quarta-feira, junho 18, 2008

Barragem Romana de Belas



Pouco resta hoje desta construção romana de grande envergadura, que reflecte bem a preocupação dos romanos com as obras de utilidade pública - estradas, pontes, viadutos, fontes - e com a qualidade de vida dos cidadãos.A que é hoje conhecida como a Barragem de Belas foi construída para fornecer água potável à cidade de Olissipo. A albufeira da barragem, que podia conter até 125.000 metros cúbicos de água era abastecida pela ribeira de Carenque e pelas numerosas nascentes da região de Belas/Caneças uma das quais debitava, no século XVII, cerca de 360 litros por minuto. Essa água era depois conduzida até à antiga urbe de Lisboa por um aqueduto que desembocava junto à porta de Stº André, na Costa do Castelo. Vestígios desse aqueduto são ainda visíveis junto ao Bairro da Mina, na Amadora.
O que hoje resta da barragem pode ser visto junto à estrada Belas-Caneças (km 16,423 da EN 250). Trata-se da sua parte central, um paredão com cerca de 15,5 metros de comprimento, uma altura máxima de 8 metros e uma espessura de 7,7 metros no máximo. A parede virada a jusante é reforçada por três 3 espessos contrafortes que fazem da barragem de Belas a maior barragem romana de contrafortes conhecida.
O tipo de construção é tipicamente romano, ou seja, pedras irregulares e de diferentes tamanhos, unidas por uma espécie de argamassa feita de cal, areia fina e pedaços de cerâmica.


Construída no século III d.C., não se sabe quando é que barragem deixou de ser utilizada. Sabemos que no século XVI já não fornecia água à cidade, pois Francisco de Holanda, na sua obra "Da fábrica que falece à cidade de Lisboa" de 1571,recomendava ao rei D. Sebastião o reaproveitamento do aqueduto romano para resolver a sistemática falta de água que afectava a capital portuguesa. Dois anos depois o rei determina, em carta régia, a realização das obras necessárias para trazer água a Lisboa, mas nada se fez. Já em 1619, durante a União Ibérica, o rei Filipe II visita a barragem e o aqueduto com a intenção de promover a sua reconstrução, encarregando para tal Leonardo Turriano. No ano seguinte são elaborados os projectos necessários e estabelecem-se as taxas para custeamento das obras. Mas estas não chegam a realizar-se, pois um alvará régio de 1623 determina que os impostos destinados ao seu financiamento sejam desviados para acudir à Índia. No séc. XVIII, a construção de um novo aqueduto arrasa parte das condutas romanas e, já no século XX, a construção da estrada Belas-Caneças destrói e soterra parte da barragem.


2 Comments:

Anonymous Anónimo said...

salvaram-me a vida

quinta-feira, dezembro 01, 2011  
Anonymous Anónimo said...

salvaram-me a vida

quinta-feira, dezembro 01, 2011  

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