sábado, outubro 18, 2008

A mão invisível

Os mercados tiveram esta semana uma resposta preocupante às acções concertadas dos governos de diversos países para evitar o colapso do sistema financeiro global.
Os sinais do dinheiro e das bolsas, com o comportamento misto das taxas interbancárias e a grande volatilidade das acções, foram contraditórios.
A crise sistémica, disseram os oráculos da economia de mercado, está a entrar no caminho da normalização. A retórica mantém-se em conflito permanente com os factos e com a aritmética.
Os sinais menos perceptíveis à vista desarmada, pelo contrário, revelam que a crise está longe da solução - o índice de confiança dos consumidores americanos caíu para o nível mais baixo de sempre e os preços das habitações também caíram para o nível de há 26 anos -indicando que os sectores que detonaram a crise - imobiliário e hipotecário - estão a passar da depressão para a recessão.
Um daqueles sinais, os Títulos do Tesouro, a principal ferramenta do endividamento público dos Estados Unidos, não engana.
A procura de títulos a 10 anos caiu, pela segunda semana consecutiva, quando o governo Bush anunciou um défice orçamental recorde de USD 455 mil milhões/ bilhões (mm/bi), relativo ao ano fiscal que terminou em 30/09.
O cenário vai piorar quando o Tesouro for criando mais dívida no âmbito do programa para salvar o sistema financeiro. Na semana que agora termina, a taxa de juro dos TT americanos a 10 anos subiu 0,06% e fixou-se nos 3,93 %.
O dinheiro que o governo americano vai ser obrigado a pedir emprestado está a ficar mais caro. Quando os novos títulos chegarem ao mercado vamos assistir à queda dos preços e à subida das taxas.
No mercado europeu, o indicador LIBOR apontou na mesma direcção.
Esta semana os spreads entre várias taxas interbancárias mostraram que os bancos continuam a não emprestar dinheiro entre si e a racionar o crédito às empresas e aos particulares.
Apesar das intervenções massivas dos bancos centrais e dos governos, os banqueiros comerciais estão a guardar numerário como tesouro de guerra, prevenindo o aprofundamento da crise de confiança - crédito, dívida e recessão mundial. Para complicar as coisas os CDS/Credit Default Swaps do banco Lehman Brothers, a espada de Dâmocles que balança sobre o mundo financeiro, regressam á agenda na próxima terça-feira.
Os que ofereceram seguros de crédito a quem receava pela solvência do banco de investimento vão ter que pagar boa parte dos valores contratados - USD 400 mm/bi.
Os nomes mais sonantes do planeta - americanos, europeus, asiáticos etc. - vão estar presentes.
A sessão de credores pode ser uma verdadeira carnificina. Na reunião anterior, há duas semanas, bancos, seguradoras e hedge funds concordaram que pagariam 91 cêntimos por cada dólar perdido.
Entre os nomes mais sonantes encontram-se: Dexia, com EUR 500 milhões de títulos, que já recebeu uma injecção de EUR 6,4 mm/bi por parte dos governos; Swedbank USD 1,2 mm/bi; Freddie Mac USD 1,2 mm/bi; State Street USD mil milhões/um bilhão; Allianz EUR 400 milhões; BNP Paribas EUR 400 milhões; AXA EUR 300 milhões; Intesa Sanpaolo EUR 260 milhões; Raffeissen Bank EUR 252 milhões; Unicredit EUR 120 milhões; ING EUR 100 milhões; Danske Bank USD 100 milhões; Australia e New Zealand Bank USD 120 milhões; Mistubishi USD 235 milhões; China Citic Bank USD 76 milhões; China Construction Bank USD 191 milhões; Industrial Commercial Bank of China USD 152 milhões; Bank of China USD 76 milhões.
Estes são apenas alguns. A lista é imensa. O pânico nos mercados é proporcional. MRA Dep. Data Mining

24 Comments:

Anonymous Anónimo said...

