Que sirva de lição!
"Era um desastre à espera de ocorrer... a falência do BPN. Mas antes de analisar as consequências, nomeadamente quanto ao que o contribuinte português vai pagar pelo "bail-out", vale a pena falar da "ausência" de várias instituições (para ver se se aprende alguma coisa com o que aconteceu).
Desde logo o Banco de Portugal, cuja supervisão anda a apanhar bonés, como já se tinha visto no caso BCP: o BPN confirma que o banco central tem na supervisão bancária o elo mais fraco (o que é preocupante, porque é a única área onde o banco mantém totais poderes). Desde logo, também, o jornalismo. Há sete anos que se sabia das irregularidades (algumas dão direito a cadeia) no BPN. No entanto, poucos meios de comunicação tocaram na ferida. Apesar das reservas dos auditores às contas do banco.
Em Março de 2001, a "Exame", que na altura dirigia, arriscou. Oliveira e Costa, sobre quem impende a maior parte das dúvidas de comportamento ilícito, não perdoou: levei um processo de alguns milhares de euros (que se resolveu com a minha saída da revista e um pedido de desculpas à instituição). O que menos me interessa é regozijar-me por saber que, sete anos depois, a revista (cujos profissionais de então quero elogiar) está vingada... mas fazer votos para que quem dirige grupos de comunicação confie mais nos jornalistas. Porque a verdade é como o azeite: vem sempre ao de cima. Pode demorar, mas vem."
Camilo Lourenço
Desde logo o Banco de Portugal, cuja supervisão anda a apanhar bonés, como já se tinha visto no caso BCP: o BPN confirma que o banco central tem na supervisão bancária o elo mais fraco (o que é preocupante, porque é a única área onde o banco mantém totais poderes). Desde logo, também, o jornalismo. Há sete anos que se sabia das irregularidades (algumas dão direito a cadeia) no BPN. No entanto, poucos meios de comunicação tocaram na ferida. Apesar das reservas dos auditores às contas do banco.
Em Março de 2001, a "Exame", que na altura dirigia, arriscou. Oliveira e Costa, sobre quem impende a maior parte das dúvidas de comportamento ilícito, não perdoou: levei um processo de alguns milhares de euros (que se resolveu com a minha saída da revista e um pedido de desculpas à instituição). O que menos me interessa é regozijar-me por saber que, sete anos depois, a revista (cujos profissionais de então quero elogiar) está vingada... mas fazer votos para que quem dirige grupos de comunicação confie mais nos jornalistas. Porque a verdade é como o azeite: vem sempre ao de cima. Pode demorar, mas vem."
Camilo Lourenço

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