Assim-assim
"Sócrates sabe quão difícil será renovar a maioria se mantiver braços-de-ferro suicidas com os diferentes pólos de contestação social.
Eleitoralismo. Já estamos a entrar em pleno ciclo eleitoralista e ainda falta mais de um ano para a realização das eleições legislativas, autárquicas e europeias. O país, além de mergulhado numa crise, vai submergir no folclore partidário pela acumulação de três campanhas. Conclui-se, portanto, que o ano político que aí vem será mais um ano de gestão de expectativas eleitorais motivadas pelas lógicas partidárias e menos um ano de efectiva acção estratégica a bem do interesse colectivo.
Do lado do Governo, vamos começar a verificar uma tendência para um modelo mais condescendente, assente na acção pelo diálogo e pela concertação. Sendo certo que José Sócrates sabe muito bem o quanto será difícil renovar a maioria absoluta, também é certo que tem plena consciência de que definitivamente não a alcançará se mantiver um exercício assente em braços-de-ferro intransigentes e suicidas com os diferentes pólos de contestação social.
Do lado da sociedade, considerando desde logo as forças sindicais, é certo que o ambiente tenderá a acentuar o peso das suas reivindicações, seja pelo apertar da crise e do agravamento das condições de vida dos portugueses, seja porque um Governo em fim de mandato é muito mais permeável ao som da rua.
Enfim, do lado do país, globalmente considerado, vamos verificar como um Governo que tinha todas as condições políticas – maioria absoluta na Assembleia da Republica e intensiva cooperação estratégica por parte do Presidente – para desenvolver as intervenções estruturais de que Portugal carece, desperdiçou a oportunidade em nome da elevação do valor da imagem, da promoção, do ‘marketing’ e da contabilidade eleitoral sobre tudo o resto.
Dar e pedir. Enquanto isto, temos que algumas expectativas se centram agora no PSD, ressurgido numa liderança que aposta mais na contenção do erro do que na afirmação das suas próprias virtudes. Disse a líder do PSD, a propósito do resultado que ambiciona para as legislativas de 2009, que entre o pedir muito, pouco ou assim-assim, teria tendência para pedir muito. Pois que aqui o ponto não se trata de pedir. Trata-se de dar. E é precisamente na medida do que se der que se poderá almejar obter proporcional retorno.
Ferreira Leite só terá “muito” em matéria de resultado eleitoral, se conseguir apresentar aos portugueses um projecto político que os faça ver no PSD não apenas uma alternativa, mas uma manifesta necessidade. "
Rita Marques Guedes
Eleitoralismo. Já estamos a entrar em pleno ciclo eleitoralista e ainda falta mais de um ano para a realização das eleições legislativas, autárquicas e europeias. O país, além de mergulhado numa crise, vai submergir no folclore partidário pela acumulação de três campanhas. Conclui-se, portanto, que o ano político que aí vem será mais um ano de gestão de expectativas eleitorais motivadas pelas lógicas partidárias e menos um ano de efectiva acção estratégica a bem do interesse colectivo.
Do lado do Governo, vamos começar a verificar uma tendência para um modelo mais condescendente, assente na acção pelo diálogo e pela concertação. Sendo certo que José Sócrates sabe muito bem o quanto será difícil renovar a maioria absoluta, também é certo que tem plena consciência de que definitivamente não a alcançará se mantiver um exercício assente em braços-de-ferro intransigentes e suicidas com os diferentes pólos de contestação social.
Do lado da sociedade, considerando desde logo as forças sindicais, é certo que o ambiente tenderá a acentuar o peso das suas reivindicações, seja pelo apertar da crise e do agravamento das condições de vida dos portugueses, seja porque um Governo em fim de mandato é muito mais permeável ao som da rua.
Enfim, do lado do país, globalmente considerado, vamos verificar como um Governo que tinha todas as condições políticas – maioria absoluta na Assembleia da Republica e intensiva cooperação estratégica por parte do Presidente – para desenvolver as intervenções estruturais de que Portugal carece, desperdiçou a oportunidade em nome da elevação do valor da imagem, da promoção, do ‘marketing’ e da contabilidade eleitoral sobre tudo o resto.
Dar e pedir. Enquanto isto, temos que algumas expectativas se centram agora no PSD, ressurgido numa liderança que aposta mais na contenção do erro do que na afirmação das suas próprias virtudes. Disse a líder do PSD, a propósito do resultado que ambiciona para as legislativas de 2009, que entre o pedir muito, pouco ou assim-assim, teria tendência para pedir muito. Pois que aqui o ponto não se trata de pedir. Trata-se de dar. E é precisamente na medida do que se der que se poderá almejar obter proporcional retorno.
Ferreira Leite só terá “muito” em matéria de resultado eleitoral, se conseguir apresentar aos portugueses um projecto político que os faça ver no PSD não apenas uma alternativa, mas uma manifesta necessidade. "
Rita Marques Guedes
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