Parece-me que o último grande líder, ainda no poder, é o da Coreia do Norte. Pelo pouco que sei, o povo morre à fome mas há dinheiro para desenvolver o programa nuclear. No mundo ocidental, tirando o agora camarada Presidente dos USA, que está de saída, e decide que é preciso nacionalizar, só tudo o que esteja falido, não conheço mais nenhum grande líder. A União Europeia tem é que declarar a independência dos USA. Não tem nada que alinhar nas guerras parvas, que espalham pelo mundo, só ódio e fome. A União Europeia e outros, tem é que criar um novo modelo financeiro, com regras, mais transparente e mais justo para todos. Os arautos do capitalismo selvagem, querem agora que os Estados os ajudem. Quando faziam grandes fortunas, os Estados eram um impecilho a eliminar. Quando estão em dificuldades os Estados têm que os auxiliar. Mas que grande filosofia barata esta. As polícias criminais do mundo que investiguem, identifiquem e prendam todos os malfeitores que destruiram a boa imagem do salutar sistema capitalista mundial. Este sistema ainda em vigor, é o melhor do mundo, só porque é o único. Também as grandes democracias, de partido único ou que só permitem dois partidos, são um bom exemplo a seguir por todo o mundo. Disse...

sábado, outubro 18, 2008  
Anonymous Anónimo said...

1- Os políticos talvez não sejam muito responsáveis. Mas que dizer dos empresários, ou melhor, dos gestores financeiros? São bons por serem neoliberais? 2- Não se pode comparar a situação do lado de lá do Atlantico (ou, para se ser mais preciso, do lado de lá do Canal da Mancha) com a do lado de cá. Foram "eles" que criaram o problema. Se há bancos do lado de cá com problemas foi porque investiram nos bancos e nos tais "produtos tóxicos" /eu prefiro chamar-lhes produtos transgénicos). A Europa não tem por que criar nenhum Plano Paulson. Os americanos sim têm essa obrigação perante o mundo.

sábado, outubro 18, 2008  
Anonymous Anónimo said...

A responsabilidade dos políticos quanto a esta crise global é apenas a de terem contemporizado com os pretensos geniais (eu prefiro geniosos...)economistas que se supunham sábios, cientistas capazes de promoverem o progresso e o desenvolvimento do planeta.De cientistas não tem nada. Sábios na realidade são, para se empanturrarem com salários, prémios, mordomias e outras benesses à custa de todos nós,a plebe, que no final é quem acabará pagando o pato. Errarão novamente os políticos se não levarem à barra dos tribunais os responsáveis. Todos eles economistas com cursos e mais cursos de doutoramento feitos em famosas universidades onde aprenderam como enriquecerem à custa de nós, os "zés ninguém".

sábado, outubro 18, 2008  
Anonymous Anónimo said...

Como é que alguém pode defender um plano que privatiza os lucros e nacionaliza os prejuízos... Este dinheiro vai servir simplesmente para tapar um buraco que não se sabe bem onde termina. Os bancos não tiveram lucros durante estes anos todos? Não fizeram reservas? Azar. A banca safa-se dos prejuízos, mas os americanos continuam a perder as casas e os empregos...

sábado, outubro 18, 2008  
Anonymous Anónimo said...

Primeiro erro; deve-se ajudar a apagar o fogo. Não senhor, nesta situação a casa deve arder até ao fim. Queimará tudo o que de daninho existir e não deverá deixar vestígios. Segundo erro: a irresponsabilidade dos políticos "do lado de cá" do Atlântico por não ajudarem os "filhos da mãe" do lado de lá. Se tivermos de defender ou castigar os nossos "filhos da mãe" pois que se faça. As irresponsabilidades, a má gestão e a ganância dos "filhos da mãe" do lado de lá já provaram como durante dez a quinze anos e em nome de um capitalismo desumano e selvagem como jamais foi visto na história da humanidade, nos tem arrastado para situações de vergonhosa dependência! A Europa está farta de ser "puxada" para situações que só têm posto em causa a sua independência económica, militar e política e servir de bode expiatório às aventuras de cowboys travestidos de loucos e perigosamente dementes. Acredite Sr. Proença; como em tudo na vida a sua filosofia (e não só a sua) está a passar o prazo de validade. O centro do poder económico e político já se começou a desviar para outra zona do globo onde quer se queira ou não o trabalho de casa tem sido bem feito. Tarde demais e é isso que nos custa aceitar, mas as asneiras fomos só nós que as fizemos.

sábado, outubro 18, 2008  
Anonymous Anónimo said...

