domingo, junho 15, 2008

Elias Garcia


Nasceu em Cacilhas a 31 de Dezembro de 1830. Até à sua morte, ocorrida em Lisboa em 21 de Junho de 1891, José Elias Garcia fora um apóstolo da Democracia, na sua mais lídima e autêntica pureza. No comando deste movimento renovador das nossas instituições, este homem íntegro e do maior valor ocupou cargos e posições relevantes na sociedade portuguesa da segunda metade do século XIX: coronel de Engenharia, político, jornalista, presidente de diversas organizações liberais, lente da Escola do Exército, grão-mestre da Maçonaria portuguesa, deputado, presidente da Câmara Municipal de Lisboa. Mesmo após ter sido eleito para o Directório do Partido Republicano, foi várias vezes convidado para ministro da... Monarquia.

Teve o maior relevo como jornalista, pelo que chegou a ser presidente da Associação dos Jornalistas e Escritores Portugueses; a ele se deve a fundação de diversos jornais republicanos, especialmente o primeiro com esta orientação política, publicado em 1854 (tinha o nosso biografado 24 anos de idade), e que se chamou O Trabalho, e em 1865 foi redactor principal do Jornal de Lisboa e também redactor e fundador da Democracia Portuguesa, onde veio a lume o primeiro programa republicano. Foi Elias Garcia o grande orientador desta renovação, secundado por outros homens, como Latino Coelho, Oliveira Marreca, Bernardino Coelho, Jacinto Nunes, os generais Gilberto Rola e Sousa Brandão, aos quais se juntaram Teófilo Braga, Osório de Vasconcelos, Teixeira Simões, Azevedo e Silva, Homem-Cristo, Manuel de Arriaga, Gomes da Silva, Ferreira Mendes, Caetano Pinto e Feio Terenas. Destes, e de outros que depois vieram, e aos quais se reuniram elementos jovens das escolas dos principais centros do país, saíram as primeiras directrizes da orgânica e da propaganda republicana.

José Elias Garcia morreu pobre, porque sacrificou tudo quanto auferiu por tantos trabalhos em proveito do seu partido, e para a sustentação da Democracia, jornal que ele fundara e que lhe merecia a maior dedicação.

Homem do seu tempo, quando presidente da Câmara Municipal de Lisboa, em 1871, pugnou pela criação da disciplina da Cultura Física nas escolas.


Nota curiosa é o facto de, embora com algumas interrupções o nome de Elias Garcia cobre artérias que vão desde Sintra (Ramalhão) até às Portas de Benfica, em Lisboa.

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