratico corria riscos de se perder, foi importante a acção de homens que para além de bons comandantes militares, lutassem também contra a anarquia que então se vivia em Portugal.
Parabéns JAIME NEVES.

domingo, abril 12, 2009  
Anonymous Anónimo said...

O tal que rehabilitou os Srs. do Estado Novo, banqueiros cobardolas fugidos com o dinheiro português, o poder ao Mário Soares, ao PS e seus quejandos. Agora, que os fachos estão outra vez no poder disfarçados de democratas, retribuem o favorzinho com esta promoção, para auferir mais dinheiro e regalias quando o país está com graves dificuldades financeiras e a despedir pessoas com famílias que não têm meios de subsistência. Uma vergonha!!!!

segunda-feira, abril 13, 2009  
Anonymous Anónimo said...

estou dizendo que o sr jaime neves a promoçao veio tardia aquele sr vasco lourenço que perdeu a compahia que deveria estar preso visto ele ser péssimo governador militar de lisboa e pessimo em tudo até foi contra ele mesmo mas a presidente desse tal 25 de abril ele a fundou e se aproveitou dela mesmo mas acho que que agora fala de futebol esta no lugar certo ou será que tem algum portugues que nao saiba falar de futebol e fui sou de alijo do douro que o sr jaime deve conhecer muito bem

sexta-feira, abril 09, 2010  
Anonymous HELDER OLIVEIRA said...

SOU COMANDO, TIVE A HONRA DE PERTENCER Á COMPANHIA 112/74 QUE PARTICIPOU NO 11 DE MARÇO E 25 DE NOVEMBRO, SOB O COMANDO DESSE GRANDE SENHOR (JAIME NEVES)E ASSISTI, A GRANDES SENHORES DESTE PAÍS, DEBAIXO DAS SUAS AZAS, A PEDIR PROTEÇÃO. SE NÃO FOSSE A SUA CORAGEM, E DETERMINAÇÃO MUITOS DE NÓS NÃO ESTAVAMOS AQUI.

HELDER OLIVEIRA.

sexta-feira, dezembro 17, 2010  
Anonymous Anónimo said...

Antigo comando tive a honra de conhecer pessoalmente o melhor comandante de sempre do regimento de comandos o GRANDE JAIME NEVES recordando com saudade os bons momentos mamma sumae

sexta-feira, janeiro 07, 2011  
Anonymous Anónimo said...

Fui Comando da companhia 4041 da Guiné e sei o valor deste HOMEM e sei o que eram os outros palhaços como o Vasco Lourenço Otelo e demais Corte.
A sorte protege os Audazes
Mama Sume

sábado, junho 18, 2011  
Anonymous Anónimo said...

Infelizmente não tive a honra de servir no regimento sob o comando do Sr Gen Jaime Neves, mas servi e fiz parte "dos seus" comandos, e nestes tempos conturbados , em que um ou outro capitão de Abril se está a insurgir em busca de notoriedade, e fazendo ameaças em nome do exercito portugues, ou assim espero que o seja, caso do Sr "capitão de abril" coronel Vasco Lourenço, talvez fosse necessário uma aparição do "meu comandante" Jaime Neves. Mamma sumae sempre

sexta-feira, novembro 04, 2011  
Anonymous Anónimo said...

Infelizmente não tive a honra de servir no regimento sob o comando do Sr Gen Jaime Neves, mas servi e fiz parte "dos seus" comandos, e nestes tempos conturbados , em que um ou outro capitão de Abril se está a insurgir em busca de notoriedade, e fazendo ameaças em nome do exercito portugues, ou assim espero que o seja, caso do Sr "capitão de abril" coronel Vasco Lourenço, talvez fosse necessário uma aparição do "meu comandante" Jaime Neves. Mamma sumae sempre

sexta-feira, novembro 04, 2011  
Anonymous MANUEL FERREIRA said...

eu tive o prazer de o conhecer pessoalmente almoçei na mesma mesa varias vezes com ele joguei futebol salao tive o prazer de falar com ele enfim sinto-me um felizardo tendo sido eu soldado so quero deixar aqui bem patente que o comandante jaime neves era um HOMEM CEM POR CENTO CORRETO E HUMANO MUITO OBRIGADO COMANDANTE JAIME NEVES

terça-feira, novembro 22, 2011  
Anonymous Anónimo said...