Esta crónica é mais do mesmo. Os jornais especializados e os seus cronistas, ganharão credibilidade e poderão ser levados a sério quando passarem a criticar os empresários e os gestores com o mesmo à vontade e frequência com que criticam os políticos. Por uma vez esta crise não é culpa dos políticos, ela é, no essencial, culpa dos administradores e dos grandes accionistas da banca/seguros americana, e de outras regiões do globo que depressa se deixaram contagiar pela voragem dos produtos financeiros "made in USA". Sr. Bruno Proença, se o senhor batesse nos empresários com a mesma facilidade que o faz nos polícos (a maior parte das vezes com toda a razão), talvez também pudesse, à sua dimensão, fazer parte da solução e não do problema. É que uma faceta do problema é os empresários e gestores serem incensados e glorificados frequentemente a propósito e a despropósito. Talvez um pouco mais de espírito crítico não ficásse mal a todos, aos reguladores e ... aos jornalistas também, principalmente aos da imprensa especializada.

sábado, outubro 18, 2008  
Anonymous Anónimo said...

E esta em... Temos de socorrer os ricos pelo facto de correrem o risco de poderem vir a ficar um pouco menos ricos... Sim, é disto que estes populares planos, de que se anda a falar para tentar salvar ou tentar atenuar a crise, constam!!! Será que os governantes e os “Grandes da Economia” se preocuparam, tentando fazer alguma coisa, quando as pessoas estavam a passar mal??? Com dificuldades enormes para gerir e cumprir as suas contas, em terem que apertar o cinto e tirar à alimentação, ao vestuário, a terem de abandonar as suas casas porque foram despejados delas pelos Bancos!!! Será que alguém tentou, sequer, fazer alguma coisa??? Não!!! Mas agora que a crise chegou, também, aos ricos... Ai meu deus... Tem que se fazer seja o que for e a que custo for para não deixar que os ricos possam ficar um pouco menos ricos. Nem que para isso se tenha que dar todo o dinheiro dos Estados, que é o dinheiro de todos os Contribuintes, ou seja de todos nós!!! Dá-lo a esses ricos... de mão beijada... Se pelo menos o merecessem, o que não deixaria de ser imoral nem ridículo, mas é que ainda por cima foram eles que causaram a crise!!! E causaram-na precisamente pelo facto da sua incomensurável ganância, explorando e escravizando o Povo a quem agora estendem a mão em pedido de ajuda e solidariedade!!! Especularam sobre coisas vitais para a sobrevivência do Povo, como por exemplo o petróleo e outras matérias primas essenciais à produção de energia, especularam sobre os alimentos tão vitais, especularam, especularam, ... , extorquiram, exploraram,... E tudo isso, só com um único intuito e fim, para seu grande e belo beneficio...!!! E agora o que mais querem...???

sábado, outubro 18, 2008  
Anonymous Anónimo said...

Ora aqui está! Se por um lado é imoral insano até certo ponto um plano de salvação para acudir a crise financeira á dimensão global cujo epicentro é os EUA, por outro, a acontecer, as consequências afectaram todos nós, ricos e pobres, desenvolvidos e subdesenvolvidos, primeiro e terceiro mundistas, etc. Então urge encontrar um meio termo. Vejamos: o rico é o empregador. Falindo, atira o pobre à rua da amargura, sustendado pelo sistema de segurança social, que mal pode cubrir as nossas necessidades vitais. Assim sendo, julgo ser responsabilidade de todos encontar uma solução que, modéstia a parte passa primeiro pela injecção de capital seja qual a origem (pública ou privada), responsabilizar civil e criminalmente a elite financeira responsável pelo descaso e finalmente adoptar medidas de controlo de gestão contabilistas e de tesouraria.

sábado, outubro 18, 2008  
Anonymous Anónimo said...

