A factura de Constâncio
"A actuação do Banco de Portugal no caso BPN foi, no mínimo, deficiente. A entidade supervisora parece ter sido a última a saber do descalabro do banco. E havia sinais públicos evidentes de que muita coisa ia mal no reino de Oliveira e Costa, a começar pelo modelo de governação que confundia a holding SLN com o banco.
Mas o governador não está a ser alvo de críticas apenas pelos erros e omissões na supervisão, que já tinham sido notórios nos casos do BCP. Constâncio está também a pagar politicamente o facto de ter feito o papel de notário das contas do défice herdado por José Sócrates, os tais 6,83%. Não é por acaso que Paulo Portas e Bagão Félix foram os primeiros a pedir a cabeça do governador. O relatório deu a caução a Sócrates para todas as medidas impopulares. Se hoje fosse feito um relatório com a mesma metodologia os números talvez não fossem muito diferentes, apesar do trabalho meritório do actual ministro das Finanças.
No entanto, culpar Constâncio pelos casos de polícia do BPN é algo perverso. Não é ele o culpado da má gestão. O problema é que o modelo de supervisão bancária acredita que os banqueiros dizem sempre a verdade e só a verdade. Mas na prática corrente há banqueiros que perguntam como Pilatos "O que é a verdade?"
Armando Esteves Pereira
Mas o governador não está a ser alvo de críticas apenas pelos erros e omissões na supervisão, que já tinham sido notórios nos casos do BCP. Constâncio está também a pagar politicamente o facto de ter feito o papel de notário das contas do défice herdado por José Sócrates, os tais 6,83%. Não é por acaso que Paulo Portas e Bagão Félix foram os primeiros a pedir a cabeça do governador. O relatório deu a caução a Sócrates para todas as medidas impopulares. Se hoje fosse feito um relatório com a mesma metodologia os números talvez não fossem muito diferentes, apesar do trabalho meritório do actual ministro das Finanças.
No entanto, culpar Constâncio pelos casos de polícia do BPN é algo perverso. Não é ele o culpado da má gestão. O problema é que o modelo de supervisão bancária acredita que os banqueiros dizem sempre a verdade e só a verdade. Mas na prática corrente há banqueiros que perguntam como Pilatos "O que é a verdade?"
Armando Esteves Pereira
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