As contas insustentáveis...
As insustentáveis contas de Obama
A primeira conferência de imprensa de Barack Obama como presidente eleito dos Estados Unidos da América revelou ontem, em Washington, um conjunto de novas ideias para resolver velhos problemas.
A primeira conferência de imprensa de Barack Obama como presidente eleito dos Estados Unidos da América revelou ontem, em Washington, um conjunto de novas ideias para resolver velhos problemas.
A sua sustentabilidade, a prazo, é altamente questionável.
O novo inquilino da Casa Branca foi generoso nas propostas: um segundo pacote de medidas para estimular a economia, avultados investimentos públicos para recuperar infra-estruturas, novos programas de ajuda financeira aos 3 milhões de cidadãos afectados pela crise hipotecária, subsídios para o desenvolvimento de energias limpas, incentivos fiscais para a criação de emprego e abrandamento da carga fiscal para 95% dos contribuintes, de par com profundas reformas dos sistemas de segurança social e de assistência médica.
O novo inquilino da Casa Branca foi generoso nas propostas: um segundo pacote de medidas para estimular a economia, avultados investimentos públicos para recuperar infra-estruturas, novos programas de ajuda financeira aos 3 milhões de cidadãos afectados pela crise hipotecária, subsídios para o desenvolvimento de energias limpas, incentivos fiscais para a criação de emprego e abrandamento da carga fiscal para 95% dos contribuintes, de par com profundas reformas dos sistemas de segurança social e de assistência médica.
Perante a desastrosa situação económica e financeira do país é difícil vislumbrar a exequibilidade das promessas.
Os analistas do banco Goldman Sachs calculam em USD 500 mm/bi o montante em apoios para combater a quebra do consumo privado e os efeitos do aperto do crédito às empresas e às famílias.
Os analistas do banco Goldman Sachs calculam em USD 500 mm/bi o montante em apoios para combater a quebra do consumo privado e os efeitos do aperto do crédito às empresas e às famílias.
A verba equivale a 3,5% do actual PIB norte-americano.
Uma outra estimativa daquele banco, publicada na semana passada, destacou a necessidade de, em breve, o governo ter de criar mais USD 2 mil biliões/ trilhões (mibi/tri) de dívida pública - USD 850 mil milhões/bilhões (mm/bi) para financiar o défice orçamental, USD 500 mm/bi para comprar activos tóxicos e mais de USD 560 mm/bi para rolar as dívidas vincendas relativas a juros dos Títulos do Tesouro.
Uma outra estimativa daquele banco, publicada na semana passada, destacou a necessidade de, em breve, o governo ter de criar mais USD 2 mil biliões/ trilhões (mibi/tri) de dívida pública - USD 850 mil milhões/bilhões (mm/bi) para financiar o défice orçamental, USD 500 mm/bi para comprar activos tóxicos e mais de USD 560 mm/bi para rolar as dívidas vincendas relativas a juros dos Títulos do Tesouro.
Porém, vários analistas pensam que a última estimativa do Goldman peca por defeito.
Em 2009, poderá situar-se algures entre USD 2,5-3 mibi/tri…
Desde 2001, data da tomada de posse da primeira administração Bush/Cheney, os défices orçamentais acumulados atingiram USD 2,1 mibi/tri. Destes, só no ano fiscal de 2008, o défice foi de USD 455 mm/bi. Para 2009, antes das eleições presidenciais, a última administração Bush/Cheney calculou um défice de USD 482 mm/ bi - que não inclui o “Plano Paulson” para salvamento da indústria financeira - avaliado em USD 700 mm/bi - o que fará galgar o défice para quase USD 1,2 mibi/tri.
O actual secretário do Tesouro, Henry Paulson, anunciou no passado dia 3 que, apenas no último trimestre deste ano, o governo vai contrair empréstimos no montante de USD 550 mm/bi, ou seja o dobro do volume de crédito contraído durante o primeiro trimestre de 2008.
Desde 2001, data da tomada de posse da primeira administração Bush/Cheney, os défices orçamentais acumulados atingiram USD 2,1 mibi/tri. Destes, só no ano fiscal de 2008, o défice foi de USD 455 mm/bi. Para 2009, antes das eleições presidenciais, a última administração Bush/Cheney calculou um défice de USD 482 mm/ bi - que não inclui o “Plano Paulson” para salvamento da indústria financeira - avaliado em USD 700 mm/bi - o que fará galgar o défice para quase USD 1,2 mibi/tri.