Acreditar que os mercados são racionais é, no mínimo, irracional. O mercado, enquanto entidade, não existe. O que existe é um local (físico ou outro) onde diversos agentes transaccionam entre si. Ora, quanto maior esse espaço, maior o número de agentes que lá podem estar a transaccionar e, se a informação disponível para todos for a mesma, todos os agentes estão em pé de igualdade. Ora, em média, os resultados seriam iguais para todos, mas a realidade mostra que existem indivíduos que conseguem superar a média (chamado pelos economistas "bater o mercado"). Parece ser racional que esses indivíduos conseguem uma de duas coisas: perceber melhor os sinais vindos do mercado ou antecipar melhor as evoluções futuras do mercado. Seja qual for a "teoria", esses indivíduos hão-de ser seguidos, num comportamento designado por "carneirismo". Num ambiente destes, qualquer sinal de mudança é ampliado face ao que, em média, deveria acontecer - a isso chama-se [elevada] volatilidade. Os economistas tendem a associar a volatilidade de um título ao seu risco - se um título tem muita variação no seu preço (especialmente, para baixo), maior é o risco de perder dinheiro nesse mesmo título. Logo, a decisão "racional" é desfazer-se do título - só que os carneiros seguem os líderes e provocam quedas generalizadas, que se alastram como focos de epidemia... É difícil perceber onde está a racionalidade no meio disto tudo.

sábado, outubro 18, 2008  
Anonymous Anónimo said...

1.O mais importante é serenar os depositantes e os accionistas. 2.Depois, e sem cair em excessos regulamentares contraproducentes, é necessário implementar "Códigos de Conduta" como aquele que o MEDEF e a AFEP aprovaram ontem em França para reduzir oa "paraquedas dourados" a 2 anos de remunerações dos Gestores afastados, com obrigação de mudança de controle ou de estratégia das Empresas. 3. Em tempos de algumas dificuldades, certas liberalidades são vistas muito negativamente pela maioria da opinião publica e publicada.

sábado, outubro 18, 2008  
Anonymous Anónimo said...

A Europa começa agora a revelar os mesmos problemas de fraude generalizada na originação de empréstimos e não tem uma Wall Street para aparar o primeiro embate, por isso é de esperar consequências piores como a deterioração da qualidade de crédito ou falência de estados soberanos ( exemplo Islândia). Dado o estado mais avançado da crise nos EUA, o USD pode voltar a ser moeda de refúgio e a bolsa americana não só começa a ter empresas cotadas com capitalização abaixo da carteira de encomendas, como o vencimento do prazo de proibição de short selling para oitocentas e tal empresas vai finalmente re activar a procura primária de um mercado em queda (que tem de comprar para cobrir vendas antecipadas).

sábado, outubro 18, 2008  
Anonymous Anónimo said...

Nos Paises onde as divida aos bancos acumularam,particularmente as chamadas "nom perfoming loans" sao as que estao a causar a falta de liquidez.Liquidez necessaria para o normal funcionamento da economia (empresas etc etc..)Agora esses emprestimos problematicos tem diversas razoes de ser.Eles vao desde as consequencias causadas pla globalisacao da producao industrial (perca generalisada de emprego devida a deslocalisacao de industrias ) ate ao emprestimo de valores muito pr'alem da capacidade real das pessoas fazerem as poupancas necessarias para pagarem as prestacoes em devido tempo(sub prime).Os reguladores (ou a falta deles...)teem muitas responsabilidades por estas praticas. Agora resta aos bancos Centrais ,onde for possivel faze-lo,procurar estabilizar o fluxo de capitais disponiveis.Depois resolverao o que fazer com a maioria dos emprestimos feitos anteriormente, particularmente o do credito a habitacao(sub prime) nos EUA(e nao so!).O problema do possivel desenvestimento plos Fundos particularmente os aplicados nas companhias bem geridas, nao sera assim tao imediato.Onde iriam eles aplicar o dinheiro com o mesmo rendimento? Quanto a especulacao na bolsa ,( particularmente short selling) a fim de provocar destabilizacao dos precos, cabe novamente aos reguladores fazerem o seu trabalho.Quanto aos investidores privados o velho adagio recomnenda escolher companhias solidas e de boa reputacao e comprar (usando o seu proprio dinheiro....) quando toda a gente vende!O resto e.. cabeca baixa... e hold on to it!....

sábado, outubro 18, 2008  
Anonymous Anónimo said...

