O cadáver político
“Ferreira Leite é uma espécie de Mantorras: [...] não tem pernas, nem ânimo, para correr durante todo o jogo”.
Manuela Ferreira Leite, finalmente, falou.
Manuela Ferreira Leite, finalmente, falou.
Contrariada, mas falou. Na pacata vila de Avis. Longe da capital e dos seus demónios. Tudo muito em família. Com a populaça lá longe. Muito longe, como convém ao seu perfil político aristocrático. Pouco interessa o que disse, porque foi uma intervenção de conveniência. E como tal, seraficamente demagógica. Ensaiada meticulosamente durante semanas. Com pontos e vírgulas rigorosamente postos. Mas, mesmo assim, muito frágil como se apressaram a denunciar Jardim e (até) Menezes, que com verdade, reivindicam direitos de autor.
Como oposicionista, Manuela não fez melhor do que faziam os históricos, simpáticos inócuos militantes do jurássico MDP/CDE. Marcar o ponto. Com este previsível escorregão, a identidade política de MFL deixou, assim, definitivamente, de poder ser afirmada pelo discurso. E a alternativa ao discurso é realmente o silêncio. E o encanto do mistério romanesco que sempre o envolve.
Como oposicionista, Manuela não fez melhor do que faziam os históricos, simpáticos inócuos militantes do jurássico MDP/CDE. Marcar o ponto. Com este previsível escorregão, a identidade política de MFL deixou, assim, definitivamente, de poder ser afirmada pelo discurso. E a alternativa ao discurso é realmente o silêncio. E o encanto do mistério romanesco que sempre o envolve.
Mas há um efeito perverso em tudo isto. Entre MFL e os que a escolheram e lhe ditaram a sua estratégia gerou-se um curto-circuito que todos chamuscou. Eles transformaram-na num robô de funções muito elementares e ela (só por existir) está a transformá-los (até as melhores cabeças) em meros diletantes desprestigiados que ninguém leva a sério. Agora mais do que nunca está condenada ao silêncio identitário.
Não a tendo, tinham razão, afinal, os que a queriam calada.
Com ela perdeu-se uma grande ocasião de reformar o Partido a sério. Os promotores e apoiantes de MFL enganaram-se redondamente na escolha e na estratégia e debatem-se, agora, com o seu equívoco, sem saber o que fazer à vida. Porque MFL é, na política partidária, uma espécie de Mantorras.
Com ela perdeu-se uma grande ocasião de reformar o Partido a sério. Os promotores e apoiantes de MFL enganaram-se redondamente na escolha e na estratégia e debatem-se, agora, com o seu equívoco, sem saber o que fazer à vida. Porque MFL é, na política partidária, uma espécie de Mantorras.
Pode haver quem alimente a esperança de ela salvar um jogo nos últimos minutos, mas não tem pernas, nem ânimo, para correr durante todo o jogo.
O seu lugar natural é no banco de suplentes, para mostrar aos adversários e os destabilizar. E onde, para mal dos seus pecados, a foram buscar. E nem o facto de ela, por um milagre dos eleitores mais esperançosos, ou inesperado hara kiri de Sócrates, poder vir a ser eleita contradiz esta realidade. A sua eleição será só a garantia de mais uns anos da apagada e vil tristeza salazarento/cavaquista, com a globalização e o mercado a porem-na fora de jogo.
O PSD começa a pensar na estratégia Portas: um acordo de governo que lhe dê a ilusão de que está no poder e o reparte.
O grande sonho de Cavaco.
O seu lugar natural é no banco de suplentes, para mostrar aos adversários e os destabilizar. E onde, para mal dos seus pecados, a foram buscar. E nem o facto de ela, por um milagre dos eleitores mais esperançosos, ou inesperado hara kiri de Sócrates, poder vir a ser eleita contradiz esta realidade. A sua eleição será só a garantia de mais uns anos da apagada e vil tristeza salazarento/cavaquista, com a globalização e o mercado a porem-na fora de jogo.
O PSD começa a pensar na estratégia Portas: um acordo de governo que lhe dê a ilusão de que está no poder e o reparte.
O grande sonho de Cavaco.
João Marques Santos
In CM
Serão precisos comentários?
A gerontocracia que provocou a desgraça dos tecnocratas dos anos 80, em trocas de favores e de nepotismo, afinal nada diferente do que temos hoje no poder, só que agora estamos de tanga ou nús como ía o rei da história, temos é uma censura muito melhor.
Portugal repete-se vezes de mais.
O piolho é o insecto mais protegido neste sítio.
0 Comments:
Enviar um comentário
<< Home