segunda-feira, setembro 22, 2008

Dito&Feito

"A CRIMINALIDADE violenta aumentou 15% nos primeiros seis meses deste ano. E cresceu 150% na comunicação social, é certo. Com assaltos a gasolineiras, roubos e agressões iguais aos que, há seis meses ou um ano, eram remetidos para um lugar secundário na maioria dos alinhamentos informativos.

Mas, mais ou menos empolada, a criminalidade tornou-se, para mal e por inépcia do Governo, um problema político de primeiro plano. Ao ponto de até o ortodoxo ministro da Informação, Santos Silva, vir agora falar publicamente de uma «situação anómala de crimes». E de os renitentes ministros Alberto Costa e Rui Pereira correrem apressadamente a alterar os pressupostos da prisão preventiva (que eles próprios haviam imposto, contra tudo e contra todos, na reforma penal) com o subterfúgio da modificação da lei das armas. Vencidos pelos factos, mas obstinados e baralhados como sempre.

ORA, quando a criminalidade se converte num problema maior para o Governo, transforma-se também, obrigatoriamente, numa prioridade política para a Oposição. Daí que não seja fácil a Manuela Ferreira Leite fugir ao tema, no seu aguardado discurso de amanhã na rentrée do PSD. Ainda que, depois de ter pedido inusitadamente, em comunicado, a demissão do ministro da Administração Interna, lhe seja exigida alguma criatividade para não desiludir nesta matéria.

A recatada líder do PSD deixou, aliás, subir de forma tão estratosférica as expectativas quanto à sua intervenção que, diga o que disser, dificilmente lhes corresponderá. Mesmo que anuncie que tem a intenção de ir à Lua, a revelação saberá a pouco.

O prolongado mutismo de Ferreira Leite levou já, esta semana, Passos Coelho a considerar que, «sem uma estratégia de comunicação, as pessoas deixam de perceber quem nós somos». E Marcelo Rebelo de Sousa a avisar que, se Manuela «quiser ganhar, tem que fazer mais um bocadinho e expor-se mais um bocadinho».

Marcelo, no entanto, diz continuar «a achar que Manuela Ferreira Leite tem as melhores condições para ganhar as eleições» de 2009. Não há nada como ter muita fé
."

JAL

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