quarta-feira, setembro 03, 2008

A censura do Séc. XXI.

"E foi assim que chegámos aqui. Com a crença colectiva de que os criminosos são as vítimas da sociedade”.

Há mitos que se perpetuam e há, vá-se lá saber porquê, dogmas que persistem contra as evidências dessa coisa chamada Realidade. Sob o pretexto da libertação de um regime opressor, a Esquerda foi urdindo, ao longo de 34 anos de democracia, uma ditadura sobre a liberdade de expressão, definindo claramente qual a doutrina aceitável em todos os assuntos e estigmatizando quem dela discorde. Mais: através de um sofisticado esquema de monitorização pavloviana da opinião pública, a Esquerda conseguiu diabolizar qualquer desvio à cartilha. A censura instalou-se e causou danos graves a Portugal. Desde logo, aniquilou o debate plural de ideias. E ao asfixiar o debate sério e descomplexado, atrasou o País.

Exemplifico: de acordo com o pensamento ideologicamente certificado, 'ser de direita' é ser-se nada menos que saudosista, reaccionário e tirano, como se não houvesse partidos de direita em todos os países civilizados. Outro exemplo: questionar a transparência e justiça na atribuição do Rendimento Mínimo é ser-se desumano e insensível, como se a solidariedade e as preocupações sociais não fossem compatíveis com rigor e equidade. Tão-pouco se pode falar de valorização do mérito e reconhecimento do esforço, pois significa ser-se capitalista liberal, como se o igualitarismo não fosse o maior inimigo da igualdade.

Reflectir sobre imigração também é proibido, pois significa ser-se cruel e populista, como se qualquer país não tivesse obrigação de avaliar quantos estrangeiros tem capacidade de receber com humanidade. Falar de segurança é ser-se demagógico e securitário, como se a segurança não fosse a primeira condição para vivermos em liberdade. Não fora esta onda de violência avassaladora e nunca a Esquerda permitiria que se discutisse as alterações necessárias às leis penais ou o reforço das forças policiais.

E foi assim que chegámos aqui. Com a crença colectiva de que os criminosos são as vítimas da sociedade e que tudo é uma questão de ressocialização. Com o perdão sempre pronto para o malfeitor mas a acusação rápida às polícias. Sem distinguir entre o agressor e o agredido; entre cidadão cumpridor e prevaricador.O BE diz que o CDS é demagógico por querer aumentar de cinco para seis anos a pena máxima para um crime bárbaro e perverso como a violência doméstica. Mas já não acha demagógico dizer que os ricos são os culpados pela pobreza em Portugal
."

Teresa Caeiro

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