O actual secretário do Tesouro, Henry Paulson, anunciou no passado dia 3 que, apenas no último trimestre deste ano, o governo vai contrair empréstimos no montante de USD 550 mm/bi, ou seja o dobro do volume de crédito contraído durante o primeiro trimestre de 2008.
O montante representa um aumento de USD 408 mm/bi face à estimativa publicada em Agosto, e já inclui USD 260 mm/bi para a recapitalização dos bancos norte-americanos. No primeiro trimestre de 2009, a estimativa do Tesouro sobre necessidades de financiamento é de USD 368 mm/bi.
A consulta a fontes independentes, temperada com a extrapolação do histórico das necessidades de financiamento do Tesouro nos últimos meses, permite calcular com alguma segurança que aquele valor deva atingir USD 500 mm/bi, em linha com a estimativa trimestral da dívida pública publicada pelos economistas do Goldman Sachs.
Como será operacionalizado o financiamento? Que consequências terão estas operações nos mercados?
No próximo dia 10, o Tesouro irá leiloar USD 25 mm/bi em TT’s a três anos.
Como será operacionalizado o financiamento? Que consequências terão estas operações nos mercados?
No próximo dia 10, o Tesouro irá leiloar USD 25 mm/bi em TT’s a três anos.
Dias mais tarde serão leiloados USD 20 mm/bi e USD 10 mi/bi em títulos com maturidades de 10 e 30 anos, respectivamente. A pressão da oferta sobre a procura será imensa.
Inevitavelmente o excesso da oferta deste tipo de instrumento - essencial para assegurar o funcionamento da máquina económica do país - vai criar problemas adicionais de financiamento da dívida pública, até agora maioritariamente assegurado pelos bancos centrais e pelos investidores institucionais da China, Japão, Europa, países da OPEP e Brasil, entre outros.
A dramática oferta de TT’s já está baixar os preços dos títulos, fez subir as taxas de juro e reavivou o debate sobre a capacidade financeira dos EUA para honrar os seus compromissos.
Inevitavelmente o excesso da oferta deste tipo de instrumento - essencial para assegurar o funcionamento da máquina económica do país - vai criar problemas adicionais de financiamento da dívida pública, até agora maioritariamente assegurado pelos bancos centrais e pelos investidores institucionais da China, Japão, Europa, países da OPEP e Brasil, entre outros.
A dramática oferta de TT’s já está baixar os preços dos títulos, fez subir as taxas de juro e reavivou o debate sobre a capacidade financeira dos EUA para honrar os seus compromissos.
Os mais pessimistas já falam na possibilidade de, pela primeira vez na sua história, o Tesouro estadunidense poder entrar em incumprimento, uma situação idêntica àquela que afectou a Rússia em 1998 e a Argentina em 2001…
A dinâmica é irreversível indepentemente da vontade dos banqueiros centrais, manifestada através da fixação das diversas taxas que influenciam o preço do dinheiro.
A dinâmica é irreversível indepentemente da vontade dos banqueiros centrais, manifestada através da fixação das diversas taxas que influenciam o preço do dinheiro.
Os bancos emissores conseguem controlar apenas as taxas de muito curto prazo.
As de longo prazo comportam-se em função da percepção dos investidores sobre a oferta e procura de títulos, o risco de crédito e as perspectivas da inflação.
Neste quadro conjunturalmente depressivo o que propôs Obama?
- USD 175 mm/bi, para um segundo programa de estímulos económicos com reembolsos e incentivos fiscais com o propósito de reduzir o número de penhoras hipotecárias e para dinamizar a criação de empregos;
- USD 65 mm/bi para a reforma do sistema de saúde;
- USD 150 mm/bi, até 2019, para o desenvolvimento de fontes limpas de energia;
Analistas do Fed calculam que uma pouco provável mas moderada recessão, idêntica à de 1990-1991, com final no segundo trimestre de 2009, poderá gerar uma taxa de desemprego à volta dos 7%.
Neste quadro conjunturalmente depressivo o que propôs Obama?
- USD 175 mm/bi, para um segundo programa de estímulos económicos com reembolsos e incentivos fiscais com o propósito de reduzir o número de penhoras hipotecárias e para dinamizar a criação de empregos;
- USD 65 mm/bi para a reforma do sistema de saúde;
- USD 150 mm/bi, até 2019, para o desenvolvimento de fontes limpas de energia;
Analistas do Fed calculam que uma pouco provável mas moderada recessão, idêntica à de 1990-1991, com final no segundo trimestre de 2009, poderá gerar uma taxa de desemprego à volta dos 7%.