A irracionalidade do mercado está no factor psicológico que tem um peso determinante nestas ocasiões. Como acreditar nas entidades por quem fomos enganados toda a vida com balanços forjados, activos intangíveis, mercado de futuros,contabilidades criativas, etc. etc.. E, com a globalização do sistema bancário quem vai servir de regulador. Embora se perceba que algo corre mal, nunca se pode prever até que ponto está mal. E então de repente lá está a realidade nua e crua aos olhos de todos. Como podem os governos isoladamente resolver o problema? Como podem vir dizer-nos que as poupanças estão asseguradas? Será que as pessoas que ao fim e ao cabo somos todos nós, vão acreditar no que nos dizem hoje, se há dois dias atrás nos diziam que a crise nos EU não iria afectar a nossa economia? Esse é o maior problema que é preciso resolver. Como? Penso que vai ser muito dificil.

sábado, outubro 18, 2008  
Anonymous Anónimo said...

Mais do que um problema de racionalidade acho que os mercados sofrem de perda de diversidade. O extraordinário desenvolvimento dos meios de comunicação que nos trouxe forte desenvolvimento até aqui faz com que cada vez mais pessoas tenham acesso à mesma informação e por isso tomem as mesmas decisões. Todos procuramos a melhor análise, a última actualização, a última estatística. Darwin ensinou-nos que sem diferenças as espécies não evoluem e extinguem-se. A amplificaçao deste «efeito manada» permitida pela massificação da informação se possibilitou o desenvolvimento de mega-empresas globais, fusões, com marcas globais e hábitos de vida e consumo miméticos entregou-nos a esta deriva global de estarmos à espera de ver o que os outros fazem para fazer o mesmo. Se não encontrarmos formas de devolver diversidade à economia (mais empresas e mais pequenas), por definição, caminhamos rumo ao colapso.

sábado, outubro 18, 2008  
Anonymous Anónimo said...

Esta crise veio demonstrar que em Portugal não há reguladopres nem autoridade da concorrência, pelo que se impõe colocar nessas Entidades alguém competente,em vez "boys". É inadmissível esperar até Março ( cerca de 6 meses ) para fazer um estudo demonstrativo que há cartel nos combustíveis e que os preços actuais não estão de acordo com o preço das matérias-primas. Este prazo é um "indicador" que os lugares não são ocupados para trabalhar mas sim para sobrecarregar os contribuintes com as suas remunerações e mordomias. Enfim, Portugal no seu melhor....... PS. As poupanças dos portugueses não estão em perigo, pois o sistema financeiro português na sua maioria tem "suporte" suficiente ( e em último recurso há as reservas de ouro do BP ). PS Há que evitar o "pânico" já nos anos 80 um guru da bolsa numa conferência em Portugal afirmava: " mais que a análise técnica ou fundamental das empresas a "psicologia das massas" é que "manipula" as cotações.

sábado, outubro 18, 2008  
Anonymous Anónimo said...

Concordo que os media não devem ser alarmistas e sensacionalistas apenas para venderem o seu produto. Mas eu vou mais longe: os media devem explicar às pessoas o que se passou, a vigarice que foi todo esse negocio das subprime e dos produtos derivados. Não foi uma "inovação financeira" que a partir de certa altura ficou incontrolavel. Não, foi uma vigarice consciente. Fiquei surpreendido (últimamente tenho ficado surpreendido) com a afirmação de caras, feita ontem pelo PM, de que a crise é da responsabilidade dos "genios" financeiros americanos. Optimo Eng Sócrates, não seja como essa rapaziada neolib que anda para aí a esconder o rabo do gato.

sábado, outubro 18, 2008  
Anonymous Anónimo said...