O COMANDO ama devotadamente a sua PÁTRIA, estando sempre pronto a fazer por ela todos os sacrifícios. Constante exemplo de energia, de amor ao trabalho, de dedicação e de lealdade aos chefes, não discute as ordens que recebe, não admite nem conhece embaraços ou resistências à sua integral execução.

O COMANDO pratica a camaradagem e procura assegurar a solidariedade moral entre todos os seus irmãos de armas; mas não aceita a indignidade, nem a desobediência, nem o desrespeito pelas regras da disciplina e da honra. Sempre disposto a auxiliar quem precisa do seu apoio material ou do seu amparo moral, quer na paz, quer na guerra, e em frente ao inimigo, afirma-se constantemente pessoa de carácter.

O COMANDO ama as responsabilidades; sempre pronto a comandar e disposto a obedecer, não admite a suspeita de haver nos seus superiores a intenção de oprimi-lo ou de, por qualquer forma, o diminuir. Porque é sua constante preocupação agir como verdadeiro COMANDO tem nos seus chefes ou comandantes a mais segura confiança e a mais acrisolada fé.

Sempre generoso na vitória e paciente na adversidade, o verdadeiro COMANDO trata com solicitude, acarinha e estimula aqueles que lutam e sabem vencer todos os obstáculos. Não admite a mentira mas respeita os estóicos e abnegados que servem sem preocupação de paga ou de satisfação de interesses de qualquer natureza.

O carácter, a lealdade, a fidelidade, a obediência e a determinação são virtudes inalienáveis do COMANDO. Sejam quais forem os seus dotes de saber o COMANDO que as não possua ou as despreze deve ser inexoravelmente privado do seu título.

O COMANDO não foge ao perigo, não evita as situações que possam acarretar-lhe incómodos. Incumbido de uma missão, põe no cumprimento dela todas as suas possibilidades de actuação, todas as suas forças físicas, intelectuais e morais.

quarta-feira, novembro 30, 2011  
Blogger Fer.Monteiro said...

Tive o previlegio de o conhecer pertenci a CMD 112/74 .E pena haver tao poucos com a fribra deste grande homem ex,cmd Monteiro

sexta-feira, fevereiro 17, 2012  
Anonymous valdemar oliveira 21ª c.c said...

sou comando de1969 servi no regimento de comandos em montepuez conheci o coronel jaime neves em angola depois em moçambique quando veio comandar a28ª c.c. depois como comandante do batalhão em montepuez um HOMEM com H grande com uma determinação sem igual
um homem como poucos um amigo um companheiro disposto a dar a vida pelos comandos BEM HAJA CORONEL JAIME NEVES MAMASUMÉ.

sábado, março 17, 2012  
Blogger PFGFR said...

Homem "educado" e de "fino trato" (leia-se bruto e mal educado), responsável, entre outros actos "heróicos" e "úteis", pela anulação da resistência da Legião Portuguesa no 25 de Abril. Ao ver o disparate que tinha feito, lá tentou redimir-se no 25 de Novembro. Mas já veio tarde. Não passava de um bronco mal-educado, que serviu de capacho aos comunas primeiro e à CIA depois. Absolutamente acéfalo, com os neurónios mortos pelo whisky, que bebia profusamente. Num país normal, teria sido fuzilado ao lado do Otelo, do Melenas e de outros escarros idênticos. Que a terra lhe seja muito pesada, e que Deus lhe perdoe, porque a Pátria e os mortos da "descolonização exemplar" jamais lhe perdoarão.

terça-feira, abril 23, 2019  
Anonymous berkshire blanket sheets said...

Mas conseguiu-o. Deste modo, quando a resistência popular, iniciada no Norte do País, se foi estendendo para o Sul, intimidando o Partido Comunista e os radicais do MFA e fazendo-os pensar duas vezes nas hipóteses de êxito do assalto comunista ao poder, o Regimento de Comandos funcionou como uma ponta de lança, firme e forte, de resistência nacional, na área de Lisboa.

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sábado, fevereiro 12, 2022  

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