Um cenário mais pessimista, semelhante ao de 1981-1982, com a recuperação a iniciar-se no início de 2010, já pode atirar as taxas de desemprego para os 8%-9%.
A ONG sobre políticas fiscais Tax Policy Centre estimou em USD 1,6 mibi/tri o investimento necessário, nos próximos 10 anos, para reformar apenas o sector público da saúde.
O stress sobre o sistema de segurança social já é crítico, devido ao crescente número de baby-boomers que que passa de contribuinte a beneficiário.
A ONG sobre políticas fiscais Tax Policy Centre estimou em USD 1,6 mibi/tri o investimento necessário, nos próximos 10 anos, para reformar apenas o sector público da saúde.
O stress sobre o sistema de segurança social já é crítico, devido ao crescente número de baby-boomers que que passa de contribuinte a beneficiário.
O sistema representa 8% do PIB americano, em 2008, mas atingirá os 19%, em 2050.
A associação norte-americana dos engenheiros civis calcula em USD 1,6 mil biliões o investimento necessário, até 2013, para a construção/recuperação de pontes, estradas, escolas e de outros equipamentos públicos federais desejada pelo novo presidente.
O cenário macro económico é claramente negativo mas, apesar disso, Barack Obama insiste na aprovação pelo Congresso de programas cujos montantes vão, no imediato, agravar ainda mais a situação.
A associação norte-americana dos engenheiros civis calcula em USD 1,6 mil biliões o investimento necessário, até 2013, para a construção/recuperação de pontes, estradas, escolas e de outros equipamentos públicos federais desejada pelo novo presidente.
O cenário macro económico é claramente negativo mas, apesar disso, Barack Obama insiste na aprovação pelo Congresso de programas cujos montantes vão, no imediato, agravar ainda mais a situação.
Por outro lado, não é garantido que produzam os efeitos esperados.
Basta constatar que a esmagadora maioria dos milhares de milhões de dólares aplicados na recapitalização dos bancos está a ser usada para ganhar quota de mercado, através da compra de instituições com problemas, em lugar de gradualmente serem satisfeitas as necessidades de crédito das empresas e das famílias.
Basta constatar que a esmagadora maioria dos milhares de milhões de dólares aplicados na recapitalização dos bancos está a ser usada para ganhar quota de mercado, através da compra de instituições com problemas, em lugar de gradualmente serem satisfeitas as necessidades de crédito das empresas e das famílias.
Um relatório do Fed publicado na quinta-feira revelou que o aperto do crédito atingiu o nível mais baixo dos últimos 40 anos, com excepção do curto período de imposição de controlo do crédito durante a administração Carter (1976-1980).
Colunistas dos jornais e revistas especializados - do Financial Times ao Economist, passando pelo Wall Street Journal - já acusaram os banqueiros comerciais de “ganância” “ingratidão” e “criminosa irresponsabilidade”.
“Obama herdou uma imensa trapalhada.
Colunistas dos jornais e revistas especializados - do Financial Times ao Economist, passando pelo Wall Street Journal - já acusaram os banqueiros comerciais de “ganância” “ingratidão” e “criminosa irresponsabilidade”.
“Obama herdou uma imensa trapalhada.
Este é o resultado de fazer saltar a dívida pública norte-americana de 130% para mais de 220% do PIB, em meio século de crescente alavancagem.
O jogo acabou.
A purga será lenta e dolorosa, nos anos que se avizinham”, escreveu o colunista do britânico The Telegraph, Ambrose Evans-Pritchard, na edição do passado dia 6.
Lenta e dolorosa?
Não será antes insustentável?
MRA Dep. Data Mining
Pedro Varanda de Castro, Consultor
Lenta e dolorosa?
Não será antes insustentável?
MRA Dep. Data Mining
Pedro Varanda de Castro, Consultor
O pântano e as criaturas geradas no sítio...
Tentando estabelecer um paralelo, pode-se concluir que pelo sítio as situações são semelhantes, com uma diferença, a doença que tornou surdos mudos os políticos deste ainda país. Parece, de facto, que uma epidemia tomou conta do governo e das oposições, apenas interessados em manter ou ganhar algumas posições nas eleições que se avizinham.
Ficaram sem memória e tolhidos de movimentos e de sentidos, olhos, ouvidos, cheiro e tacto, como se estivessem enfiados num lago que se tornou num lodaçal imenso, sem possibilidade de vir à superfície e quando aparecem, o lodo apodera-se do sistema nervoso, tornando-os em seres sem reacção, afinal beberam do líquido que criaram e inalaram o gás que se formou, com a transformação de um país num imenso lodaçal.
