Os receios inflacionistas parecem excessivos.
"Os receios de inflação parecem-nos excessivos, na medida que a inflação subjacente continua a comportar-se sem problemas de maior nos EUA e Zona Euro, uma vez que as empresas na grande generalidade estão com dificuldades em passar aumentos de preços; excluindo as que estão directamente relacionadas com o sector petrolífero e agricultura; optando na grande maioria em fazer paragens na produção para evitar excessos de inventários e vender a preços inferiores. No entanto, as taxas de juro longas têm vindo a subir, que se traduziram em taxas reais mais elevadas, este movimento se persistir no tempo intensificará a desaceleração na economia mundial obrigando a uma revisão em baixa dos activos de risco. Julgamos que terá sido este factor o principal responsável pela má prestação dos mercado accionistas nas últimas semanas e o principal risco de médio prazo.
A evolução, nas últimas semanas, das taxas de juro longas (dez anos) a que os Estados se financiam, concretamente Zona Euro e EUA não deixou de nos surpreender. Estas subiram cerca de 60 e 70 pb (pontos básicos), para cerca de 4,5% e 4,1% respectivamente (igual movimento se verificou em Portugal). Recordamos que estas taxas são um factor muito importante na avaliações dos activos de risco, nomeadamente acções. O principal pretexto para este movimento, para além dos habituais comentários por parte das autoridades monetárias da Zona Euro, centrou-se muito na subida das expectativas inflacionistas, fruto essencialmente da subida do preço do petróleo e produtos alimentares, que a prazo se poderão traduzir em inflação generalizada. Apesar de respeitarmos o mercado de capitais, julgamos que neste caso existe uma sobre reacção nas taxas de juro longas, na medida que a inflação subjacente (sem o efeito do preço do petróleo e produtos alimentares), continua sem mostrar quaisquer indícios de subida (na Zona Euro os valores actuais estão ligeiramente abaixo – 10 pb – de uma média dos últimos oito anos e nos EUA ligeiramente acima –10 pb).
No entanto, o que nos preocupa é que esta sobre reacção nas taxas de juro longas, se não for corrigida, poderá originar um abrandamento mais importante na economia, na medida que as taxas de juro reais (taxas de juro nominais descontadas da inflação subjacente) se encontram a níveis claramente acima de valores médios (na Zona Euro cerca de 40 pb vs. a média dos últimos oito anos), funcionando como um factor restritivo do crescimento económico. Tendo em conta a desaceleração da economia e a dificuldade das empresas para fazerem passar os aumentos de preços nos “inputs”, no caso das empresas industriais a optarem claramente por uma estratégia de parar a produção (aumentando a capacidade instalada disponível) de forma a evitar excessos de inventários e quebras nos preços; a subida das taxas de juro nominais e reais cria uma situação ainda mais desfavorável implicando uma reavaliação em baixa dos activos de risco. Este é sem dúvida o maior risco do mercado de acções no médio prazo. "
António Seladas
A evolução, nas últimas semanas, das taxas de juro longas (dez anos) a que os Estados se financiam, concretamente Zona Euro e EUA não deixou de nos surpreender. Estas subiram cerca de 60 e 70 pb (pontos básicos), para cerca de 4,5% e 4,1% respectivamente (igual movimento se verificou em Portugal). Recordamos que estas taxas são um factor muito importante na avaliações dos activos de risco, nomeadamente acções. O principal pretexto para este movimento, para além dos habituais comentários por parte das autoridades monetárias da Zona Euro, centrou-se muito na subida das expectativas inflacionistas, fruto essencialmente da subida do preço do petróleo e produtos alimentares, que a prazo se poderão traduzir em inflação generalizada. Apesar de respeitarmos o mercado de capitais, julgamos que neste caso existe uma sobre reacção nas taxas de juro longas, na medida que a inflação subjacente (sem o efeito do preço do petróleo e produtos alimentares), continua sem mostrar quaisquer indícios de subida (na Zona Euro os valores actuais estão ligeiramente abaixo – 10 pb – de uma média dos últimos oito anos e nos EUA ligeiramente acima –10 pb).
No entanto, o que nos preocupa é que esta sobre reacção nas taxas de juro longas, se não for corrigida, poderá originar um abrandamento mais importante na economia, na medida que as taxas de juro reais (taxas de juro nominais descontadas da inflação subjacente) se encontram a níveis claramente acima de valores médios (na Zona Euro cerca de 40 pb vs. a média dos últimos oito anos), funcionando como um factor restritivo do crescimento económico. Tendo em conta a desaceleração da economia e a dificuldade das empresas para fazerem passar os aumentos de preços nos “inputs”, no caso das empresas industriais a optarem claramente por uma estratégia de parar a produção (aumentando a capacidade instalada disponível) de forma a evitar excessos de inventários e quebras nos preços; a subida das taxas de juro nominais e reais cria uma situação ainda mais desfavorável implicando uma reavaliação em baixa dos activos de risco. Este é sem dúvida o maior risco do mercado de acções no médio prazo. "
António Seladas
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