Ilusao de todos os que pensam que a bolsa e um "paraiso" de "santinhos"! A bolsa e o que sempre foi.... negocios , negocios,e mais negocios.....e o que nao e ilegal ....e legal! E nisto a media sempre foi utilisada, voluntariamente ou nao, para muitas vezes espalhar "juicy bits"!.So que, agora,a coisa comeca a "fiar mais fino"!O dito mercado ,na sua "i"mensa sabedoria" sempre,ate nos piores momentos de abuso, "olhou pro lado".Os reguladores politicos e nao so,sempre tiveram que ter um olho na media,(nao fosse ela .......)! Os chamados "sub prime" como factores desta crise, nao e mais do que o resultado da ganancia megalomena do mercado financeiro.Este, espevitado por chorudos insentivos, na forma de "bonus" pagos aos actores principais,entraram num frenezim de emprestarem dinheiro a todo o "bicho careta", em que muitos nunca teriam possibilidade de satisfazerem o pagamento.A crescentar a esse lote houve todos os outros que perderam os empregos na chamada "globalisacao' industrial(isto sao contas de outro rosario!).Resultado ha agora montanhas de "non performing loans".Em bom portugues ..credito (muito!) mal parado em que os bancos em vez de dinheiro teem papeis muito bem escritos(hipotecas) para as quais nao teem comprador!.Simples!.E bancos sem dinheiro........Como sair disto?E melhor procurar (parte da solucao!) talvez....... na China que e onde foi parar grande parte do dinheiro..........e que, de certo modo, acelerou todo este processo!

sábado, outubro 18, 2008  
Anonymous Anónimo said...

Será com um enorme suspiro de alívio que muitos portugueses saberão do adiar dos "grandes projectos". Porque ao confiar nos privados o financiamento, projecto, construção e exploração dos TGBS e NALisboa, o Estado colocou todo o ênfase no parceiro(s) financeiro(s) do consórcio que vencer os concursos. E o sector financeiro é de todos o que está em maiores apuros. Os Bancos Portugueses terão de ir ao mercado internacional, e para além das subidas sucessivas da Euribor a confiança entre os parceiros da finança desapareceu completamente. Podem os distintos comentadores acusar os "Passarões" da Banca e Sector Financeiro...não adianta. O mundo da Economia Real e do Estado colocou-se debaixo da pata do sector Financeiro, e este, com os fundos gerados pelo créditos ao Estado e aos Privados resolveu "fazer dinheiro" no crédito imobiliário aos segmentos mais baixos do mercado, com esquemas de empréstimos, que uma análise (de risco) cuidada via logo que a prazo conduziam ao estoiro. Estamos a mergulhar na recessão se bem que poucos queiram mencionar a palavra. Causado pelo sector financeiro, o brutal aperto do crédito irá afectar todos os sectores da economia. O Estado poderá actuar contra-cíclicamente, com os dinheiros do OGE (se os houver) ou com Dívida Pública adicional, para projectos de menor dimensão que tenham efeito multiplicador no resto da economia (Keynes revisitado), e terá,durante alguns anos, de esquecer o TGB e o NAL. (Recorda-se que o Japão teve um crash imobiliário no início dos anos 90, e a estagnação-recessão que se seguiu durou 10 anos. O que salvou o Japão foi o sector exportador, e a posterior abertura do mercado chinês. Portugal não dispõe desse dinamismo exportador nem da Ásia nas redondezas.

sábado, outubro 18, 2008  
Anonymous Anónimo said...

O que me espanta é que, todos os dias líamos e ouvíamos "grandes economistas" procurando vender-nos aquilo que hoje se vai esfumando por entre os nossos dedos.Como é que, com os seus doutos conhecimentos, nunca ninguém deu um murro na mesa alertando-nos para o que viria a acontecer? Como é que ninguém sabia?Valha-nos ao menos que as nossas economias (aquelas que não jogamos) estarão seguras!! Quem jogou (ganhou, perdeu ou empatou). Repare-se que tendo O BCE reduzido o preço do dinheiro, só 2 ou 3 dias depois esse facto se repercute nos bolsos dos que mais precisam (aqueles que não contribuíram para este descalabro).Acham isto correcto? Eu não entro em pânico, mas a verdade é que "chateia" (e preocupa) assistirmos a toda esta confusão. Todos os que "trabalham com dinheiro" devem fazer tudo para multiplicá-lo, mas para isso têm acima de tudo que RESPEITAR quem neles confia entregando-lhes as suas economias. Vou continuar a fazê-lo, mas vão ter que ser mais PROFISSIONAIS.

sábado, outubro 18, 2008  
Anonymous Anónimo said...