A comparação não é de desprezar na dívida pública e nas situações opacas, a que os elementos dos órgãos de soberania assistiram como se assiste a uma miragem.
A justiça, porque não cobrou o que devia a tempo e horas, decerto irá actuar, mas, infelizmente, para mostrar que existe, e, o resto das instituições, ( se é que se pode chamar isso a organismos de um estado morto há muito), mantêm silêncio, não vá o papão aparecer ou acontecer uma corrida a alguns dos causadores da crise, porque os outros, se a justiça existisse, estariam já, com o rabinho a arder.
Reparem como se comportou o grupo de cidadãos a que se convencionou chamar de deputados, na discussão de um orçamento tipo jogo do monopólio e a aprovação de leis que decerto irão provocar o caos social que há muito espreita.
“…A justiça, pois, que começou a dizer: «tudo pode ser pago e deve ser pago» é a mesma que, por fim, fecha os olhos e não cobra as suas dívidas e se destrói a si mesma como todas as coisas boas deste mundo. Esta autodestruição da justiça, chama-se graça e é privilégio dos mais poderosos, dos que estão para além da justiça”.
Nietzsche in “A Genealogia da Moral”
Tentando estabelecer um paralelo, pode-se concluir que pelo sítio as situações são semelhantes, com uma diferença, a doença que tornou surdos mudos os políticos deste ainda país. Parece, de facto, que uma epidemia tomou conta do governo e das oposições, apenas interessados em manter ou ganhar algumas posições nas eleições que se avizinham.
Ficaram sem memória e tolhidos de movimentos e de sentidos, olhos, ouvidos, cheiro e tacto, como se estivessem enfiados num lago que se tornou num lodaçal imenso, sem possibilidade de vir à superfície e quando aparecem, o lodo apodera-se do sistema nervoso, tornando-os em seres sem reacção, afinal beberam do líquido que criaram e inalaram o gás que se formou, com a transformação de um país num imenso lodaçal.
A comparação não é de desprezar na dívida pública e nas situações opacas, a que os elementos dos órgãos de soberania assistiram como se assiste a uma miragem.
A justiça, porque não cobrou o que devia a tempo e horas, decerto irá actuar, mas, infelizmente, para mostrar que existe, e, o resto das instituições, ( se é que se pode chamar isso a organismos de um estado morto há muito), mantêm silêncio, não vá o papão aparecer ou acontecer uma corrida a alguns dos causadores da crise, porque os outros, se a justiça existisse, estariam já, com o rabinho a arder.
Reparem como se comportou o grupo de cidadãos a que se convencionou chamar de deputados, na discussão de um orçamento tipo jogo do monopólio e a aprovação de leis que decerto irão provocar o caos social que há muito espreita.
“…A justiça, pois, que começou a dizer: «tudo pode ser pago e deve ser pago» é a mesma que, por fim, fecha os olhos e não cobra as suas dívidas e se destrói a si mesma como todas as coisas boas deste mundo. Esta autodestruição da justiça, chama-se graça e é privilégio dos mais poderosos, dos que estão para além da justiça”.
Nietzsche in “A Genealogia da Moral”
11 Comments:
Acerca do pântano vale a pena ver o artigo de "O Portugal Profundo, acerca do BPN..."
Nem percebo.Obama não foi eleito por negro(ou "bronzeado",como diz Berlusconi)mas, porque a candidata Clinton se mostrou vazia e o excelente orador foi melhor produto que McCain(tambem só foram 7 pontos de diferença,para tanta festa..).O mundo sem os EUA não funciona,basta olhar para Wall Street .E os States têm toda a razão em se defenderem...
1. Obama é sinónimo de Esperança NA Mudança. 2. Só o ano de 2008 teve tantas mudanças significativas e esta fase da Globalização é tão diferente das anteriores, que seria um DESASTRE aplicar em 2009 as velhas e ultrapassadas "receitas" de Roosevelt e de Reagan ( onde está o "money" ?). 3. Obama precisa apenas de TEMP0 ( no plano interno)e de encontrar ALIADOS GLOBAIS "de facto" e não de "paleio"( no plano externo). 4. De qualquer modo, mesmo com um "soft power" simpático, já começou mesmo o hand-over global. Um Mundo multipolar está a emergir . A reunião de HOJE de Bruxelas e a Reunião do "G-20" de 15 de Novembro em Washington são passos nesse sentido. Para a Europa Unida é um risco mas tambem uma grande oportunidade !
