IMPUNIDADE PARLAMENTAR
"Custa um bocadinho descer do espectáculo americano para o pequeno circo indígena, com um Governo que nacionaliza bancos a fim de imitar os países com dinheiro e um deputado do PND que passeia a bandeira nazi no parlamento madeirense. O Governo dispensa comentários. Já a subtil manifestação insular pretendeu atacar o PSD local, que eu não sabia suspeito de anti-semitismo e genocídio.
Quando muito, o PSD é culpado de tornear a Constituição, por exemplo impedindo o tal deputado, José Manuel Coelho, de assumir as suas funções (desfraldar bandeiras, etc.) depois do incidente. Revoltado, o parlamento de cá defendeu o direito do sr. Coelho à imunidade e à suástica. Os partidos nacionais requisitaram intervenção presidencial. O presidente incomodou-se. Eu também me incomodei, sobretudo pelo facto de, por instantes, ter acreditado que o gesto do sr. Coelho acabara com um dos últimos tabus da política portuguesa: o de que só a extrema-esquerda tem direito a apelidar os adversários de "nazis" e "fascistas". Desgraçadamente, li em seguida que, afinal, o sr. Coelho é simpatizante do PCP.
Temos, em suma, um representante do PND que chama nazi aos outros e comunista a ele próprio, os amigos do dr. Jardim escandalizados com ofensas e uma assembleia regional que bloqueia a entrada de um deputado quando, em S. Bento, onde quatro quintos dos deputados faltaram ao debate sobre o Estatuto dos Açores, complicado é evitar que eles saiam. A propósito de saídas, apetecia-me regressar aos EUA e voltar já. Ou nunca."
Alberto Gonçalves
Quando muito, o PSD é culpado de tornear a Constituição, por exemplo impedindo o tal deputado, José Manuel Coelho, de assumir as suas funções (desfraldar bandeiras, etc.) depois do incidente. Revoltado, o parlamento de cá defendeu o direito do sr. Coelho à imunidade e à suástica. Os partidos nacionais requisitaram intervenção presidencial. O presidente incomodou-se. Eu também me incomodei, sobretudo pelo facto de, por instantes, ter acreditado que o gesto do sr. Coelho acabara com um dos últimos tabus da política portuguesa: o de que só a extrema-esquerda tem direito a apelidar os adversários de "nazis" e "fascistas". Desgraçadamente, li em seguida que, afinal, o sr. Coelho é simpatizante do PCP.
Temos, em suma, um representante do PND que chama nazi aos outros e comunista a ele próprio, os amigos do dr. Jardim escandalizados com ofensas e uma assembleia regional que bloqueia a entrada de um deputado quando, em S. Bento, onde quatro quintos dos deputados faltaram ao debate sobre o Estatuto dos Açores, complicado é evitar que eles saiam. A propósito de saídas, apetecia-me regressar aos EUA e voltar já. Ou nunca."
Alberto Gonçalves
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