Quem compra acções é para ganhar dinheiro e quem vende em época de crise é porque não quer perder dinheiro. Logo se há muita gente a vender é porque apostaram em acções de empresas que mais fácilmente lhe dariam lucros (como bancos, telecoms, indústria) e que agora vendem pois no seu entendimento as ditas empresas estão em estagnação ou com perdas financeiras. No entanto os accionistas principais dessas empresas, com perspectivas a longo prazo e não a curto prazo, como o zé povinho que ou joga no Euromilhões ou joga na Bolsa, esses accionistas são pessoas que sabem o que fazem e sabem o risco que correm não querem de certeza ver uma sua empresa desvalorizar-se tão abruptmanente e talvez de forma concertada com os outros accionistas maioritários ou talvez não tentam manter o controlo do barco não o abandonando como fazem milhões de pequeníssimos accionistas que investiram na bolsa como se esta fosse uma corrida ao El dorado e que agora vendem tudo ao desbarato para salvar uns tostões.

sábado, outubro 18, 2008  
Anonymous Anónimo said...

O lixo tóxico são todos aqueles que andavam na bolsa há procura de ouro mais aqueles que andavam a enganar estes e a tentar vender ferramentas (pás, picaretas), mapas como oportunidade de negócio, sabendo que o ouro encontrado repartido por todos era menos do que o que poderiam lucrar com o seu negócio de venda. Os poucos restantes accionistas e estes são aqueles que se mantém em bolsa e apesar de perderem milhões sabem o que estão a fazer, são pessoas de negócio, emprendedoras, que planeiam ganhos e perdas e que procuram encontrar soluções quando as coisas correm mal. Não são como muitos que querem ser também bem sucedidos mas que só fazem o que os outros fazem ou o que lhe mandam fazer e assim podem esperar eternamente ou então ir tentando a sorte no Euromilhões.

sábado, outubro 18, 2008  
Anonymous Anónimo said...

Só mais uma nota há empresas cotadas em bolsa que não tiveram perdas (Novabase, Sumolis). Porque será... Mais uma vez as pessoas só procuraram o que era mais líquido e daria mais retorno e não quiseram saber de empresas deste género. Logo meios de comunicação social não mintam a dizer que a crise é total pois há empresas que mantém o seus ganhos em bolsa e lá porque um BCP ou outro qualquer fique na falência não significa que a crise é total pois só significaria que a população só vive de dinheiro e que sem este ninguém sobreviveria. Vejam os livros de História de como os antepassados viviam em cavernas, caçavam, plantavam ou ponham os olhos em pessoas que vivem perto de lixeiras e vivem sabe-se lá como. ACORDEM....

sábado, outubro 18, 2008  
Anonymous Anónimo said...

Compreendem-se as formulações expostas no artigo e a possibilidade de se retirarem dele algumas cautelosas recomendações. Há dias, já não recordo a que propósito, referi que o livre mercado subsiste duma personalidade e entidade própria que resulta da sabedoria do todos os povos. Tal como se encontra hoje com o avançar de todos os progressos e a evolução de novos parceiros dentro da filosofia do seu campo de acção, ao mesmo tempo que se alteraram substancialmente os custos de produção e escasseiam as matérias potenciais que movem a dinâmica dos seus esforços, o mercado aproximou-se mais perigosamente e move-se paralelo à linha que separa o possível do impossível. Porque tem de acreditar-se ser uma entidade sábia e sensível, e é, reagindo segundo vontades e pressões de maquinismos dominados pelo humano, são extremamente tão complexas as leituras antecipadas das suas reacções, como do desabar da perfeição do seu correcto funcionamento e das consequências mais ou menos devastadoras que por essa forma, seguidamente, arrasta consigo. O mercado exige regras, equilíbrio e respeito para se fortalecer e distribuir as devidas compensações proporcionadas pela preferência da sua existência. Alguém desprezou isso! Está à vista. Agora rumores e especulações vão continuar a existir. Sempre. Aliás, são formas mais ou menos úteis de avaliar do exterior o seu funcionamento, resistências positivas ou negativas à compensação e retribuição. Em suma, é um jogo. Perfeito. Com regras. Por sua vez a imprensa, deve dizer a verdade. Só isso. O mercado agradece por ser superiormente poderoso.

sábado, outubro 18, 2008  
Blogger Toupeira said...

Depois destes comentários fico satisfeito por alguns se conhecerem.
Mas fico ainda mais satisfeito pelos crédulos.
O artigo que escrevi vem na sequência deste.
Muito boa noite!

sábado, outubro 18, 2008  

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