sábado, maio 31, 2008

SOS, Liga

"A praga dos salários em atraso promove a desigualdade competitiva.

Esquecem-se os responsáveis da bola indígena que a maioria dos profissionais não recebe ordenados milionários, considerando uma actividade, em todo o caso, genericamente muito bem paga e, até, inflacionada.

Há que ter respeito pelo esforço que fizeram, na actualidade e em tempos recentes, atletas do Boavista. Est. Amadora e V. Setúbal, nalgumas situações em jeito de emulação psicológica heroicamente eficaz.

Os jogadores, neste plano, têm direitos e deveres. Podem jogar mais ou menos e, em princípio, as leis do mercado premeiam os melhores e penalizam os menos produtivos.

Muito mau para os clubes portugueses é haver quem ganhe muito e renda pouco. É um problema de mentalidade e de hábitos enraizados – e de todo um conjunto de influências que determinam, quase sempre erroneamente, o estatuto dos futebolistas.

A não abdicação dos princípios que afirmam o profissionalismo é uma matéria com a qual o futebol português (os Clubes e a Selecção) tem de se debater. Isso é uma coisa. Outra coisa é pôr sequer a dúvida se os jogadores podem esperar dias, meses ou anos para que os clubes regularizem as suas dívidas. E o princípio é válido, óbvia e igualmente, para os treinadores. Não podem. Não devem – e a Liga, sobre esta questão, não pode ser flexível.

O acesso à competição profissional está parametrizado. A grande questão é não escapar às fronteiras que definem e delimitam esses parâmetros.

O futebol profissional, em Portugal, chegou a um ponto em que não tem nem mais espaço nem mais tempo para admitir excepcionalidades.

Só devem ser licenciados os clubes que provem ter os salários em dia. Sobre eles devem ser exercidos mecanismos de controlo, nesta e noutras matérias, bastante apertados.
Abrir excepções é continuar a promover as desigualdades e a concorrência desleal.

A Liga não pode dar uma no cravo e outra na ferradura. A tarefa é difícil, árdua, com vários fogos permanentemente em reacendimento, mas não há outra solução senão diminuir a possibilidade de fuga.
"

Rui Santos

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