O IVA baixa, mas poucos vão notar
"A redução da taxa de IVA de 21% para 20%, decidida há três meses pelo Governo, entra em vigor amanhã, mas poucos irão notar.
Primeiro, porque nem todas as empresas irão reflectir a baixa do IVA no preço final. O ministro das Finanças avisou que irá reforçar a fiscalização dos preços, mas a verdade é que apenas nas actividades com preços tabelados – combustíveis, transportes, por exemplo – é que será fácil fazer este controlo. Nas restantes, as empresas – que enfrentam tempos magros – tenderão a incorporar o corte do IVA nas suas depauperadas margens. Por outro lado, mesmo que as empresas decidam baixar o preço final em 1%, a diferença será muito pequena na maioria dos bens e serviços. Por fim, muitos bens essenciais – ou outros menos básicos, mas que são parte do padrão de consumo dos portugueses, como a restauração – não têm sequer IVA a 21%, não sendo por isso afectados. Se for acompanhado por menos despesa do Estado, um corte de impostos – por mais pequeno que seja – é sempre uma boa notícia. Contudo, enquanto a despesa se mantiver alta – como acontece em Portugal – não vale a pena pensar ampliar as expectativas sobre o impacto de cortes de impostos. Serão sempre assim, pequenos."
Bruno Faria Lopes
Primeiro, porque nem todas as empresas irão reflectir a baixa do IVA no preço final. O ministro das Finanças avisou que irá reforçar a fiscalização dos preços, mas a verdade é que apenas nas actividades com preços tabelados – combustíveis, transportes, por exemplo – é que será fácil fazer este controlo. Nas restantes, as empresas – que enfrentam tempos magros – tenderão a incorporar o corte do IVA nas suas depauperadas margens. Por outro lado, mesmo que as empresas decidam baixar o preço final em 1%, a diferença será muito pequena na maioria dos bens e serviços. Por fim, muitos bens essenciais – ou outros menos básicos, mas que são parte do padrão de consumo dos portugueses, como a restauração – não têm sequer IVA a 21%, não sendo por isso afectados. Se for acompanhado por menos despesa do Estado, um corte de impostos – por mais pequeno que seja – é sempre uma boa notícia. Contudo, enquanto a despesa se mantiver alta – como acontece em Portugal – não vale a pena pensar ampliar as expectativas sobre o impacto de cortes de impostos. Serão sempre assim, pequenos."
Bruno Faria Lopes
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