Um Novembro quente.
"A "temperatura política" está a subir em Portugal, neste mês de Novembro. Desde logo, porque se percebe uma tensão institucional entre a Presidência e o Governo que, para além de comprometer a cooperação estratégica entre as duas instituições do Estado, poderá, no limite, levar à dissolução da Assembleia. Mesmo que apenas em teoria, já que, na prática, ninguém acredita que se vá tão longe.
Além disso, cresce o descontentamento dos militares, quer em relação ao Executivo quer no que refere às próprias chefias das Forças Armadas, acusadas de não fazerem sentir ao Poder Político as reivindicações corporativas. Não que se tema qualquer atitude dramática; os golpes de Estado não têm cabimento na Europa da União mas, ainda assim, a situação não é favorável a uma necessária tranquilidade social, sobretudo em tempo de crise. Tal tranquilidade está definitivamente morta e enterrada no sector da Educação, com o renascer da "guerra" dos professores contra o Ministério, que ameaça juntar nas ruas de Lisboa, amanhã, mais de 100 mil docentes, segundo previsão dos sindicatos. E também os estudantes se manifestaram já ruidosamente, contestando o estatuto do aluno e o regime de faltas.
Como se tudo isto não fosse suficiente, debate-se o Orçamento do Estado para 2009, com as diferentes interpretações das medidas propostas, acompanhadas das acusações do costume, que tornam o debate absolutamente opaco para o comum cidadão.
E há, ainda, a nacionalização do BPN, em que se cruzam questões decisivas para a transparência democrática a que deve obedecer também o funcionamento da Economia. Em primeiro lugar, a bondade da decisão é discutível; deveria o Estado intervir onde os accionistas "se cortaram"? Penso que não.
Em segundo lugar, o sono profundo em que anda mergulhado o Banco de Portugal é preocupante, sobretudo porque não se retira dele quaisquer consequências. Finalmente, a impunidade em que tudo decorre ofende a honorabilidade do Estado de Direito - estamos face a um banco que estaria envolvido em operações clandestinas, dispondo de uma contabilidade paralela e que chegou aos 700 milhões de euros de prejuízos. Contudo, ninguém é chamado à responsabilidade.
E nem a "beatificação" de Barak Obama, de quem todos parecem esperar a salvação do Mundo, nos valerá de muito. O homem é simpático, inteligente, hábil, negro. Mas é, sobretudo, americano. Ou me engano muito, ou isto há-de perceber-se em breve."
Mário Contumelias
Além disso, cresce o descontentamento dos militares, quer em relação ao Executivo quer no que refere às próprias chefias das Forças Armadas, acusadas de não fazerem sentir ao Poder Político as reivindicações corporativas. Não que se tema qualquer atitude dramática; os golpes de Estado não têm cabimento na Europa da União mas, ainda assim, a situação não é favorável a uma necessária tranquilidade social, sobretudo em tempo de crise. Tal tranquilidade está definitivamente morta e enterrada no sector da Educação, com o renascer da "guerra" dos professores contra o Ministério, que ameaça juntar nas ruas de Lisboa, amanhã, mais de 100 mil docentes, segundo previsão dos sindicatos. E também os estudantes se manifestaram já ruidosamente, contestando o estatuto do aluno e o regime de faltas.
Como se tudo isto não fosse suficiente, debate-se o Orçamento do Estado para 2009, com as diferentes interpretações das medidas propostas, acompanhadas das acusações do costume, que tornam o debate absolutamente opaco para o comum cidadão.
E há, ainda, a nacionalização do BPN, em que se cruzam questões decisivas para a transparência democrática a que deve obedecer também o funcionamento da Economia. Em primeiro lugar, a bondade da decisão é discutível; deveria o Estado intervir onde os accionistas "se cortaram"? Penso que não.
Em segundo lugar, o sono profundo em que anda mergulhado o Banco de Portugal é preocupante, sobretudo porque não se retira dele quaisquer consequências. Finalmente, a impunidade em que tudo decorre ofende a honorabilidade do Estado de Direito - estamos face a um banco que estaria envolvido em operações clandestinas, dispondo de uma contabilidade paralela e que chegou aos 700 milhões de euros de prejuízos. Contudo, ninguém é chamado à responsabilidade.
E nem a "beatificação" de Barak Obama, de quem todos parecem esperar a salvação do Mundo, nos valerá de muito. O homem é simpático, inteligente, hábil, negro. Mas é, sobretudo, americano. Ou me engano muito, ou isto há-de perceber-se em breve."
Mário Contumelias
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