Um discurso para Cavaco
"Com o peso que conseguiu dar às suas palavras, Manuela Ferreira Leite demonstrou o valor e provou o acerto da gestão de silêncio de que foi acusada. As intervenções da líder da Oposição terão tanto mais eco quanto mais concentradas forem em grandes momentos.
A campanha eleitoral dista ainda um ano. O espaço mediático está ainda a refazer-se dos excessos prolixos de Menezes. Nos planos económico e financeiro, no olhar sobre as obras públicas e na eleição do mérito como principal arma de regeneração da Administração Pública, Manuela Ferreira Leite apresentou ontem um discurso totalmente decalcado do de Cavaco Silva nos meses que antecederam a eleição presidencial.
Durante meia hora, a líder da Oposição partiu das premissas cavaquianas da boa e da má moeda – do excesso de promessas como "arma eficaz mas mortífera para a credibilidade dos políticos" – para tornar mais efectivo um ataque cerrado ao Governo de José Sócrates.
Neste ataque não se encontra grandes novidades. Em Portugal, desde a estabilização democrática dos anos 80, o líder da Oposição sempre apontou aos detentores do poder a tomada de assalto do aparelho de Estado e a tentativa de controlo da informação. Manuela Ferreira Leite não está a fazer diferente. A eficácia do caminho será aferida pela capacidade de denúncia de casos concretos e, principalmente, pela apetência que o eleitorado terá pelo assunto. Que será maior ou menor conforme a evolução das conjunturas económicas europeia e mundial. É o bem-estar individual e das famílias, a que Manuela, num toque inovador e feminino, chamou "felicidade", o verdadeiro factor da mudança do sentido de voto no grande centrão que dá e tira maiorias. Nada mais. Com a forte dramatização feita pela líder do PSD relativamente ao estado da nossa Democracia – "Portugal está longe de beneficiar da Democracia na sua plenitude", chegou a dizer no ataque à máquina de propaganda socialista –, os próximos tempos tratarão de aferir até onde pode ir este alinhamento de discurso entre a líder do principal partido da Oposição e um Presidente da República em primeiro mandato. E que efeitos se farão sentir por esta via no ambiente da governação de José Sócrates."
Octávio Ribeiro
A campanha eleitoral dista ainda um ano. O espaço mediático está ainda a refazer-se dos excessos prolixos de Menezes. Nos planos económico e financeiro, no olhar sobre as obras públicas e na eleição do mérito como principal arma de regeneração da Administração Pública, Manuela Ferreira Leite apresentou ontem um discurso totalmente decalcado do de Cavaco Silva nos meses que antecederam a eleição presidencial.
Durante meia hora, a líder da Oposição partiu das premissas cavaquianas da boa e da má moeda – do excesso de promessas como "arma eficaz mas mortífera para a credibilidade dos políticos" – para tornar mais efectivo um ataque cerrado ao Governo de José Sócrates.
Neste ataque não se encontra grandes novidades. Em Portugal, desde a estabilização democrática dos anos 80, o líder da Oposição sempre apontou aos detentores do poder a tomada de assalto do aparelho de Estado e a tentativa de controlo da informação. Manuela Ferreira Leite não está a fazer diferente. A eficácia do caminho será aferida pela capacidade de denúncia de casos concretos e, principalmente, pela apetência que o eleitorado terá pelo assunto. Que será maior ou menor conforme a evolução das conjunturas económicas europeia e mundial. É o bem-estar individual e das famílias, a que Manuela, num toque inovador e feminino, chamou "felicidade", o verdadeiro factor da mudança do sentido de voto no grande centrão que dá e tira maiorias. Nada mais. Com a forte dramatização feita pela líder do PSD relativamente ao estado da nossa Democracia – "Portugal está longe de beneficiar da Democracia na sua plenitude", chegou a dizer no ataque à máquina de propaganda socialista –, os próximos tempos tratarão de aferir até onde pode ir este alinhamento de discurso entre a líder do principal partido da Oposição e um Presidente da República em primeiro mandato. E que efeitos se farão sentir por esta via no ambiente da governação de José Sócrates."
Octávio Ribeiro
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