Obama o Mega guterres... Fala como ninguem, mas não tem capacidade e os problemas são: O mundo.
O Obama não é negro. É mestiço!!!!
A Europa não lidera nada, não aconselha nada, limita-se pura e simplesmente a assistir com o que se passa na América...Por isso, foi arrastada pela crise. O mundo vai mudar e muda com o que vai acontecer daqui para diante nos EUA...Ao contrário do que, até aqui, mais para o bem do que para o mal.Sobre as cinzas duma crise financeira nascida nos EUA, o resto do mundo não teve força para concertar ou lhe impor soluções, porque a América também não as acata...Antes foi contagiado por ela...Não tenham dúvidas, uma nova ordem mundial, económica, financeira, política e social nasce com Obama. Cada palavra de estímulo que este dirija ao seu povo renasce o orgulho de ser americano, agora, para impor a paz e não a guerra, porque afinal, desta vez, o presidente americano é negro...
Mais uma vez, o Presidente da Comissão a tentar dar na vista. E consegue-o, pelas piores razões ! Quem é ele ou a Europa para mandar "recados" ao Presidente Obama ? "Europa QUER..."...quer o quê? os EUA mandam e a Europa obedeçe !! Francamente !!
"Que significado tem esta vitória?
Do ponto de vista simbólico é um marco. A América alarga horizontes e mostra o caminho, não só para si, como também para o resto do mundo.
Neste momento de crise financeira e económica, que importância tem esta eleição?
Temos de ser realistas. Uma boa campanha eleitoral significa aumentar as expectativas e dar esperança às pessoas. Governar significa dar esperança às pessoas, mas obviamente baixar as expectativas. A margem de um presidente é sempre menor do que aquela que é tida na campanha eleitoral.
De que modo é que a crise trouxe ao de cima as fragilidades da América?
Trouxe um problema de fragilidade e de credibilidade. As crises financeiras eram uma coisa que acontecia aos outros e não aos EUA. O facto de a crise ter aparecido nos EUA minou a credibilidade norte-americana. Os EUA gostam de ser o país que mostra o caminho ao resto do mundo. Sob esse ponto de vista, foi um rombo na credibilidade financeira norte-americana, que vai levar algum tempo a corrigir. E acima de tudo temos de perceber que as promessas fiscais e orçamentais que foram feitas não são compatíveis com os problemas que os EUA têm de combater. Algo vai ter de ceder.
Do ponto de vista militar, a crise tem algum efeito no poderio americano?
A curto prazo não. A médio, longo prazo sim. Com os dilemas orçamentais e fiscais que os EUA vão ter, terão de fazer escolhas em termos de plataformas e cenários onde se envolvem, que vão ser bastante difíceis.
Faz diferença para a América e para o mundo ser um um negro a governar os EUA?
Claro que faz - e hoje caíram muitos mitos por terra com esta vitória. Também do ponto de vista de um país que sempre teve uma posição de missionário do resto do mundo, o capital simbólico de Obama é um marco importante.
O que mudará na relação com a Europa?
Obama terá a capacidade para pedir mais dos europeus. E os europeus terão menos capacidade para se esconder atrás do presidente norte-americano que era George W Bush.
Bush sai pela porta pequena. O que dirá a História de oito anos de George W. Bush?
Só sabemos que por vezes temos exemplos inesperados como foi o caso de Harry Truman que teve uma guerra na Coreia, muito mais desastrosa em termos de baixas, e que 40 anos depois é considerado um grande presidente por coisas que na altura não eram importantes. É por isso que Bush pode ser considerado um presidente trágico por causa do Iraque ou um presidente razoável, ou até bom, pela maneira como conduziu a Índia e a China."
Cuidado com Obama, porque o Ministro Pinho é conhecido por anunciar o contrário do que vai efectivamente acontecer.
Embora desiludido, tenho uma réstea de esperança, que, com a vitória de OBAMA nos USA, algo venha a mudar para melhor, neste mundo de bagunça geral, em que vivemos. Afinal, a maioria dos Norte-Americanos, "não são assim tão parvos". Ainda bem que o crude continua abaixo dos 70 dólares. Temos que continuar a insistir para que os combustíveis baixem mais, e com eles, outros bens essenciais. "VIVA OBAMA, NOVO PRESIDENTE DOS USA"!!! POR UM FUTURO MAIS RISONHO PARA TODOS, em especial para os mais jovens.
Que me desculpe o "desiludido", mas o seu comentário mais me parece o de um "iludido"!!!
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