Obras públicas
"Manuela Ferreira Leite, no seu discurso de encerramento do Congresso do PSD, ousou criticar os laivos emergentes de "fontismo" que marcam esta última fase do mandato do actual Governo. Fê-lo com particular contundência, dizendo que a situação de depauperação do País e a gravíssima crise social que se espera não são compatíveis com dispêndios de discutível necessidade.
Mas foi ainda mais longe ao qualificar, sem rebuço, a decisão dos anunciados mega-investimentos como um dos mais sérios erros do regime. Colocou, assim, esta questão num patamar de discussão extremamente complexo para o Governo que nesta matéria desejaria consenso e pouca agitação. E demonstrou que não teme os interesses e as influências da grande indústria da construção.
Evidentemente que muitos virão a terreiro invocando estudos e mais estudos justificativos da nova ponte, do novo TGV, do novo aeroporto e de tudo o mais. Como outrora anunciaram as mirificas vantagens da edificação dos estádios do Euro que são hoje pasto do vazio.
Nós, Portugueses, gostamos de nos ufanar dos nossos recordes aferidos pela métrica do Guiness. Rejubilamos com a maior ponte da Europa e com o maior bolo-rei do Mundo. Mas, de que nos servem tantas auto-estradas se as famílias não dispuserem de meios para as fruir e as empresas para as utilizar? De que nos serve a maior ponte da Europa se não registar utilização compatível e se, por causa dela, o empobrecimento das famílias e a erosão da classe média se agravarem, se permanecerem os elevadíssimos índices de iliteracia que nos são atribuídos nos estudos internacionais, se os serviços de saúde mantiverem os mesmos níveis de ineficiência e se o sistemas judiciário prosseguir, reforma após reforma, numa inexorável agonia?"
José Luís Seixas
Mas foi ainda mais longe ao qualificar, sem rebuço, a decisão dos anunciados mega-investimentos como um dos mais sérios erros do regime. Colocou, assim, esta questão num patamar de discussão extremamente complexo para o Governo que nesta matéria desejaria consenso e pouca agitação. E demonstrou que não teme os interesses e as influências da grande indústria da construção.
Evidentemente que muitos virão a terreiro invocando estudos e mais estudos justificativos da nova ponte, do novo TGV, do novo aeroporto e de tudo o mais. Como outrora anunciaram as mirificas vantagens da edificação dos estádios do Euro que são hoje pasto do vazio.
Nós, Portugueses, gostamos de nos ufanar dos nossos recordes aferidos pela métrica do Guiness. Rejubilamos com a maior ponte da Europa e com o maior bolo-rei do Mundo. Mas, de que nos servem tantas auto-estradas se as famílias não dispuserem de meios para as fruir e as empresas para as utilizar? De que nos serve a maior ponte da Europa se não registar utilização compatível e se, por causa dela, o empobrecimento das famílias e a erosão da classe média se agravarem, se permanecerem os elevadíssimos índices de iliteracia que nos são atribuídos nos estudos internacionais, se os serviços de saúde mantiverem os mesmos níveis de ineficiência e se o sistemas judiciário prosseguir, reforma após reforma, numa inexorável agonia?"
José Luís Seixas
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